Pesquisadores do C3SL têm trabalhos aprovados em seminário que debate os desafios da computação no país

Evento promovido pela Sociedade Brasileira de Computação reúne contribuições de especialistas do Brasil sobre as lacunas e problemas que a área precisa enfrentar nos próximos dez anos

Pesquisador do C3SL e professor do Dinf, Eduardo Almeida, coautor “This Future Without SQL”

Quais os desafios a serem enfrentados para garantir o avanço tecnológico e a inclusão digital no país nos próximos dez anos? A resposta a tal questionamento será foco do IV Seminário de Grandes Desafios da Computação, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), entre os dias 27 e 28 de novembro. O seminário reunirá especialistas, acadêmicos, representantes da indústria e da sociedade civil de todo o país para identificar lacunas e problemas que a área precisa enfrentar no decênio 2025-2035. Com dois trabalhos aprovados para apresentação no evento, os pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e professores do Departamento de Informática (Dinf) da UFPR, André Grégio e Eduardo Almeida, estão entre os especialistas que definirão as diretrizes da computação do país.

Os desafios abordados no evento não se limitam a temas tradicionais de pesquisa, mas buscam uma abordagem multidisciplinar que considere as interações entre tecnologia, sociedade e ética. Os participantes são incentivados a propor novas questões que refletem a rápida evolução da tecnologia e suas implicações. A escassez de profissionais qualificados na área de tecnologia da informação, a preocupação com inclusão digital, o aumento do cenário da desinformação e a preocupação com medidas de cibersegurança são alguns dos pontos que devem balizar os debates nos dois dias de evento em São Paulo.

Para o pesquisador do C3SL e especialista na área de cibersegurança, André Grégio, os desafios da computação nos próximos dez anos exigem uma abordagem colaborativa entre academia, indústria e sociedade, focando na formação de profissionais qualificados e na promoção de políticas públicas que garantam a inclusão digital e a segurança cibernética.  “Após ingresso na CESeg – Comissão Especial de Cibersegurança da SBC – e convite para participar como co-autor do artigo, pude trazer um pouco da experiência de ter criado a disciplina de Segurança Computacional há 8 anos no Departamento de Informática da UFPR (tornada obrigatória para os cursos de Bacharelado em Ciência da Computação e Informática Biomédica) e introduzido conceitos básicos de programação segura em disciplinas de início de curso. Foi uma honra poder escrever em conjunto com meus notórios colegas, professores e pesquisadores de cibersegurança em diversas universidades públicas e privadas do país e ter essa visão abrangente da área”.

As duas publicações com participação dos pesquisadores da UFPR no evento serão apresentadas no eixo Grandes Desafios da Computação, nesta quarta-feira (27/11/2024). Uma das contribuições do C3SL para o debate centraliza os olhares para uma série de desafios na área da computação segura, como contra-ataques cibernéticos e salvaguarda da privacidade dos usuários. Intitulado “Os Desafios de Cibersegurança dos Referenciais do BCS/SBC”, o artigo parte da leitura dos documentos de formação de curso de Bacharelado em Cibersegurança, idealizados pela Comissão Especial de Cibersegurança da SBC, para estruturar oito eixos de debate sobre o tema para o próximo decênio.

Uma das principais contribuições é propor diretrizes para a formação de novos especialistas na área. Os desafios destacados no trabalho incluem Segurança de Dados, Segurança de Sistemas, Segurança de Conexão, Segurança Organizacional, Fatores Humanos em Segurança, Segurança e Sociedade, Segurança de Software e Segurança de Componentes. A educação é um elemento central em todos esses eixos, refletindo a necessidade urgente de capacitar profissionais qualificados.

Entre os desafios destacados, está a mitigação dos riscos associados à computação quântica, que ameaça a segurança dos dados atualmente protegidos por criptografia convencional. A pesquisa em criptografia pós-quântica (PQC) é uma das soluções propostas para enfrentar essa nova realidade. No debate proposto pelos autores do artigo para o evento da SBC, destaca-se também uma preocupação com ações que fomentem a educação em cibersegurança no país. Para tanto, é fundamental a promoção de políticas públicas com foco em programas educativos, na capacitação de professores para formar as próximas gerações em boas práticas de segurança digital, e na parceria entre as instituições públicas e a indústria.

