Parceria entre C3SL e Labmater propõe sistemas de automação em hidrogênio renovável

O projeto integra tecnologia da informação e inteligência artificial, e busca estabelecer um modelo para a produção eficiente de energia renovável no Centro Politécnico

Unidade do Labmater no Centro Politécnico

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) firmou parceria com a equipe de computação do Laboratório de Materiais e Energias Renováveis (Labmater), do Setor Palotina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), cedendo infraestrutura de tecnologia da informação para um dos projetos de P&D desenvolvido no laboratório intitulado: “Tecnologia para produção de hidrogênio renovável a partir de biomassa como fonte de recurso energético distribuído assistida por inteligência artificial”.  O projeto é financiado pela Copel e será implantado no Centro Politécnico. A iniciativa também conta com a parceria de empresas do ramo como a Gás Futuro, atuante no mercado de fabricação e manutenção de sistemas de compressão de gás natural.

Na parceria, o C3SL disponibilizará infraestrutura computacional para virtualização robusta dos dados relacionados a automação do processo de geração de hidrogênio. O biogás é um tipo de combustível que pode ser obtido a partir de biomassa como, por exemplo, os resíduos tratados do restaurante universitário. De acordo com os professores Marcos Schreiner e Paola Ponciano, pesquisadores do Labmater, a equipe de computação do laboratório tem se dedicado à pesquisa e desenvolvimento de sistemas computacionais que automatizam o processo de produção de hidrogênio renovável. Além disso, a proposta é implementar algoritmos de Inteligência Artificial que possam auxiliar na operação da unidade piloto. O projeto também prevê a implantação de bicicletas movidas a hidrogênio, a serem testadas no politécnico.

Equipe de computação do Labmater

Os dados operacionais que serão hospedados no C3SL incluem informações coletadas dos sensores e atuadores instalados nos módulos da unidade piloto como: temperatura, umidade, pressão e outras variáveis. Tais informações serão armazenadas em um banco de dados, permitindo análises que gerarão informações valiosas para os operadores por meio de sistemas web e um sistema especialista. A colaboração também inclui a disponibilização de uma máquina virtual (VM) com configurações específicas para rodar sistemas web que monitoram e suportam as operações da unidade piloto. Além disso, haverá comunicação via VPN com os equipamentos e backups regulares para garantir a segurança dos dados.

Para o pesquisador do C3SL, Marcos Castilho, a parceria representa um marco importante na busca por soluções sustentáveis. “Estamos muito satisfeitos em colaborar com o LABMATER neste projeto inovador que visa a produção de energia renovável a partir de resíduos. A experiência do C3SL em projetos complexos, que têm impactos sociais e ambientais significativos, nos permite contribuir efetivamente para soluções sustentáveis a partir de soluções em computação. Acreditamos que essa parceria não apenas promoverá a eficiência energética, mas também servirá como um modelo para outras iniciativas semelhantes no futuro”.

De acordo com os professores Marcos Schreiner e Paola Ponciano, a unidade piloto desenvolvida representa um passo inicial na pesquisa sobre produção de hidrogênio e energia. Há planos para expandir a parceria entre a equipe de computação do Labmater e o C3SL na criação de projetos futuros, com o objetivo de transformar os sistemas computacionais e as inovações em produtos viáveis que atendam às demandas energéticas sustentáveis.

Vinculado ao Departamento de Engenharias e Exatas (DEE) do Setor Palotina, o projeto do Labmater tem caráter multidisciplinar e reúne pesquisadores dos cursos de Engenharia de Energia, Licenciatura em Computação, Engenharia Elétrica e Engenharia Química. Além dos professores Me. Marcos Antônio Schreiner e Me. Paola Cavalheiro Ponciano, também são integrantes desta iniciativa o coordenador do projeto, professor Dr. Helton José Alves; o atual coordenador do Labmater, professor Dr. Mauricio Romani; o responsável técnico do Labmater, Me. Lazaro Jose Gasparrin; e os professores pesquisadores: Dr.Gustavo Henrique da Costa Oliveira, Dr.João Américo Vilela Júnior, Dr Luiz Fernando de Lima Luz Junior, Dr. Marcelo Arnoldo Hartman, Dr. Marcos Lúcio Corazza, Renan Akira Nascimento Escribano, e Julio Cezar da Silva Ferreira.

