Evento acontece na sexta (27) e tem como convidado o ex-deputado federal Ângelo Vanhoni
Nesta sexta-feira (27/01), às 10h, o Departamento de Informática da Universidade Federal do Paraná, recebe mais uma etapa do evento Ciclo de Debates e Ideias, promovido pelo C3SL. O evento, que será realizado no auditório do DInf, terá como convidado o ex-deputado federal Angelo Vanhoni, que também já foi relator do Plano Nacional da Educação.
A pauta do encontro é sobre Educação e a ideia é debater as perspectivas e desafios para a área nos próximos quatro anos. Além disso, o evento pretende reiterar a importância do ensino superior público, gratuito e de qualidade e a importância do desenvolvimento científico e tecnológico no Paraná. Com isso, a iniciativa visa reforçar o papel que a universidade pública tem como promotora do conhecimento, do livre pensar e da pluralidade de pensamentos amparados na liberdade de cátedra, na livre manifestação de ideias e na autonomia universitária.
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) realiza pesquisas que dialogam com diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas quanto para instituições e órgãos públicos. Entre os projetos desenvolvidos pelo grupo em parceria com o setor de Educação da UFPR estão o Simcaq, que realiza uma simulação do custo-aluno-qualidade, o Portal MEC de Recursos Educacionais, em que mais de 300 mil recursos são disponibilizados aos professores, e o Mapfor, que faz um mapeamento dos profissionais de Educação e suas qualificações.
Como grupo comprometido há 20 anos com o desenvolvimento científico e tecnológico do país, o C3SL entende que o momento de debate político é fundamental para dialogar com o poder público para a elaboração, gestão e monitoramento de políticas públicas que favoreçam áreas como saúde, educação e geração de emprego.
Serviço:
Ciclo de Debates com Angelo Vanhoni
Data: 27 de janeiro de 2023
Horário: 10h
Local: Auditório do DInf – R. Evaristo F. Ferreira da Costa, 383-391 – Jardim das Américas
O encontro Hyperledger Brasil 2022 tem como objetivo reunir a comunidade de desenvolvedores e usuários da tecnologia blockchain Hyperledger para troca de conhecimento, experiências e compartilhamento de casos de sucesso.
Alguns dos temas que serão discutidos no encontro:
–> O capítulo Hyperledger Brasil –> A tecnologia Hyperledger –> Casos nacionais de uso da tecnologia Hyperledger –> Tecnologia de integração de redes (Hyperledger e Ethereum) –> O momento do blockchain no Brasil e no mundo
Entre outros.
Presença confirmada de diversos membros da comunidade Hyperledger.
Arlei Costa Junior, PUC-PR Carlos L L Rischioto, IBM Courtnay Guimarães, Avanade David Reis, CCONSENSUS Fernando Marino, CPQD Joselio Teider, UFPR Marco Righetti, Oracle Marcos Sarres, GoLedger Pietro Martins de Oliveira, Esmafe-PR Renato Duarte Rocha, RNP Renato Teixeira, Oracle
O evento vai acontecer no Auditório Mario de Abreu, na PUC-PR Curitiba, dia 25 de novembro a partir das 14:00.
Imperdível para os entusiastas da tecnologias inovadora Blockchain.
MecRED foi criado pelo C3SL, grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR
Imagina uma plataforma em que professores de todos os níveis podem encontrar vídeos, textos, mapas, experimentos, planos de aula e até mesmo livros didáticos disponíveis para download de graça. Pois essa é a plataforma Recursos Educacionais, conhecida como MecRED, criada pelo Centro de Computação Científica e Sotware Livre, o C3SL, da Universidade Federal do Paraná, em parceria com o Ministério da Educação. A plataforma, que ganhará uma nova versão no final de outubro, foi lançada em 2014, e agora oferecerá mais recursos, como a gamificação, por exemplo.
“O objetivo da plataforma é criar uma rede de apoio entre professores, para que eles possam ter um local em que não só eles possam acessar conteúdos que irão ajudar em sala de aula, mas também compartilhar conteúdos entre si, realizar avaliações, enfim, um modelo bem próximo a uma rede social, mas com o intuito principal de colaborar com o dia a dia em sala de aula”, conta Luis Carlos Bona, professor do C3SL e coordenador do projeto.
O professor Marcos Castilho, um dos coordenadores do projeto
Na nova versão, o processo de gamificação possibilitará que os usuários sejam capazes de adquirir conquistas e, com o uso, atingir níveis diferenciados. “É uma forma de qualificar o usuário e, com isso, ir liberando mais e mais recursos. Ainda, para cada uso, o professor ganhará uma espécie de dinheiro virtual que será usado para a ‘compra’ de insígnias dentro da plataforma”, explica o também professor e coordenador Marcos Castilho.
Hoje, são mais de 27 mil usuários cadastrados na plataforma, que tem capacidade para muito mais, e entre os mais de 300 mil recursos disponibilizados estão vídeos, mapas, softwares educacionais, apresentações, infográficos, jogos, apps, imagens e outros recursos similares, e todos os conteúdos passam por um processo de curadoria a fim de filtrar conteúdos inadequados. Ainda, é possível realizar denúncias, caso o material seja impróprio. Para acessar, não há nenhuma restrição. Os professores e interessados que queiram fazer parte do repositório somente precisam realizar um cadastro simples, já estando habilitados a realizar downloads e subir materiais para a plataforma. Ainda, dentro da plataforma, é possível seguir e interagir com outros perfis, de forma a estabelecer realmente uma rede de apoio.