Além de Grégio, o artigo é assinado pelos pesquisadores: Aldri Santos (UFMG), Altair Santin (PUCPR), Carlos Raniery (UFSM), Daniel Batista (USP), Dianne Medeiros (UFF), Diego Kreutz (UNIPAMPA), Diogo Mattos (UFF), Edelberto Franco (UFJF), Igor Moraes (UFF), Lourenco Pereira Jr (ITA), Marcos Simplício (USP), Michele Nogueira (UFMG), Michelle Wangham (UNIVALI, RNP), Natalia Fernandes (UFF), e Rodrigo Miani (UFU).

Outro trabalho com professor da UFPR no evento é o artigo “This Future Without SQL”, de autoria do pesquisador do C3SL, Eduardo Almeida, em parceria com os pesquisadores Eduardo Pena (UTFPR) e Altigran Silva (UFAM). O trabalho propõe um paradigma de interação em base de dados sem o SQL (Structured Query Language), hoje a principal linguagem para consulta e manipulação de dados em bancos relacionais. Neste novo paradigma, as consultas podem ser realizadas diretamente em linguagem natural, eliminando a necessidade de conhecimentos técnicos avançados.

Segundo os pesquisadores, dentre as vantagens do novo paradigma, destaca-se a acessibilidade, na medida em que usuários não técnicos poderiam interagir com os dados sem a necessidade de conhecimento de linguagem; a efici6encia, na medida em que consultas complexas poderiam ser realizadas com mais rapidez e precisão, capturando a intenção do usuário de forma mais eficaz; e o aspecto de inovação, a considerar que uma nova interface abriria caminho para serviços personalizados em áreas como suporte ao cliente e recomendações rápidas.

Pesquisadores do C3SL são finalistas em desafio nacional de cibersegurança

Evento que integra programação do SBSeg reuniu competidores no ITA para explorar vulnerabilidades em sistemas computacionais

Os pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e da equipe do SECRET, grupo de pesquisa de segurança e engenharia reversa ligado ao Laboratório de Redes e Sistemas Distribuídos (LarSiS) da UFPR, foram os campeões entre os participantes presenciais da segunda edição do Capture the Flag (CTF). Promovido pelo Programa Hackers do Bem, o desafio de cibersegurança foi realizado no último dia 15 de setembro, durante a programação do Simpósio Brasileiro de Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais (SBSeg).

Após oito horas de maratona com temas como web, forense, engenharia reversa, criptografia, PWN e hardware, os dois pesquisadores e bolsistas do C3SL, o mestrando do PPGInf, Cláudio Torres e o doutorando do PPGInf, Jorge Pires Correia; ficaram com o primeiro e o terceiro lugar no ranking dentre os 29 competidores que participaram presencialmente do CTF.

Para os pesquisadores do C3SL e coordenadores do SECRET, Vinícius Fülber Garcia e André Grégio, o reconhecimento na competição fortalece o papel dos grupos de pesquisa na formação de profissionais mais conscientes e preparados para atuar na área de cibersegurança. “O resultado da competição é um reflexo do empenho e da dedicação de nossa equipe na UFPR, reforçando a qualidade da pesquisa que realizamos no SECRET. Importante destacar também que o CTF contribui significativamente para a promoção da educação em segurança cibernética, preparando nossos alunos para os desafios do futuro”, aponta Fülber.

No ranking geral do evento, que reuniu 281 inscritos entre os participantes presenciais e em modalidade remota, os dois pesquisadores da UFPR ficaram com o sexto e décimo lugar no CTF. Os dez melhores competidores receberam prêmios de R$ 300 a R$ 3 mil em gift cards patrocinados pelo Google. 

O CTF é um desafio em que os participantes precisam explorar vulnerabilidades em sistemas, solucionando o máximo de problemas em menor tempo possível. Conforme os competidores vão resolvendo com sucesso cada desafio, eles vão capturando as bandeiras (flags). Cada bandeira pode apresentar peso diferente na contagem final. Assim, bandeiras correspondentes a desafios que foram resolvidos por um menor grupo de pessoas respondem por um peso maior no score final.