Pesquisadores do C3SL têm trabalhos aprovados em seminário que debate os desafios da computação no país

Evento promovido pela Sociedade Brasileira de Computação reúne contribuições de especialistas do Brasil sobre as lacunas e problemas que a área precisa enfrentar nos próximos dez anos

Pesquisador do C3SL e professor do Dinf, Eduardo Almeida, coautor “This Future Without SQL”

Quais os desafios a serem enfrentados para garantir o avanço tecnológico e a inclusão digital no país nos próximos dez anos? A resposta a tal questionamento será foco do IV Seminário de Grandes Desafios da Computação, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), entre os dias 27 e 28 de novembro. O seminário reunirá especialistas, acadêmicos, representantes da indústria e da sociedade civil de todo o país para identificar lacunas e problemas que a área precisa enfrentar no decênio 2025-2035. Com dois trabalhos aprovados para apresentação no evento, os pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e professores do Departamento de Informática (Dinf) da UFPR, André Grégio e Eduardo Almeida, estão entre os especialistas que definirão as diretrizes da computação do país.

Os desafios abordados no evento não se limitam a temas tradicionais de pesquisa, mas buscam uma abordagem multidisciplinar que considere as interações entre tecnologia, sociedade e ética. Os participantes são incentivados a propor novas questões que refletem a rápida evolução da tecnologia e suas implicações. A escassez de profissionais qualificados na área de tecnologia da informação, a preocupação com inclusão digital, o aumento do cenário da desinformação e a preocupação com medidas de cibersegurança são alguns dos pontos que devem balizar os debates nos dois dias de evento em São Paulo.

Para o pesquisador do C3SL e especialista na área de cibersegurança, André Grégio, os desafios da computação nos próximos dez anos exigem uma abordagem colaborativa entre academia, indústria e sociedade, focando na formação de profissionais qualificados e na promoção de políticas públicas que garantam a inclusão digital e a segurança cibernética.  “Após ingresso na CESeg – Comissão Especial de Cibersegurança da SBC – e convite para participar como co-autor do artigo, pude trazer um pouco da experiência de ter criado a disciplina de Segurança Computacional há 8 anos no Departamento de Informática da UFPR (tornada obrigatória para os cursos de Bacharelado em Ciência da Computação e Informática Biomédica) e introduzido conceitos básicos de programação segura em disciplinas de início de curso. Foi uma honra poder escrever em conjunto com meus notórios colegas, professores e pesquisadores de cibersegurança em diversas universidades públicas e privadas do país e ter essa visão abrangente da área”.

As duas publicações com participação dos pesquisadores da UFPR no evento serão apresentadas no eixo Grandes Desafios da Computação, nesta quarta-feira (27/11/2024). Uma das contribuições do C3SL para o debate centraliza os olhares para uma série de desafios na área da computação segura, como contra-ataques cibernéticos e salvaguarda da privacidade dos usuários. Intitulado “Os Desafios de Cibersegurança dos Referenciais do BCS/SBC”, o artigo parte da leitura dos documentos de formação de curso de Bacharelado em Cibersegurança, idealizados pela Comissão Especial de Cibersegurança da SBC, para estruturar oito eixos de debate sobre o tema para o próximo decênio.

Uma das principais contribuições é propor diretrizes para a formação de novos especialistas na área. Os desafios destacados no trabalho incluem Segurança de Dados, Segurança de Sistemas, Segurança de Conexão, Segurança Organizacional, Fatores Humanos em Segurança, Segurança e Sociedade, Segurança de Software e Segurança de Componentes. A educação é um elemento central em todos esses eixos, refletindo a necessidade urgente de capacitar profissionais qualificados.

Entre os desafios destacados, está a mitigação dos riscos associados à computação quântica, que ameaça a segurança dos dados atualmente protegidos por criptografia convencional. A pesquisa em criptografia pós-quântica (PQC) é uma das soluções propostas para enfrentar essa nova realidade. No debate proposto pelos autores do artigo para o evento da SBC, destaca-se também uma preocupação com ações que fomentem a educação em cibersegurança no país. Para tanto, é fundamental a promoção de políticas públicas com foco em programas educativos, na capacitação de professores para formar as próximas gerações em boas práticas de segurança digital, e na parceria entre as instituições públicas e a indústria.