“A maioria do conteúdo disponibilizado faz parte do dia a dia de sala de aula de alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, mas existem recursos para aulas de cursos de graduação ou técnicos, como artigos, por exemplo. A nossa ideia é ampliar cada vez mais e transformar essa plataforma no maior repositório de conteúdos educacionais e que faça parte da rotina de professores”, explica Bona. O projeto é coordenado por dois professores do C3SL e um bolsista, aluno do curso de Ciência da Computação.
Para facilitar a usabilidade, dentro da plataforma é disponibilizada a possibilidade de criar coleções de materiais, organizando conteúdos por área, por exemplo. Além disso, é possível encontra materiais de formação desenvolvidos pelo Ministério da Educação com uma grande diversidade de temas. “Esperamos que essa nova versão atinja ainda mais professores e seja um grande espaço de troca de experiências. Mas, sobretudo, queremos que os alunos sejam impactados com novas possibilidades. A gente sabe como é difícil encontrar conteúdos de qualidade, e que realmente sejam aplicáveis em atividades de sala de aula, e foi pensando nisso que dedicamos tempo de estudo, pesquisa e desenvolvimento da plataforma”, finaliza Castilho.
Sobre o C3SL O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR, registrado no Diretório de grupos de pesquisa do CNPq. Realiza pesquisas que dialogam com diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas por meio da Lei de Informática e Lei do Bem, quanto para instituições e órgãos públicos.
As pesquisas do C3SL estão em diversas áreas da ciência da computação, como Banco de Dados, Engenharia de Software, Redes e Sistemas Distribuídos, Redes de Computadores e Inteligência Artificial. O grupo também atua na migração de sistemas proprietários para plataformas de software livre e na otimização de pessoal e de custos de soluções de hardware e software.
São seis linhas de pesquisa ativas, todas elas com diversos projetos em andamento ou já concluídos, os quais se encontram em uso pelas empresas ou órgãos solicitantes: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação.
Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.
O C3SL apoia estudos e desenvolvimento de técnicas de programação de alto desempenho e como incentivo foi enviado um time composto por membros de C3SL para competir na maratona de programação paralela. Entre os ganhadores estão os bolsistas Fernando Monteiro Kiotheka, Odair Mario Ditkun Junior e Pietro Polinari Cavassin.
A competição contou com 10 equipes, entre remoto e presencial e a equipe do C3SL otimizou os problemas seriais em mais de mil vezes o tempo sequencial, enquanto o segundo lugar ficou com pontuação de 700 vezes, ou seja, quase 400 pontos a mais que o segundo colocado.
Na foto nossa equipe de entusiastas de programação de alto desempenho, que inclusive é aberta para todos os alunos do departamento. Eles receberam a premiação em certificados, troféus e livros de programação de alto desempenho. O apoio do C3SL foi essencial para a conquista, visto que a vitória só foi possível pelos treinos realizados no super computador do grupo.
Grupo de pesquisa da UFPR convida: “Apresentação de propostas em defesa do Ensino Superior Público e Gratuito, da Ciência e da Tecnologia”
Como uma forma de fomentar a discussão sobre a importância do ensino superior público, gratuito e de qualidade e a importância do desenvolvimento científico e tecnológico no Paraná, o C3SL – Centro de Computação Científica e Software Livre –, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), promoverá um espaço de debate e exposição de ideias com os quatro primeiros candidatos ao governo do Estado do Paraná de acordo com as pesquisas eleitorais registradas no TRE. A exposição das ideias e o debate com a comunidade acadêmica ocorrerá com um candidato por vez.
Cada candidato terá o tempo máximo de até duas horas para exposição de suas ideias e propostas e para responder as perguntas feitas pelo público presente. As perguntas serão de livre formulação dos participantes presentes no dia da exposição, cabendo ao C3SL apenas a coordenação da ordem das perguntas.
Os candidatos interessados em apresentar as suas ideias e programas a cerca do ensino superior, da ciência e tecnologia, poderão enviar e-mail para contato@c3sl.ufpr.br sugerindo data e horário que a equipe do grupo de pesquisa irá agendar o auditório do Departamento de Informática onde será realizado o encontro. O C3SL irá divulgar a agenda em suas redes sociais e nas suas listas de contatos cabendo aos candidatos a ampliação complementar da divulgação.
Esta iniciativa visa reforçar o papel que a universidade pública tem como promotora do conhecimento, do livre pensar e da pluralidade de pensamentos amparados na liberdade de cátedra, na livre manifestação de ideias e na autonomia universitária.
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR e realiza pesquisas que dialogam com diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas quanto para instituições e órgãos públicos. Como entidade comprometida há 20 anos com o desenvolvimento científico e tecnológico do país, entendemos que o momento de debate político é fundamental para debater e conhecer propostas que girem em torno do fazer tecnológico e, desta forma, dialogar com o poder público para a elaboração, gestão e monitoramento de políticas públicas que favoreçam áreas como saúde, educação e geração de emprego.
Com ferramentas modernas e políticas rígidas de segurança, o Root assegura a infraestrutura vital para projetos científicos e educacionais.
No epicentro das inovações e pesquisas do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), vinculado ao Departamento de Informática (Dinf) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), destaca-se a equipe Root, time essencial e multidisciplinar para o seu funcionamento. Essa equipe atua como o motor que garante a robustez, segurança e constante evolução da infraestrutura tecnológica, apoiando projetos internos e serviços de grande alcance para a comunidade.