Durante o CTF, o SECRET foi representado também pelos competidores: Lucas Alionço, Anderson Frasão, Yago Furuta, Davi Campos Ribeiro, Pedro Henrique Friedrich Ramos, Ruibin Mei e Bernardo Pavloski Tomasi. A segunda edição do CTF no SBSeg foi realizado com apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e patrocínio do Google e infraestrutura da Google Cloud Platform e Magalu Cloud.

Bolsistas do C3SL participam da primeira etapa da Maratona de Programação

Equipes buscam neste sábado (31), em Joinville, classificação para a etapa nacional da maratona promovida pela SBC

Neste sábado (31), sete bolsistas de graduação e do mestrado do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) participarão da primeira fase da Maratona de Programação, em Joinville. Os competidores do C3SL integram as 16 equipes que representarão o Departamento de informática da UFPR na etapa regional, classificatória para a fase nacional, que ocorrerá de 8 a 10 de novembro em João Pessoa. Participam do evento em Santa Catarina os bolsistas: Gabriel Lisboa Conegero, Anderson Aparecido do Carmo Frasão, Marcus Vinícius Residoefer Pereira, Muriki Gusmão Yamanaka, Luize Cunha Duarte, João Meyer Muhlmann, e o mestrando Fernando Kiotheka como coach das equipes.

Os times que seguem para a etapa regional foram selecionados entre 25 inscritos na maratona interna da UFPR, realizada no início de agosto. A maratona da SBC é um dos principais eventos de programação do Brasil. Nela, os participantes têm a tarefa de resolver o maior número possível de problemas em um período de cinco horas. Cada equipe composta por três estudantes, tem acesso a apenas um computador e material impresso, como livros e manuais, para ajudá-los a encontrar soluções. A competição exige colaboração intensa entre os membros da equipe, que devem identificar os problemas mais simples, projetar testes e desenvolver soluções que serão avaliadas por juízes.

Confira abaixo a lista completa de alunos da UFPR que participam da primeira fase d maratona neste sábado:

  • Time: The Tortured Programmers Department – Juliana Zambon; Luize Cunha Duarte; Millena Suaini Costa.
  • Time: /* very well-informed guess */  – Pedro Vinicius de Sousa da Silva; Raul Gomes Pimentel de Almeida; Thiago José Theobaldo Trannin.
  • Time: Programação Casual – David Lucas Pereira Gomes; Gabriel Lisboa Conegero; Roberto Sprengel Minozzo Tomchak.
  • Time: Trepa Colinas – Anderson Aparecido do Carmo Frasão; Marcus Vinícius Residoefer Pereira; Muriki Gusmão Yamanaka.
  • Time: Circuito_Honors – Antonio de Ressureição Filho; Arthur Ribas de Oliveira; Nathan Endo.
  • Time: TremBoys – Eduardo Alencar Furtado Machoski; Enzo Langer; Igor Neves da Silva.
  • Time: Fault || criatividade – Alexandre de Oliveira Plugge Freitas; Guilherme Pateiro; Rafael Munhoz de Cunha Marques.
  • Time: Blumenau Paulista – Kauê de Amorim Silva; Vinícius Hasse Nascimento; Víctor Hugo Weigmann Chequer Maia.
  • Time: Senior HTML Engineers – Bruno Corrado Crestani; Leonardo Pfeng; Gustavo Friedrich Jakobi.
  • Time: Dinossaurada – João Meyer Muhlmann; Tiago Augusto Fiatte Prestes; Vitor Faria Medeiros da Silveira.
  • Time: Kão – Camila Yuki Shibata; Leonardo Prazeres Tosin; Raphael Gaias Wrublewski.
  • Time: DiPolo Induzido – Gabriel Henrique Polo; Pedro Pierobon Marynowski; Vinícius Gregorio Fucci.
  • Time: Davi’s Fan Club – Fernando de Barros Castro; Vinicius Jeremias dos Santos; Ruibin Mei.
  • Time: Os 3 Reprovados – Matheus Gimenes da Silva Viana; Matheus Telles Batista; Davi Garcia Lazzarin.

