SOLUÇÃO PARA CONTROLE DAS FILAS
Com o objetivo de propor uma solução para otimizar o controle de fluxo de filas das cirurgias eletivas da saúde da mulher, realizadas em um Hospital do SUS, Simone Cristiane de Souza, defendeu sua dissertação de mestrado, no último dia 19 de agosto. Sua proposta de solução diminui em até 30% as filas de cirurgias eletivas em Hospitais Públicos.
Sendo servidora do Hospital de Clínicas (HC) e bolsista do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), Simone juntamente com o criador da base de dados da solução, Dante Aléo, também bolsista do C3SL, cria uma metodologia que emprega inicialmente a coleta das informações, entre 2017 e 2018.
Durante este período, foram coletados dados estatísticos, diretamente do portal da transparência do Ministério da Saúde e verificou-se que no Hospital Universitário, entre três especialidades diferentes, o alto tempo médio de espera na fila, faz com que haja licenças anestésicas (LA) vencerem, causando prejuízo ao SUS.
Numa amostra de seiscentos pacientes em fila de espera, todo mês vinte e oito novos pacientes entram nesta fila. Com cerca de vinte procedimentos realizados ao mês, o tempo médio de espera nesta fila é de dois anos. Isto acarreta no vencimento de cento e trinta e seis liberações anestésicas. O vencimento das LAs faz com que estes pacientes retornem ao início do processo, que consiste em voltar à consulta com especialista, refazer exames, obter a liberação anestésica, retornar ao especialista e ser incluído na lista de espera, para tentar realizar o procedimento.
A solução proposta utiliza a estrutura de dados de fila a qual o primeiro entrar é o primeiro a sair. Além disto é utilizado, também, o conceito de buffer infinito com prioridade. Buffer em computação, é uma região de memória física utilizada para armazenar temporariamente os dados enquanto eles estão sendo movidos de um lugar para outro.
Estes conceitos foram integrados com as determinações da Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA, em inglês), o que estabelece critérios de prioridades:
ASA III – na cor vermelha – com três meses de validade a L.A. – e são usadas para pacientes acima de 60 (sessenta) anos e/ou com várias comorbidades e quadro clínico agravado.
ASA II – na cor amarela – com seis meses de validade a L.A. – e são usadas para pacientes com idade até 60 (sessenta) anos e que apresentam algum tipo de comorbidade com quadro clínico intermediário.
ASA I – na cor verde – com um ano de validade a L.A. – e são usadas para os pacientes que não possuem nenhuma comorbidade e com quadro clínica estável.
Aplicando estes conceitos temos na prática a diminuição considerável das filas e também a diminuição dos custos.
Ao comparar o sistema atual com o proposto, observamos que o tempo de espera que era de três anos para os pacientes incluídos no critério ASA I, cairia para um ano, caso utilizado a proposta em pauta. No caso de paciente pertencentes ao critério ASA II que precisavam esperar dois anos, agora precisaria esperar seis meses. E o paciente do ASA III, que hoje espera um ano, precisaria esperar três meses.
Com o tempo de espera reduzido é almejado que haja uma queda no número de óbitos e outros (desistências, etc.). A projeção na forma atual, é que haja 180 pessoas que se enquadram neste número, enquanto que na proposta defendida este número seria de 30 pessoas.
Interface da aplicação desenvolvida por Dante Aléo
Por Marcia Cristina Varella Ehrenfried
Serviço:
Link de acesso à dissertação