Composta por um time diversificado de bolsistas de graduação e de pós-graduação, o Root é o responsável pela gestão integral de todos os ativos de rede do Dinf, incluindo a manutenção do Data Center, pontos de rede e a infraestrutura de nuvem que suporta as operações do C3SL. A atual equipe é liderada pelos professores Marcos Castilho, Luiz de Bona, Carlos Carvalho, André Grégio, Vinícius Fulber Garcia, Fabiano Silva e Carlos Maziero. Os bolsistas que integram a Root são: Fernando Monteiro Kiotheka, Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira, Theo Simonetti Schult, Bernardo Pavloski Tomasi, Yago Yudi Vilela Furuta, Bruno Sime, Heric Camargo, Kauê Amorim da Silva, Antônio da Ressuireção Filho e Mateus Herbele. A equipe também tem participação dos servidores da UFPR no Dinf, Marcio Penkai e Elisabete Ferreira.
De acordo com o bolsista Fernando Kiotheka, a rotina da equipe é marcada pela necessidade de agilidade e adaptação. Além de tarefas essenciais como o provisionamento e manutenção de máquinas virtuais, o time opera em constante prontidão.
“Nosso dia a dia é muito dinâmico. Estamos sempre atentos aos alertas de sistema, prontos para intervir de imediato. Mas o principal é que não ficamos apenas apagando incêndios: nosso foco é na automação. Programamos ferramentas internas e aprimoramos políticas de segurança para garantir que serviços como Espelhos, Wi-Fi, Moodle, GitLab e Webmail estejam sempre disponíveis, protegendo recursos e dados para funcionários, estudantes e para toda a comunidade externa que utiliza nossas aplicações”, destaca.
Para Kioteka, a curva de aprendizado na equipe é intensa e recompensadora, exigindo um conjunto de habilidades técnicas específicas. Os membros do Root precisam dominar linguagens de script como Bash e Python, utilizar Git para controle de versão, e ter familiaridade com o sistema Linux, em especial a distribuição Debian, que é a base da infraestrutura. Conhecimentos em redes, sistemas operacionais e sistemas distribuídos são valiosos, ainda que possam ser adquiridos no percurso, conforme os desafios diários.
Tecnologias avançadas como infraestrutura como código (IaC), Kubernetes para orquestração de contêineres, Proxmox para virtualização, Ceph para armazenamento distribuído, e ferramentas de automação como Ansible e Pyinfra fazem parte do repertório tecnológico da equipe, permitindo agilidade e escalabilidade na gestão dos recursos.
Outro aspecto, segundo Kiotheka, é a importância da documentação técnica, que é um pilar da operação. Todo o conhecimento gerado é rigorosamente registrado para assegurar a continuidade das atividades, facilitar o treinamento de novos membros e manter a qualidade operacional.
“Mantemos material de referência, procedimentos operacionais, guias de configuração, políticas internas, relatórios e registros de decisões técnicas num repositório de documentação central. Além disso, mantemos documentação para as equipes do C3SL, além de documentação para uso dos sistemas para usuários do Departamento de Informática (página de suporte). Isso é principalmente importante para os novatos, mas é obrigação de todos escrever documentação que pode ser utilizada pelos outros membros”, afirma.
Desta forma, o Root é fundamental para o sucesso dos projetos do laboratório de inovação e pesquisa do C3SL. Ele não só assegura a infraestrutura necessária como também monitora o comportamento das aplicações, aplicando políticas de segurança e integrando novas tecnologias que potencializam a alta disponibilidade e a segurança dos sistemas. Além disso, atua como um centro de conhecimento técnico que orienta as equipes do C3SL e sustenta o ecossistema tecnológico da instituição.
A UFPR lidera a coalizão de instituições, pesquisadores e sociedade civil engajadas na criação do CNBPD. Proposta é pioneira no Brasil.
“O Centro Nacional de Bens Públicos Digitais [CNBPD] será uma estrutura voltada à coordenação de iniciativas de software livre e outras tecnologias abertas, que vão fortalecer a autonomia brasileira”. Com essas palavras, Inácio Arruda, atual secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Governo Federal, anunciou, oficialmente, no dia 24 de novembro, a criação do CNBPD.
Mostrando o pioneirismo do CNBPD no Brasil, o anúncio do Centro aconteceu em Brasília, durante a reunião anual da DPGA (sigla em inglês para Aliança dos Bens Públicos Digitais), que é o principal encontro internacional sobre tecnologias abertas promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Ficamos muito felizes com o reconhecimento do Governo Federal e com o apoio da comunidade internacional de Bens Públicos Digitais ao Centro brasileiro”, agradeceu Marcos Sunye, reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que lidera a coalizão de instituições, pesquisadores e organizações da sociedade civil engajada na criação do CNBPD.
Além de Sunye, que representou o Centro na abertura do encontro internacional da DPGA, participaram dos três dias de atividades e reuniões setoriais, com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o professor da UFPR e coordenador do C3SL (Centro de Computação Científica e Software Livre), Marcos Castilho, acompanhado por Nésio Fernandes e Delfino Natal, membros do CNBPD.
Durante o encontro da Digital Public Goods Alliance (DPGA), o CNBPD teve um estande na feira de projetos, onde apresentou as soluções i-Educar (gestão escolar) e Libresign (assinatura digital), aos membros desta rede internacional dedicada à promoção de tecnologias abertas, interoperáveis e sustentáveis. Desde setembro, por iniciativa do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Brasil é membro da DPGA.