Dinf e C3SL sediam etapa zero da Maratona de Programação da SBC em Curitiba

Neste sábado (25), será realizada a etapa zero da Maratona de Programação da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Esta é uma fase nacional da competição de programação, aberta aos alunos de graduação do ensino superior e do ensino médio de todo o país e equipes de instituições da América Latina. Em Curitiba, o Departamento de Informática da UFPR (Dinf) e o Centro de Computação Científica e de Software Livre (C3SL) vão receber os competidores nesta fase.

Bolsista do C3SL e um dos organizadores da etapa zero, Fernando Kiotheka aponta que as maratonas são excelentes oportunidades de desenvolvimento de trabalho conjunto de visibilidade frente à comunidade de programadores e de fortalecimento da rede de contatos.  “A maratona propicia um ambiente de experiências muito rico, possibilitando muitas oportunidades de aprendizado e emprego. Os maratonistas são ótimos cientistas da computação, pois aprendem a fundo muito conteúdo da área, sendo excelentes em matemática e resolução de problemas, formando ótimos pesquisadores. E os maratonistas também são programadores extremamente competentes que trabalham com abstrações de alta complexidade e que conseguem resolver problemas também altamente complexos”, afirma.

Bolsista do C3SL, Kiotheka é um dos organizadores das maratonas da SBC – Foto: acervo pessoal

Para Kiotheka, o evento aberto ao público geral e com atividades online propicia um espaço com integração de estudantes de vários locais. A fase zero recebeu 895 inscrições de equipes, das quais 846 do país, e 49 de times de alunos da América Latina, como Universidad Panamericana, do México, e Universidad Nacional de Ingeniería, no Peru. “A fase zero é a fase mais democrática da maratona porque é online e todo mundo consegue participar, então é a que tem recorde de participação de longe. Isso faz com que a maratona alcance vários lugares que normalmente não seriam alcançados tradicionalmente. Isso motiva muito o pessoal a participar das próximas fases e conhecer a maratona”, reforça.

Além da integração internacional, o evento também abre espaço para os alunos do ensino médio, que estão decidindo quais caminhos vão seguir na graduação. Esta edição da fase zero contará com 56 equipes do ensino médio. “Pro pessoal do Ensino Médio é uma oportunidade de fazer uma prova que geralmente é voltada apenas para a graduação, e já se iterar no mundo da programação esportiva e começar a se preparar. Eles já ficam cientes de todas as instituições onde existe entusiasmo pela maratona e já começam a pensar no seu futuro, onde vão estudar”, reflete Kiotheka.

 
Etapa da Maratona SBC na UFPR terá 45 participantes

Dos inscritos em Curitiba, os laboratórios do Dinf e do C3SL devem receber 45 participantes nesta etapa da maratona. Ao menos quatro equipes terão bolsistas do C3SL na disputa, sendo elas: equipe Trepa Colinas, formada por Marcus Vinicius, Muriki Gusmão Yamanaka e Anderson Aparecido do Carmo Frasão; equipe Programação Casual: formada por Gabriel Conegero, Roberto Tomchak e Pedro Pesserl; equipe The tortured programmers department: formada por Luize Cunha Duarte, Millena Suiani Costa e Juliana Zambon; e equipe Beecrowd eu só queria mais caracteres: formada por Thiago Trannin, Pedro Vinicius e Raul Gomes.

Assim como nas demais fases da Maratona da SBC, na etapa zero as equipes com até três integrantes recebem uma série de problemas que devem ser resolvidos em um menor intervalo de tempo possível, usando várias linguagens de programação para codificar soluções. A jornada que promove um trabalho em equipe e fomenta a criatividade na solução de problemas a partir de programação tem duração de cinco horas.

A etapa zero é uma oportunidade para os participantes se prepararem e se destacarem antes da competição principal da Maratona de Programação SBC, competição que reúne os melhores programadores do Brasil e do mundo. A primeira fase da maratona está prevista para o fim de agosto.