Iniciativa do C3SL, Simope contém dados sobre as mais variadas áreas e foi financiada pelo Governo Federal
Uma parceria do Centro de Computação Científica e Software Livre da Universidade Federal do Paraná – UFPR –, o C3SL, com a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, lançou neste ano o Simope – Sistema de Monitoramento de Políticas Étnicos-Raciais. A ferramenta reúne dados e indicadores de diversas plataformas como o CadÚnico, do Ministério da Cidadania, o Censo Escolar e o Censo da Educação Superior do Inep, da Funai, Incra e diversas outras bases de dados.
O projeto, que estava sendo desenvolvido pelo C3SL desde 2016 possui aproximadamente 300 gB. Em outras palavras, é possível dizer que o Simope reúne dados de todos os alunos, professores e instituições do ensino superior desde 2010. “Essa já era uma demanda do Governo Federal, que buscava um sistema de monitoramento de políticas públicas que funcionasse de forma evolutiva. Por meio de um convênio proposto pela UFPR foi possível chegar em um resultado de interesse mútuo, em que a Universidade também atingiu um ganho no que diz respeito às pesquisas acadêmicas em desenvolvimento de softwares e banco de dados”, explica Marcos Didonet, professor da UFPR e pesquisador que coordenou a pesquisa.
Além do pesquisador, diversos outros pesquisadores do Centro de Computação estiveram envolvidos, e o objetivo principal do projeto é fornecer dados que auxiliem no monitoramento de políticas públicas, dando visibilidade à população negra e comunidades tradicionais. “Nem sempre as plataformas disponíveis oferecem simplicidade na consulta, sobretudo quando se trata de uma grande quantidade de dados”, explica Didonet.
O sistema, que possui um Guia de Orientação de Uso, oferece em formas de tabelas e gráficos a evolução, por exemplo, do sistema de cotas para a população negra nas instituições de ensino superior. Além disso, é possível acompanhar a presença territorial de comunidades quilombolas, povos indígenas, povos ciganos, e informações com recorte étnico-racial relacionadas ao universo do trabalho, da educação e de políticas como o Fies e o Prouni.
Atualização constante
Para que possa ser uma ferramenta contínua de avaliação, os pesquisadores desenvolveram ainda uma plataforma que permite atualização constante, integrada às bases de dados utilizadas. “A maioria dos sistemas existentes nesse formato não oferecem dados sobre a evolução, no formato em que o Simope foi pensado. São sistemas fechados ou que não permitem evolução ou ainda auditoria”, conta Didonet.
Ainda, na plataforma, é possível observar a participação dos estados e municípios no Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), e informações a respeito de projetos como editais públicos, emendas parlamentares, entre outros. “O C3SL possui longos anos de experiência em pesquisa e desenvolvimento em ciência da computação. Por isso, é possível realizar pesquisas de ponta, além da formação de alunos desde a graduação até o doutorado, enriquecendo assim a pesquisa científica e oferecendo ao poder público e, principalmente, à população, produtos e serviços que contribuem para o desenvolvimento da sociedade”, finalizou Didonet.
Sobre o C3SL
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR, registrado no Diretório de grupos de pesquisa do CNPq. Realiza pesquisas que dialogam com diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas quanto para instituições e órgãos públicos.
As pesquisas do C3SL estão em diversas áreas da ciência da computação, como Banco de Dados, Engenharia de Software, Redes e Sistemas Distribuídos, Redes de Computadores e Inteligência Artificial. O grupo também atua na migração de sistemas proprietários para plataformas de software livre e na otimização de pessoal e de custos de soluções de hardware e software.
São seis linhas de pesquisa ativas, todas elas com diversos projetos em andamento ou já concluídos, os quais se encontram em uso pelas empresas ou órgãos solicitantes: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação.
Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.