A formalização da adesão do Brasil à DPGA ocorreu durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Com isso, o país assumiu o compromisso de desenvolver, utilizar e compartilhar bens públicos digitais em escala global. “Vemos no apoio do secretário Inácio Arruda uma sinalização positiva, que o CNBPD terá apoio do governo para desenvolver suas atividades”, indicou Nésio Fernandes.
Evento, que conta com o apoio do C3SL, reuniu pesquisadores do Brasil todo no Centro Politécnico da UFPR
Teve início ontem o 14º Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE). Com cerca de 650 inscrições, o evento, que é um dos maiores da área na América Latina, reúne pesquisadores de diversos estados e recebeu quase mil trabalhos científicos submetidos. Deste total, 278 foram aceitos para apresentação em sessões técnicas, painéis, workshops e espaços de criatividade. Ao todo, mais de 1.200 autores participaram das submissões, avaliadas por cerca de 1.000 revisores.
“A Universidade Federal do Paraná está reafirmando o protagonismo enquanto uma instituição que pauta discussões de tecnologias educacionais, numa perspectiva responsável, alinhada ao Software Livre, alinhada à soberania digital e tecnológica”, afirmou Roberto Pereira, professor do Departamento de Informática e um dos organizadores.
A edição de 2025 tem como tema “Educação em Transformação: Inteligências que Moldam o Futuro”, com debates que seguem até 28 de novembro no Centro Politécnico da UFPR.
A vice-reitora da UFPR, Camila Fachin, destacou o papel da universidade na defesa da autonomia tecnológica. “A UFPR tem muito orgulho do C3SL e do DInf, que se pautam pela busca da soberania digital. Um dos objetivos da nossa gestão é que as universidades federais deixem de estar aprisionadas a grandes corporações tecnológicas e possam avançar em ferramentas de software livre. Para a Universidade, portanto, é uma honra receber este Congresso”, afirmou.
Tecnologia, educação e o desafio de preparar para futuros em mudança
A palestra de abertura foi conduzida pela professora Cecília Baranauskas, referência na área de Interação Humano-Computador e autora do primeiro livro brasileiro sobre o tema. Ela trouxe a provocação: “Estamos preparando nossos alunos para um mundo que já não existe mais?”
Cecília discutiu o design socialmente consciente e os impactos das transformações tecnológicas na educação. Questionou quais visões de mundo estão embutidas no desenvolvimento tecnológico e defendeu abordagens que considerem a aprendizagem como experiência corporificada, socioenativa e coletiva.
“Passamos por diversos momentos da relação com o computador. Inicialmente, os PCs era utilizado como uma ferramenta para a aprendizagem. Hoje, vivemos um momento em que os dispositivos somem, e a tecnologia está presente para além dos computadores. É o avanço das tecnologias pervasivas”, explicou ela.
A professora trouxe para o público como exemplo um projeto socioenativo, que leva a ideia de programação para o mundo físico. Nesse modelo, crianças realizam atividades programacionais sem usar diretamente o computador, construindo códigos de forma coletiva e corporificada. “Penso a programação como uma atividade que nasce do corpo, do movimento, do espaço e da colaboração”, afirmou. A proposta expande o conceito tradicional de pensamento computacional, que passa a ser socioenativo.
A professora também relembrou que, ainda em 1999, a Inteligência Artificial já aparecia como um dos temas mais frequentes em artigos do SBIE, indicando que muitas das discussões atuais têm raízes mais antigas.
Números do CBIE 2025
Além das atividades principais, o congresso reúne diferentes eventos associados. Entre os destaques:
SBIE: 535 trabalhos submetidos / 152 aceitos
WIE: 306 submetidos / 61 aceitos
CTD: 32 submetidos / 12 aceitos
AppsEdu: 50 submetidos / 31 aceitos
StudX: 21 submetidos / 13 aceitos
Somados, os eventos científicos receberam 944 submissões, com 278 artigos aceitos.
A programação inclui ainda mais de 300 trabalhos apresentados, 5 minicursos, 2 painéis, 1 palestra nacional e 1 palestra internacional.
Sobre o CBIE
O Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE) é um evento anual da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), criado para promover a troca de experiências entre as comunidades científica, profissional, governamental e empresarial da área. Em 2025, o tema “Educação em Transformação: Inteligências que Moldam o Futuro” propõe refletir sobre o impacto das inteligências humana, artificial e coletiva no futuro da educação, articulando inovação pedagógica, inclusão e novas tecnologias.
O Brasil vive um momento decisivo na definição de sua soberania digital. Enquanto o Supremo Tribunal Federal estabelece marcos regulatórios para que plataformas digitais respeitem a legislação nacional, o país ainda opera sob uma infraestrutura tecnológica majoritariamente privada, estrangeira e opaca. Sistemas que organizam educação, saúde e comunicação pertencem a empresas sediadas no exterior. A pergunta que se impõe é clara: quem controlará o futuro digital brasileiro? Eles ou nós?
Essa dependência não é acidental. Hoje, infelizmente, são os algoritmos de lucro, e não os princípios constitucionais, que determinam como os brasileiros acessam serviços tecnológicos essenciais. Quando a escola pública depende de plataformas estrangeiras, quando dados de saúde são armazenados fora do alcance da legislação nacional, quando o próprio atendimento ao cidadão é mediado por redes privadas, o Estado terceiriza sua função mais básica: servir ao interesse público. É nesse cenário que ganham força os Bens Públicos Digitais (BPDs) — uma ideia capaz de inverter essa lógica e recolocar o bem comum no centro da tecnologia.