Além de Grégio, o artigo é assinado pelos pesquisadores: Aldri Santos (UFMG), Altair Santin (PUCPR), Carlos Raniery (UFSM), Daniel Batista (USP), Dianne Medeiros (UFF), Diego Kreutz (UNIPAMPA), Diogo Mattos (UFF), Edelberto Franco (UFJF), Igor Moraes (UFF), Lourenco Pereira Jr (ITA), Marcos Simplício (USP), Michele Nogueira (UFMG), Michelle Wangham (UNIVALI, RNP), Natalia Fernandes (UFF), e Rodrigo Miani (UFU).

Outro trabalho com professor da UFPR no evento é o artigo “This Future Without SQL”, de autoria do pesquisador do C3SL, Eduardo Almeida, em parceria com os pesquisadores Eduardo Pena (UTFPR) e Altigran Silva (UFAM). O trabalho propõe um paradigma de interação em base de dados sem o SQL (Structured Query Language), hoje a principal linguagem para consulta e manipulação de dados em bancos relacionais. Neste novo paradigma, as consultas podem ser realizadas diretamente em linguagem natural, eliminando a necessidade de conhecimentos técnicos avançados.

Segundo os pesquisadores, dentre as vantagens do novo paradigma, destaca-se a acessibilidade, na medida em que usuários não técnicos poderiam interagir com os dados sem a necessidade de conhecimento de linguagem; a efici6encia, na medida em que consultas complexas poderiam ser realizadas com mais rapidez e precisão, capturando a intenção do usuário de forma mais eficaz; e o aspecto de inovação, a considerar que uma nova interface abriria caminho para serviços personalizados em áreas como suporte ao cliente e recomendações rápidas.

Parceria entre academia e indústria é tema de palestra de pesquisador do C3SL em evento do Sebrae

Em encontro sobre computação avançada, Marco Zanata abordará como as mudanças nas arquiteturas de processadores exigem novas práticas em engenharia de software, enfatizando a necessidade de parcerias estratégicas

A evolução da computação e a necessidade urgente de colaboração entre academia e indústria para enfrentar os desafios contemporâneos são o foco da palestra do pesquisador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e professor do Departamento de Informática (Dinf) da UFPR, Marco Zanata, na primeira edição do Encontro de Computação Avançada, nesta sexta-feira (22). O evento é promovido pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), em parceria com o Sebrae e com o Governo do Paraná.

O encontro propõe o fortalecimento de um ecossistema de inovação em computação avançada no Brasil, promovendo debate sobre: Aplicações em Computação Avançada; Segurança e Criptografia na era da informação e da inteligência de dados; Exemplos Práticos e Implementações de tecnologias avançadas em setores como saúde, agronegócio e indústrias; e Aprendizado de Máquina e Inteligência Artificial de próxima geração.

Com palestra intitulada “A Revolução da Computação Paralela: Parcerias Academia-Indústria na Busca por Soluções de Alto Desempenho”, Zanata propõe uma reflexão sobre a evolução e os desafios da computação de alto desempenho (HPC), e como as mudanças na arquitetura dos processadores e as novas demandas tecnológicas exigem uma reavaliação das práticas atuais em engenharia de software, destacando a necessidade urgente de colaboração entre academia e indústria para enfrentar esses desafios.

Com isso, o pesquisador propõe uma reavaliação das práticas atuais em engenharia de software e um compromisso renovado com a pesquisa e desenvolvimento colaborativo, a exemplo do que ocorre em instituições no exterior, cuja parceria empresaXuniversidade visa desenvolver soluções inovadoras em áreas como inteligência artificial e ciência de dados.