BPDs são sistemas, plataformas, bancos de dados e ferramentas digitais criadas com recursos públicos e licenças abertas, voltadas à coletividade. São como o SUS ou o Pix: acessíveis, confiáveis, construídos para servir, não para extrair. Num mundo em que quase tudo passa por telas e conexões, garantir que parte dessa estrutura seja pública e nacional é um gesto de soberania. Sem isso, o país corre o risco de aprofundar desigualdades já brutais, só que agora na camada digital.
As corporações tecnológicas sabem disso e fazem de tudo para evitar que os BPDs prosperem. Sua estratégia é simples: vencer licitações com preços baixos iniciais, depois criar dependência através de tecnologias proprietárias e formatos fechados. O resultado? As administrações públicas ficam reféns de contratos que encarecem renovações e impossibilitam migrações. Professores precisam de contas Gmail para acessar material didático.Prefeituras perdem autonomia sobre dados de seus próprios cidadãos.
Essa não é apenas uma discussão técnica. É política, econômica e existencial. Manter a atual dependência digital é aceitar que a infraestrutura da cidadania seja determinada por termos de uso e não por direitos. Seguir nesse caminho é ceder ao viralatismo. O Brasil tem capacidade técnica e recursos para criar alternativas ao modelo imposto pelas Big Techs. O que nos falta é apenas coordenar a nossa vontade política de soberania.
Por isso, o primeiro passo é a linguagem. Precisamos fazer dos Bens Públicos Digitais (BPDs) uma ideia tão conhecida quanto o SUS, tão útil quanto o Pix, tão querida quanto o Real. Não haverá soberania digital brasileira sem infraestrutura própria, aberta, auditável e gerida com interesse público. Que o Brasil aprenda a amar os BPDs antes que seja tarde.
Marcos Sfair Sunye, reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor titular do Departamento de Informática (DINF-UFPR) e fundador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL).
O lançamento oficial do Food Valley Paraná, realizado nesta sexta-feira (24) na sede do Sicredi Vale do Piquiri, em Palotina, marcou o início de uma aliança estratégica entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Sistema Ocepar, com apoio das principais cooperativas agroindustriais do Oeste do Estado. A cerimônia reuniu lideranças do cooperativismo, gestores públicos e pesquisadores, consolidando o compromisso conjunto de transformar a região em um polo de referência em tecnologia e inovação no agronegócio.
O lançamento do Food Valley Paraná contou com a presença de autoridades do meio acadêmico, cooperativista e financeiro. Compuseram a mesa o reitor daUFPR, Marcos Sunye, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, o presidente do Sicredi Vale do Piquiri, Jaime Basso, e oprofessor Carlos Eduardo Zacarkim, diretor de Desenvolvimento e Integração dos Campi da UFPR, um dos idealizadores da iniciativa. Durante a manhã, Luis de Bona, pró-reitor de Planejamento e Dados da UFPR, apresentou a proposta do Food Valley aos presentes.
“É uma oportunidade, para nós, do Centro de Computação Científica e Software Livre [C3SL], aplicarmos nosssa expertise em resolver problemas reais e de grande porte, dentro de domínios especializados, como o agronegócio. O C3SL tem essa vocação de oferecer soluções com foco em problemas de interesse da sociedade, sempre visando a soberania nacional. No caso do Oeste do Paraná, isso passa necessariamente pela produção cooperada de alimentos”, concordou Marcos Castilho, coordenador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR. O C3SL será o executor da parceria entre UFPR e Ocepar.
Parceria entre universidade e cooperativas
O reitor da UFPR, Marcos Sunye, afirmou que o Food Valley representa um passo concreto na aproximação entre a universidade e o setor produtivo, com foco em desafios reais do agronegócio. Ele ressaltou o papel da UFPR como parceira estratégica, destacando o potencial científico e tecnológico da instituição. “Temos equipamentos de última geração, que podem e devem ser utilizados pelas cooperativas. Nosso objetivo é unir o conhecimento acadêmico à capacidade produtiva regional”, declarou.
Sunye reforçou que a iniciativa é fruto de uma postura institucional mais aberta, colaborativa e voltada à inovação aplicada. Segundo ele, a UFPR quer “convencer os pensadores a se debruçarem sobre os problemas complexos do setor produtivo” e oferecer soluções que aumentem a competitividade das cooperativas. “A universidade está diferente, mais integrada e disposta a diversificar suas fontes de financiamento. Queremos contribuir com o desenvolvimento do Estado e colocar nossa estrutura à disposição da sociedade”, completou..
Compromisso do cooperativismo paranaense
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destacou em sua fala o papel do cooperativismo paranaense como motor econômico e social do Estado. Ele lembrou que as cooperativas respondem por quase dois terços da produção de grãos e metade da proteína animal do Paraná, e que a parceria com a UFPR representa a oportunidade de transformar esse desempenho em inovação sustentável. “Essa aproximação entre cooperativas e universidade vai trazer uma realidade mais organizada e eficiente. Temos um modelo que dá certo e agora podemos potencializá-lo com base científica e tecnológica”, afirmou.
Ricken também ressaltou a mudança de cenário na relação entre academia e cooperativismo, elogiando a gestão da UFPR por sua abertura e sensibilidade às demandas do setor produtivo. “Vivemos uma fase em que a universidade está mais próxima, dialogando conosco e oferecendo conhecimento aplicado. Precisamos usar essa estrutura e esses equipamentos de ponta para avançar em inteligência artificial, automação e sustentabilidade”, destacou. O dirigente encerrou sua participação com entusiasmo: “Estamos diante de uma oportunidade histórica, mais do que otimismo — é entusiasmo pelo que está por vir”
Sicredi: anfitrião e articulador regional
O presidente do Sicredi Vale do Piquiri, Jaime Basso, abriu o evento destacando o caráter histórico da parceria e o orgulho em sediar o lançamento do Food Valley Paraná. Em seu discurso, Basso afirmou que a união entre cooperativas, universidade e instituições financeiras simboliza uma nova fase para o agronegócio do Oeste do Paraná, baseada em inteligência coletiva e inovação tecnológica. “Quando reunimos toda essa inteligência que já existe na região e conseguimos agir em conjunto, todos ganham com isso”, disse, ressaltando que o desenvolvimento tecnológico gera prosperidade e qualidade de vida para as comunidades locais
O dirigente também enfatizou o papel do cooperativismo como força de coesão e transformação regional. Ao convidar os presentes a conhecerem as instalações do Sicredi em Palotina, Basso destacou o investimento contínuo da instituição em infraestrutura e tecnologia. “É uma imensa honra receber este lançamento e contribuir para a construção de um futuro mais próspero e sustentável. O Sicredi estará sempre junto, seja o Vale do Piquiri, o Progresso, a Vanguarda ou a Aliança, porque acreditamos no desenvolvimento coletivo”, completou..
Um marco para o desenvolvimento regional
Durante a cerimônia, Sunye e Ricken assinaram o Memorando de Entendimento que formaliza a criação do hub de inovação, com foco em pesquisa aplicada, biotecnologia, sustentabilidade e economia de dados. A iniciativa é coordenada pelo professor Carlos Zacarkim, diretor de Desenvolvimento e Integração dos Campi da UFPR, e contará com a participação de docentes, estudantes e técnicos da universidade, em parceria com as cooperativas da região.
O Food Valley Paraná, idealizado no campus da UFPR em Palotina, nasce como um ecossistema de inovação aberto, voltado a desenvolver soluções tecnológicas para o agronegócio e para o fortalecimento das economias locais, reforçando o papel do cooperativismo como motor do desenvolvimento sustentável do Estado.
Projeto pioneiro integra universidade e cooperativas para criar soluções tecnológicas adaptadas ao clima e solo do Paraná, impulsionando a competitividade do setor agrícola
Nesta sexta-feira (24), será oficialmente lançado o Food Valley Paraná, o primeiro ecossistema de inovação tecnológica dedicado ao agronegócio e cooperativismo no estado. O evento acontecerá na sede administrativa do Sicredi, em Palotina, durante o 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro, reunindo pesquisadores, líderes cooperativistas, produtores rurais e autoridades do setor agroindustrial paranaense.
A iniciativa, liderada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), tem como objetivo aproximar a pesquisa acadêmica das demandas das cooperativas e dos produtores rurais, promovendo o desenvolvimento de soluções tecnológicas sob medida para o campo paranaense. O projeto conta com apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sistema Ocepar, Sicredi, C-Vale e Frimesa.
Estão confirmadas as presenças do reitor da UFPR, Marcos Sunye, do secretário da SEAB, Márcio Nunes, e do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. Para o pesquisador do C3SL e professor do Departamento de Informática da UFPR, Luis de Bona, o projeto marca uma transformação significativa. “O Food Valley é a oportunidade única de conectarmos nossa vocação para inovação com o futuro do agronegócio. Estamos criando um ambiente onde a tecnologia de ponta encontra os desafios reais do campo, permitindo que o agro paranaense cresça de forma ainda mais conectada com o futuro”, ressalta.
Carlos Zacarkim, professor e pesquisador do departamento de engenharia da UFPR em Palotina, reforça a importância do hub: “O Food Valley representa um marco essencial para o fortalecimento da agroindústria paranaense, impulsionando a inovação integrada entre ciência, tecnologia e cooperativismo. É um catalisador para ampliar a competitividade do nosso agro e abrir novas fronteiras de desenvolvimento sustentável”.
Zacarkim destaca ainda o desafio da dependência tecnológica: “O Paraná exporta alimentos para todo o mundo, mas ainda importa a maior parte da tecnologia utilizada na produção. Nossa produção é guiada principalmente por sistemas e equipamentos com tecnologia importada, muitas vezes projetados para outras realidades climáticas e de solo diferentes das nossas”, reforça.
O Food Valley Paraná surge para atender a esse paradoxo ao propor transformar o Paraná não apenas no celeiro do mundo, mas no maior laboratório de inovação, com tecnologias que atendam especificamente às condições locais, gerando maior eficiência e sustentabilidade para o agronegócio. O evento de lançamento na sede do Sicredi em Palotina reunirá gestores, líderes e especialistas para debater e construir soluções tecnológicas alinhadas com as demandas reais das cooperativas e dos produtores rurais.