Além da palestra com o pesquisador do C3SL, o evento também contará com conferências com profissionais da área de tecnologia e informática da IBM, ISH Tecnologia, Grupo Boticário, Grupo Volvo e Linked Data. As inscrições para o evento podem ser feitas até nesta quinta-feira (21) pelo site do evento em  https://computacaoavancada.com.br

Evento na UFPR debate o perfil do profissional do futuro em Big Data

Com inscrição gratuita, a terceira edição do Encontro de Data Science e Big Data terá palestras e cases de sucessos na área de dados

Cerca de 2,5 quintilhões de bytes de dados são gerados diariamente no mundo, provenientes de transações, interações em redes sociais e dispositivos conectados. Neste cenário, o uso de data science e big data está se tornando cada vez mais crucial para as empresas que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um mercado competitivo. As competências e habilidades necessárias para os profissionais dessa área é o foco do 3º Encontro de Data Science & Big Data, evento da UFPR que busca debater a constante evolução da área. O encontro será realizado no dia 13 de dezembro, no Centro Politécnico, em Curitiba.

A atividade é promovida pelo Programa de Especialização em Data Science e Big Data, da UFPR, e reunirá profissionais de sucesso na área para apresentação de cases em empresas, e para refletir as características dos profissionais que devem atuar na área, garantindo que as organizações não apenas coletem dados, mas também os analisem e os utilizem efetivamente para impulsionar seu crescimento. Para o coordenador da especialização e professor do Departamento de Estatística da UFPR, Wagner Hugo Bonat, o evento “representa uma oportunidade ímpar para conectar teoria e prática, permitindo que nossos alunos e profissionais do setor compreendam como a análise de dados pode transformar desafios em oportunidades de crescimento e inovação nas empresas”.

O evento é voltado à comunidade acadêmica, aos profissionais que atuam na área de análise de dados, pesquisadores com foco em inovação, e empresas e startups que buscam aprimorar suas estratégias de dados e networking na área. A programação contará com sessões plenárias, além de mini conferências e estudos de casos apresentados por empresas e consultores da área.

Uma das atividades de destaque será a mesa redonda sobre o futuro do profissional da área. A crescente importância da ciência de dados no mundo contemporâneo está moldando o perfil do profissional do futuro, que deve ser multifacetado e preparado para enfrentar os desafios de um mercado em constante evolução. Em um cenário onde a análise de grandes volumes de dados se torna essencial, as habilidades requeridas vão muito além do conhecimento técnico. 

Segundo o pesquisador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e vice coordenador do curso de especialização em Data Science e Big Data, Marco Zanata, o profissional da área precisa ter uma cartela ampla de habilidades para dominar o setor, e estar sempre em aprimoramento. “O profissional de data science precisa dominar uma variedade de habilidades interdisciplinares. Isso inclui conhecimentos em programação (como Python e R), estatística avançada, técnicas de inteligência artificial e machine learning, além de uma compreensão sólida sobre ética e privacidade no uso de dados, especialmente em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Além disso, é importante destacar que os melhores profissionais são aqueles que se mantêm atualizados com as últimas tendências e tecnologias. O aprendizado contínuo é vital em um campo tão dinâmico”.

Com entrada gratuita, o 3º Encontro de Data Science & Big Data UFPR tem apoio do Departamento de Estatística da UFPR, do Laboratório de Estatística e Geoinformação (LEG), e do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL)

Programação com teoria e prática

Além do debate sobre o perfil do futuro do profissional de dados, o evento terá palestras com especialistas da área, que trarão exemplos dos desafios e tendências em Data Science e Big Data. A abertura do encontro será com o professor titular do Insper e doutor em estatística pela Duke University e pesquisador na área de estatística e ciência de dados, Hedibert Freitas Lopes. 

Outra palestra que compõem a programação do encontro é sobre “O papel das Ferramentas de Inteligência Artificial no Desenvolvimento de Software”, Alvaro Moreira, professor titular do Departamento de Informática da UFRGS, doutor em Ciência da Computação pela University of Edinburgh, e pesquisador nas áreas de lógica e semântica de programas, inteligência artificial e especificação e verificação de sistemas multiagentes.