Evento: 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro – Food Valley Paraná Data: 24 de outubro de 2025
Local: Sicredi Palotina (Av. Presidente Kennedy, 2384 – Jardim Itália, Palotina – PR) Realização: UFPR, C3SL, OCEPAR Apoio: Sicredi, IDR-Paraná, Governo do Estado do Paraná, Sistema Ocepar, C-Vale, Frimesa
Hospedagem local da infraestrutura digital permite ao C3SL total autonomia sobre armazenamento, acesso e processamento de informações
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), laboratório de inovação vinculado ao Departamento de Informática (Dinf) da UFPR, adotou as plataformas abertas Matrix e Nextcloud para garantir sua soberania digital, mantendo total controle sobre dados e infraestrutura tecnológica. A iniciativa visa substituir serviços proprietários como Discord, Microsoft Teams/Office 365, WhatsApp e Telegram, reduzindo a dependência de fornecedores externos e protegendo o patrimônio intelectual da instituição.
No cotidiano do C3SL, o Matrix substitui canais tradicionais de comunicação proporcionando tanto chats assíncronos quanto videoconferências para reuniões remotas. Já o Nextcloud ocupa o lugar de suítes proprietárias como Microsoft Office e Google Docs, facilitando o armazenamento, criação e compartilhamento colaborativo de documentos, apresentações, mídias e relatórios em ambiente controlado.
Para Marcos Castilho, um dos fundadores do C3SL e professor do Dinf, o laboratório atua como um centro de inovação em software livre. Desta forma, está na base do centro de pesquisa o desenvolvimento e adoção de soluções tecnológicas que promovam a autonomia digital. “Como um laboratório pioneiro em software livre, o C3SL tem o papel fundamental de fomentar a inovação tecnológica aberta, criando soluções que garantem a soberania digital e fortalecem uma cultura colaborativa essencial para o avanço do Brasil na área de tecnologia,” ressalta Castilho.
Segundo Fernando Kiotheka, mestrando em informática, bolsista e integrante da equipe Root do C3SL, quando os dados ficam no controle de terceiros, eles podem ser usados como reféns para forçar a aplicação de contratos abusivos. “O exemplo recente do Slack, que aumentou em 190 mil dólares por ano o preço para uma instituição sem fins lucrativos, ameaçando deletar 11 anos de mensagens em uma semana, mostra o risco real dessa extorsão”, destaca Kiotheka.
No caso do uso do protocolo Matrix e do Nextcloud, o aspecto central da soberania é garantido pela hospedagem dessas ferramentas no data center próprio do C3SL, eliminando intermediários e agentes externos. “Todos os dados são armazenados e processados em nossa infraestrutura local, sem controle de agentes externos,” reforça Kiotheka, apontando ainda para a integração das plataformas com o sistema de login institucional do C3SL, o que evita a criação de contas em serviços de terceiros e preserva a unidade do ambiente colaborativo.
Um dos benefícios-chave da escolha por Matrix e Nextcloud está na federação, que possibilita conexões e colaboração segura entre universidades e institutos de pesquisa, nacionais e internacionais. Fernando cita, por exemplo, uma rede de universidades alemãs que utiliza o Matrix para intercomunicação, sugerindo que o futuro das parcerias acadêmicas reside em plataformas livres e descentralizadas.
A arquitetura descentralizada do Matrix também permite liberdade para adotar implementações variadas e até mesmo desenvolver aplicações próprias pré-configuradas, ampliando a flexibilidade do C3SL. Do ponto de vista técnico, o desafio de gerir sistemas complexos é enfrentado por meio do uso de Kubernetes, práticas de implantação contínua e infraestrutura como código versionado, destacando a especialização da equipe do laboratório.
Embora o foco atual do C3SL esteja na implantação das tecnologias, já há planos para contribuir ativamente com a comunidade open source, produzindo documentação técnica e desenvolvendo plugins para integrar serviços adicionais no Nextcloud, como Overleaf e BigBlueButton.
No que tange ao capital intelectual da instituição, o uso dessas plataformas reforça a preservação do conhecimento interno. Diferentemente de dados dispersos em documentos proprietários e conversas em aplicativos variados que correm risco de se perder com a saída de colaboradores, o C3SL que atualmente concentra o trabalho em repositórios Git, agora conta também com Matrix e NextCloud. Isso garante que informações relevantes fiquem acessíveis à equipe e possam ser recuperadas a qualquer momento, fortalecendo a manutenção do legado coletivo.
O Centro Nacional de Bens Públicos Digitais será sediado na UFPR e reunirá iniciativas voltadas à soberania digital e às tecnologias abertas e livres.
Resultado da articulação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) com pesquisadores e instituições de ensino e inovação de todo o país, está em fase final de estruturação o primeiro Centro Nacional de Bens Públicos Digitais (CNBPD) da história do Brasil.O CNBPD terá como objetivo fortalecer o ecossistema nacional de software livre e bens públicos digitais, reunindo soluções tecnológicas abertas e colaborativas voltadas ao interesse público.
“Hoje, os órgãos públicos não sabem a quem recorrer para buscar soluções tecnológicas. Não há uma orientação para os gestores sobre como encontrar alternativas às big techs, desenvolvidas em solo nacional e tão eficientes quanto quaisquer produtos estrangeiros. O Centro Nacional desempenhará esse papel aglutinador, de tornar conhecidos os Bens Públicos Digitais feitos no Brasil”, explica Marcos Sunye, reitor da UFPR e fundador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL).
O CNBPD funcionará como um núcleo de governança e repositório nacional de iniciativas digitais livres, interoperáveis e sustentáveis, desenvolvidas por universidades, órgãos públicos, empresas, cooperativas tecnológicas e comunidades de software. A iniciativa está alinhada às diretrizes da ONU e da Digital Public Goods Alliance (DPGA), que definem os bens públicos digitais como instrumentos para ampliar a inclusão social, a transparência e a autonomia tecnológica.