Um dos cases de inovação que serão apresentados no evento é sobre a Unico, empresa brasileira de tecnologia especializada em identidade digital. Na lista brasileira de unicórnios, a startup desenvolve soluções em biometria facial, admissão digital e gestão de documentos. O case da Unico será apresentado pelo professor titular do Departamento de Informática da UFPR, David Menotti. Um dos 200 mil pesquisadores mais citados no mundo na atual edição da “Updated science-wide author databases of standardized citation indicators”, levantamento anual realizado pela Universidade Stanford (EUA) e a editora de títulos acadêmicos, Elsevier, Menotti liderou a parceria de P&D da startup com a UFPR para estudos de desenvolvimento de um novo modelo de identificação, a biometria periocular. Também serão apresentados cases sobre a Bioinformática, Exxon Mobil, Iguá Saneamento, Insight AI Technologies e Agrinvest. 

SERVIÇO

Evento: 3º Encontro de Data Science & Big Data UFPR

Dia: 13 de dezembro

Horário: das 8h30 às 18 horas

Local: Centro Politécnico, UFPR

Inscrições Gratuitas https://www.sympla.com.br/evento/3-encontro-de-data-science-big-data-ufpr/2704028

Tecnologia de videoconferência do C3SL será usada no Workshop on Robotics in Education 2024

Evento nacional para debater aspectos científicos e educacionais da robótica será sediado em Goiânia, entre os dias 13 e 15 de novembro

As apresentações de trabalhos e as atividades online de transmissão de vídeos do 15th Workshop on Robotics in Education (WRE 2024), serão realizadas pela plataforma de conferência BigBlueButton, ancorada nos servidores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL). O WRE é um fórum de discussão científica, técnica e educacional que envolve o uso de robôs no processo de aprendizagem.

Realizado anualmente pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), neste ano, o evento é realizado entre os dias 13 e 15 de novembro, em Goiânia. Além de fornecer a tecnologia para as conferências, o C3SL também participa do comitê de organização do evento, representado pelo pesquisador Eduardo Todt.

A ser usada na WRE, a solução baseada em software livre foi adotada pelo C3SL durante o momento de pandemia e de uso de sistemas de conferência para auxílio no ensino remoto. Segundo o pesquisador do C3SL, Marcos Castilho, o uso do BBB, foi uma forma de buscar alternativas em software livre, em meio ao cenário de soluções da iniciativa privada. “Enquanto todo mundo foi para soluções privadas como da Microsoft, Google, e outras, nós provamos que uma proposta robusta e completa baseada em software livre era possível. Neste momento, usamos o BBB para dar aulas. Uma das vantagens é a possibilidade de gravação dos conteúdos. A partir disso, alguns professores compartilharam os materiais de aula em plataformas como Opencast”, destaca.

Criação de uma Inteligência Artificial nativa do Paraná deve ser prioridade, defende Marcos Sunye


Pesquisador do C3SL e reitor eleito da UFPR, Sunye participou de atividade do TJ-PR, que está investindo em IA no Judiciário.

No último dia 31 de outubro, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) celebrou um contrato com a Microsoft por meio do qual adotará a Inteligência Artificial Copilot no cotidiano da instituição, para melhorar a eficiência do Judiciário. Pesquisador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e reitor eleito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcos Sunye foi convidado a falar no evento e elogiou a iniciativa de pôr o TJ-PR em linha com o que há de moderno na administração pública.

Sunye convidou os magistrados a refletirem no impacto positivo dessas novas tecnologias, ao mesmo tempo em que pediu para os membros do Tribunal de Justiça do Paraná sonharem com o desenvolvimento de uma Inteligência Artificial “nativa”, cujo parque tecnológico esteja aqui e tenha sido desenvolvido por pesquisadores do estado, “para atender às nossas demandas, com a nossa linguagem”. O reitor eleito da UFPR contou que esteve, na véspera, no Ministério da Agricultura, para atrair para o Paraná a criação do Centro Nacional de IA para o Agronegócio.

“O agronegócio pode se beneficiar largamente do uso de IA para aumento da produtividade, assim como o serviço público pode melhorar sua eficiência administrativa com a automação das tarefas mais simples”, concordou Sunye, que há 20 fundou o C3SL. Hoje, o Centro de Computação Científica é parte importante da execução de políticas dos ministérios da Educação e da Saúde, com foco na soberania nacional. O TJ-PR adquiriu 1.600 licenças do Copilot.

C3SL participa de concurso de softwares educacionais no XIII CBIE

A plataforma educacional MECRED, desenvolvida pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) em parceria com o Ministério da Educação, está concorrendo na trilha Apps.Edu, na XIII edição do Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE), no Rio de Janeiro. A plataforma foi apresentada no evento pelos bolsistas de graduação Maria Sauer, Janaina Kshesek e Thomas Todt, além do mestrando Jonas Lupus.

O Apps.Edu é um concurso dedicado a softwares educacionais que buscam oferecer soluções tecnológicas para ambientes formais e não formais de ensino. O evento também busca estimular o pensamento empreendedor entre os participantes, criando um espaço para a troca de ideias e experiências. A avaliação dos projetos submetidos ocorrerá em três etapas: uma fase classificatória, uma mostra e avaliação dos softwares, e uma banca final que escolherá os premiados.

Um dos principais repositórios e rede social educacional do país, o MECRED foi projetado para facilitar o acesso a materiais didáticos de qualidade, promovendo a colaboração entre educadores e permitindo que compartilhem suas experiências e conteúdos relevantes. A plataforma MECRED foi criada em 2017 pelo C3SL em parceria com o MEC. O principal repositório de recursos educacionais digitais do país tem hoje mais de 30 mil usuários cadastrados, e 320 mil conteúdos, ferramentas, plataformas e equipamentos digitais com finalidade pedagógica, que buscam potencializar a aprendizagem. Neste ano, o C3SL realizou uma atualização de design e funcionalidades na plataforma, aprimorando a usabilidade e a função de rede social dos usuários.

Pesquisador do C3SL realiza palestra no Dia da Educação Digital em São José dos Pinhais

Exposição de Marcos Castilho destaca métodos inovadores para ensinar computação a alunos do Ensino Fundamental I, promovendo inclusão e educação digital

Os benefícios e métodos para facilitar o aprendizado da informática para alunos do ensino fundamental I será tema da palestra do pesquisador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), Marcos Castilho, na primeira edição do “Edig Day: tecendo oportunidades, conectando saberes”, no próximo dia 13/11. O evento do Dia da Educação Digital é promovido pela secretaria de educação da prefeitura de São José dos Pinhais e busca fomentar um ambiente de troca de experiências, conhecimentos e aprimoramento profissional sobre o tema da inclusão e educação digital.

Com a palestra intitulada “Descomplicando o ensino da computação”. É mais simples do que você pensa”, Castilho demonstra como o ensino da informática para crianças de 6 a 10 anos pode ser acessível e divertido, desmistificando a ideia de que é uma área complexa e distante da realidade dos alunos. A programação do evento conta também com palestras sobre sociedade do conhecimento e democratização do acesso à informação; perspectiva crítica da tecnologia e cultura digital, e relatos de experiência de profissionais da rede municipal sobre práticas de ensino da robótica educacional e pensamento computacional.

De acordo com a secretaria da educação de São José dos Pinhais, a educação digital deve ser compreendida como elemento responsável por gerenciar, articular, promover e incentivar ações entre os diferentes departamentos e apresentar as concepções que se refere aos meios de ensino e aprendizagem que integram tecnologias de forma ativa e crítica. O objetivo é preparar os estudantes para utilizar, compreender e criar usando ferramentas tecnológicas, enquanto desenvolvem habilidades para participar, interagir e influenciar em um mundo cada vez mais conectado e permeado por tecnologias.

Com atividades programadas das 8 horas às 17 horas, o “Edig Day: tecendo oportunidades, conectando saberes” será realizado no Auditório do SESC São José dos Pinhais, na Av. Rocha Pombo, 2864 – Águas Belas.

Reunião do C3SL no Ministério da Saúde foca em avanços tecnológicos para a atenção primária

Na reunião em Brasília, o secretário adjunto da Saps destaca a capacidade C3SL em adaptar rapidamente as metas do projeto às demandas da pasta da saúde

A cada minuto, três mil pessoas passam pela Atenção Primária à Saúde (APS) no país, principal porta de entrada para os serviços básicos do SUS. É buscando otimizar os cerca de dois bilhões de atendimentos anuais do Ministério da Saúde com a APS que o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) vem desenvolvendo uma solução de informática que vai integrar melhor os cidadãos ao SUS, e aprimorar o compartilhamento de informações entre gestores e profissionais de saúde. Essa iniciativa foi discutida em reunião entre o pesquisador do C3SL, Marcos Sunye, da coordenadora do curso de medicina da UFPR, Camila Fachin, e do gestor de projetos de P&Ds do C3SL, Edemir Maciel, com o Secretário Adjunto da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), Jerzey Timoteo Ribeiro Santos, nesta terça-feira (29), na sede do Ministério da Saúde, em Brasília.