Paralelamente, está em curso a formação da Aliança Nacional pelos Bens Públicos Digitais, que reunirá universidades, governos, empresas públicas e privadas, cooperativas e organizações da sociedade civil. Regida por uma Carta de Princípios, a Aliança prevê termos de adesão para instituições e pessoas interessadas e orienta os compromissos de licenciamento livre, governança participativa e sustentabilidade das soluções digitais.
“O atual estágio da luta por um projeto nacional soberano exigia um novo instrumento. Precisávamos de uma iniciativa que, partindo do poder público e alinhada ao interesse coletivo, permitisse à sociedade civil se organizar e assumir o desafio de articular uma experiência nacional de bens públicos digitais”, afirma Nésio Fernandes, da Organização Colibri para o Desenvolvimento da Saúde Única, uma das entidades envolvidas na articulação do CNBPD.
Expertise do C3SL será a propulsora do novo Centro Nacional
“O Brasil tem experiência consolidada em software público. O objetivo agora é atualizar e coordenar nacionalmente esse esforço, com a UFPR exercendo um papel articulador”, afirma o reitor Marcos Sunye. A ideia é usar o expertise de 20 anos do C3SL como propulsor do CNBPD, uma vez que ele foi o responsável por projetos como o Paraná Digital, o Linux Educacional e diversas plataformas de monitoramento e gestão de dados públicos, o que confere à universidade experiência técnica e institucional na área.
Para Nésio Fernandes, a combinação de iniciativas consolidadas com projetos inovadores é um diferencial do CNBPD. “Essa articulação se dará com base tanto em experiências já consolidadas quanto em novas iniciativas capazes de impulsionar o desenvolvimento em seu sentido estrito. O objetivo é criar uma superestrutura institucional que seja, ao mesmo tempo, colaborativa e potente para o avanço da soberania digital no país”, adianta.
O lançamento do CNBPD está previsto para novembro de 2025 e a UFPR está organizando o processo de adesão à Carta de Princípios da Aliança Nacional para receber inicialmente as universidades brasileiras.
Primeiro hub de inovação tecnológica para o agro paranaense será inaugurado com evento em 24 de outubro
A Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), anuncia a criação oficial do Food Valley Paraná, ecossistema de inovação tecnológica que conecta a demanda das cooperativas e produtores rurais com a capacidade de pesquisa de ponta da maior universidade do estado. O lançamento do Food Valley será realizado durante a programação do 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro, no dia 24 de outubro, na sede administrativa do Sicredi em Palotina, reunindo gestores, líderes e dirigentes do setor para debater e construir soluções tecnológicas alinhadas com as demandas do campo.
O evento conta com o apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sistema Ocepar, Sicredi e C-Vale, fortalecendo a cooperação entre universidade, cooperativas e entidades públicas para o desenvolvimento da agrotecnologia no Paraná.
Para o pesquisador do C3SL e professor do Departamento de Informática da UFPR, Luis de Bona, o projeto representa um marco na transformação do Paraná em um “laboratório vivo de novas tecnologias” para o agronegócio, unindo a expertise acadêmica da UFPR com a força do cooperativismo paranaense. “O Food Valley é a oportunidade única de conectarmos nossa vocação para inovação com o futuro do agronegócio. Estamos criando um ambiente onde a tecnologia de ponta encontra os desafios reais do campo, permitindo que o agro paranaense cresça de forma ainda mais conectada com o futuro”, destaca.
Para Carlos Eduardo Zacarkim, professor e pesquisador do departamento de engenharia da UFPR Palotina, o HUB da UFPR com o Food Valley representa um marco essencial para o fortalecimento da agroindústria paranaense, ao impulsionar a inovação integrada entre ciência, tecnologia e cooperativismo. É um catalisador para ampliar a competitividade do nosso agro e abrir novas fronteiras de desenvolvimento sustentável.
O objetivo do Food Valley Paraná é desenvolver soluções tecnológicas próprias e sob medida para os desafios reais das cooperativas, reduzindo a dependência de tecnologias importadas. O Paraná exporta alimentos para todo o mundo, mas ainda importa a maior parte da tecnologia utilizada na produção.
“Nossa produção, em sua grande maioria, é guiada por sistemas e equipamentos com tecnologia importada. Muitas vezes, os sistemas disponíveis no mercado foram projetados para outras realidades, com climas e solos diferentes dos nossos”, explica Zacarkim. O Food Valley surge como resposta a este paradoxo: transformar o Paraná não apenas no “celeiro do mundo”, mas também no “maior laboratório de inovação”, criando tecnologias que atendam especificamente às condições locais e tragam maior eficiência.
SOBRE O C3SL
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um laboratório de inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) reconhecido nacional e internacionalmente pela produção de tecnologias públicas e soluções em larga escala para o Estado brasileiro. Desde 2002, o C3SL atua no desenvolvimento de sistemas de informação voltados à educação, transparência e inclusão digital, com ênfase em software livre, dados abertos e infraestrutura pública de tecnologia. Seus projetos atendem milhões de usuários e consolidam o C3SL como uma das principais referências em ciência de dados aplicada a políticas públicas no país.
Evento: 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro – Food Valley Paraná Data: 24 de outubro de 2025
Local: Sicredi Palotina (Av. Presidente Kennedy, 2384 – Jardim Itália, Palotina – PR) Realização: UFPR, C3SL, OCEPAR Apoio: Sicredi, IDR-Paraná, Governo do Estado do Paraná, Sistema Ocepar