Iniciado em janeiro deste ano, o projeto é coordenado por Sunye e liderado junto ao C3SL pelo pesquisador e professor do Departamento de Informática (Dinf), André Grégio. A APS é o primeiro nível de atenção à saúde da população, caracterizando-se por um conjunto abrangente de ações voltadas tanto para o indivíduo quanto para a coletividade. Segundo Sunye, o projeto busca justamente atuar no aprimoramento deste atendimento.

“O sistema se torna fundamental para o aprimoramento do sistema de saúde, pois permitirá que os gestores se comuniquem com os agentes e que iniciativas de saúde cheguem mais rápido ao cidadão. O maior desafio de desenvolvimento é a implantação de uma solução que promova uma telessaúde com a segurança do ambiente, o que está sendo desenvolvido pelo projeto do C3SL, com o aperfeiçoamento de ferramentas que deem autonomia ao ministério”, destaca Sunye.

Com previsão de desenvolvimento do projeto até 2027, o grupo de pesquisa da UFPR tem antecipado entregas do cronograma, adequando-se às demandas da Saps. De acordo com Sunye, a performance do C3SL em apresentar um rápido retorno diante de readequação de metas foi destacado pelo gestor do Ministério da Saúde na reunião. “O secretário elogiou muito a atuação do C3SL, principalmente no sentido de adaptar a evolução do projeto às demandas do Ministério. Ele disse que ficou impressionado com a capacidade do C3SL de assumir novas metas no próprio andamento do projeto e a maneira rápida que o centro conseguiu dar resposta às solicitações”, relata Sunye.

Uma das principais iniciativas da Saps, o sistema em desenvolvimento pelo C3SL é fundamental para o aprimoramento do sistema de saúde, pois permitirá que os gestores se comuniquem com os agentes de saúde e que iniciativas de saúde cheguem mais rápido ao cidadão, promovendo não só a inclusão digital, mas a conscientização e disseminação de informações importantes sobre saúde. O impacto social e a centralidade do sistema para programa e ações de saúde coletiva por parte do Governo Federal beneficiando milhões de cidadãos reforça a lista de trabalhos encabeçados pelo C3SL que demonstram a sólida capacidade grupo de pesquisa na execução de projetos de grande escala e complexidade, envolvendo equipes interdisciplinares, infraestrutura de alto nível e impacto significativo na sociedade brasileira.

Hospital de Clínicas pode virar um laboratório para o projeto

Um dos principais desafios do projeto é mapear a dinâmica da aplicação do sistema em atividades reais na área da saúde. É aqui que entra o Hospital de Clínicas da UFPR, posicionando-se como um laboratório inovador para a aplicação de tecnologias na saúde, especialmente no âmbito da telemedicina, permitindo analisar as funcionalidades das soluções de tecnologias desenvolvidas pelo C3Sl para o Ministério da Saúde. 

Segundo a coordenadora do curso de medicina da UFPR, Camila Fachin, o foco é buscar a aplicação dos sistemas em um projeto de triagem para a área especializada. “Uma proposta de inclusão do HC junto ao projeto é por meio da telemedicina. Neste caso, a ideia é realizar uma qualificação da fila de pessoas que estão aguardando consulta com o especialista. Neste aspecto, o sistema pode nos ajudar a mapear as necessidades e avaliar se as pessoas que foram encaminhadas apresentam ou não demandas para atendimento especializado no HC”, destaca Camila. 

A proposta de ambientar a aplicação prática dos sistemas do C3SL no HC não apenas otimiza o fluxo de atendimento, mas também contribui para um melhor uso dos recursos disponíveis na saúde pública. Camila ainda destaca como a infraestrutura e a experiência acumulada ao longo dos anos oferecem um ambiente propício para testar e validar novas soluções tecnológicas. O hospital foi recentemente credenciado como Centro de Inovação, o que reforça seu papel na promoção de inovações tecnológicas em saúde. “O Hospital de Clínicas é o maior hospital público do Paraná e temos um potencial enorme para como laboratório “vivo” para diversas áreas do conhecimento, a informática entre elas”, conclui a coordenadora.

Pesquisadores do C3SL têm trabalhos sobre plataforma MECRED aprovados no CBIE

Evento anual promovido pela SBC para debater o desenvolvimento e integração da tecnologia na educação no Brasil será em novembro, no Rio de Janeiro

Dois artigos dos pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) sobre o processo de atualização da plataforma MECRED foram aprovados para apresentação no Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE). Classificado como um evento de alta qualidade, o CBIE é promovido pela Comissão Especial de Informática na Educação (CEIE) da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Neste ano, sob o tema “O papel das tecnologias digitais na Educação Inclusiva”, o evento será realizado em novembro, na sede do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro.

O evento reúne trabalhos que debatem a concepção, o desenvolvimento e a avaliação de soluções que utilizem métodos e técnicas de computação para promoção da aprendizagem e/ou para solução de problemas em temas ligados à educação. Os trabalhos do C3SL aprovados para apresentação e publicação nos anais do evento abordam os estudos que sustentaram o processo de redesign da plataforma na nova versão, bem como apresentam as melhorias realizadas pelo grupo no projeto de repositório do MEC.

A plataforma MECRED foi criada em 2017 pelo C3SL em parceria com o MEC. O principal repositório de recursos educacionais digitais do país tem hoje mais de 30 mil usuários cadastrados, e 320 mil conteúdos, ferramentas, plataformas e equipamentos digitais com finalidade pedagógica, que buscam potencializar a aprendizagem. Neste ano, o C3SL realizou uma atualização de design e funcionalidades na plataforma, aprimorando a usabilidade e a função de rede social dos usuários.

Um panorama geral sobre as novas funcionalidades da plataforma e do repositório do MEC é foco do artigo aprovado na trilha AppsEdu, do CBIE, intitulado “Plataforma MEC RED: Uma rede social do Ministério da Educação para compartilhamento e disponibilização de Recursos Educacionais Digitais”. O trabalho é de autoria do pesquisador do DInf e coordenador do PPGInf da UFPR, Roberto Pereira; da doutoranda em ciência da computação, Krissia Menezes; dos mestrandos em informática pelo PPGInf, Jonas Guerra e Richard Heise – gerente de projetos do C3SL; e pelos pesquisadores do C3SL e bolsistas de graduação Thomas Todt, Maria Sauer, Gustavo Frehse, Pedro Aguiar e Luan Bernardt.

Já o trabalho “Redesign da Plataforma MEC RED: Um estudo informado por diferentes métodos” foi aceito para publicação no SBIE, simpósio que ocorre dentro do CBIE, e tem como foco a apresentação geral do processo de revitalização da plataforma, relatando a experiência com a aplicação de diferentes técnicas para produzir um diagnóstico sobre a plataforma atual em termos de funcionalidades, usabilidade, acessibilidade e UX Design. O trabalho evidencia os estudos de avaliação da plataforma a partir de análise com especialistas em IHC, avaliação com profissionais da educação e grupo focal com técnicos do Ministério da Educação.

O trabalho é de autoria do pesquisador do DInf e coordenador do PPGInf da UFPR, Roberto Pereira; pelo coordenador do DInf e pesquisador do C3SL, Luis Bona; pela pesquisadora do DInf, Rachel Reis; pelo pesquisador do DIinf e do C3SL, Eduardo Todt; pela doutoranda em ciência da computação, Krissia Menezes; pelo doutorando em ciência da computação, Deógenes Silva Junior, pelos mestrandos em informática pelo PPGIinf, Jonas Guerra e Richard Heise – gerente de projetos do C3SL; e pela integrante da equipe técnica do MEC no projeto, Ana Paula Gaspar Gonçalves.

Conforme destaca Roberto, “esses artigos evidenciam o trabalho de alta qualidade desenvolvido pelo C3SL, aliando pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico para resolver problemas de importância social”.