Pesquisadores do C3SL apresentam metodologia para integração dos dados do Censo Escolar no SBBD 2025

Estudo aprimora Plataforma de Dados Educacionais, solução do C3SL e MEC com ferramentas open source para análise interativa e acesso a indicadores da educação

Os pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), laboratório de inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), participam nesta semana 40º Simpósio Brasileiro de Banco de Dados (SBBD), em Fortaleza (CE) apresentando dados da pesquisa sobre o projeto de Plataforma de Dados Educacionais para Políticas Públicas (DEPP), desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Intitulado “Utilização do Apache Superset para visualização escalável de dados educacionais públicos: um estudo de caso com o Censo Escolar”, o trabalho debate o uso da ferramenta de código aberto para superação de desafios técnicos na plataforma, facilitando a geração de indicadores educacionais úteis para gestores, pesquisadores e a sociedade civil.

O paper aprovado em um dos principais eventos da área na América Latina é assinado pelos pesquisadores de graduação do C3SL, João Pedro Ramalho, João Silveira, Thales Gabriel e Mateus Herbele, pelo pesquisador do doutorando, Josiney de Souza, e pelos professores e pesquisadores sênior do C3SL, Guilherme Derenievicz, Letícia Peres e Simone Dominico.

Para o pesquisador do C3SL, Mateus Herbele, a participação no evento completa o processo da pesquisa. “Poder apresentar nossa solução para a comunidade científica da área de banco de dados foi uma etapa importante para concluir todo o nosso processo de pesquisa e aprimoramento dentro dos nossos objetivos com a plataforma de dados educacionais. Com as novas visões que obtivemos no evento sobre o nosso próprio trabalho junto do conhecimento de outras pesquisas, temos agora novas bases para planejarmos nossos próximos passos no projeto e contornamos desafios existentes”, destaca.

A Plataforma de Dados Educacionais (DEPP), objeto do projeto apresentado, é uma solução inovadora baseada em software livre que reúne diferentes bases de dados educacionais em um ambiente analítico moderno. O objetivo da plataforma é permitir o cruzamento e análise de padrões temporais, demográficos e geográficos dos dados educacionais, permitindo diferentes níveis de desagregação e a construção de indicadores acessíveis para gestores públicos, pesquisadores e a sociedade civil.

Apesar de o Censo Escolar, disponibilizado pelo INEP, conter informações essenciais para o planejamento educacional, sua análise enfrenta obstáculos devido à alta dimensionalidade dos dados, heterogeneidade entre as edições anuais e ausência de ferramentas adequadas para exploração. Os arquivos CSV apresentam inconsistências, como mudanças na nomenclatura e estrutura de dados ao longo dos anos, demandando reparos manuais e scripts que tornam o processo trabalhoso e sujeito a erros. Além disso, soluções proprietárias para visualização costumam ser caras e inacessíveis a órgãos públicos, o que reforça a necessidade de alternativas escaláveis e abertas.

Para superar esses desafios, o estudo em desenvolvimento pela equipe de base de dados do C3SL propõe um fluxo integrado baseado em ferramentas abertas. O Apache NiFi automatiza a ingestão e padronização dos arquivos CSV, corrigindo inconsistências e consolidando os dados em um modelo relacional gerenciado pelo ClickHouse. O Apache Superset, conectado a esse banco, viabiliza a criação de dashboards interativos que permitem a exploração de padrões temporais, espaciais e demográficos por meio de filtros globais e visualizações interligadas. Exemplos incluem dashboards de matrículas por cor/raça, gênero, faixa etária e educação especial, além de dados docentes organizados por escola, usando gráficos de linha, mapas interativos e tabelas para maior clareza.

O uso do Superset mostrou alta eficiência. Além disso, a solução diminui a complexidade do trabalho manual, simplifica atualizações e adapta-se às mudanças futuras do Censo Escolar. O ambiente relacional possibilita consultas avançadas por SQL e visualizações dinâmicas, promovendo transparência e suporte à tomada de decisão.

Imprensa repercute resultados da pesquisa do NAPI Biodiversidade com o C3SL

Estudo aponta que o aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies no Paraná, com o supercomputador do C3SL acelerando os cálculos da pesquisa

A pesquisa do NAPI Biodiversidade – Serviços Ecossistêmicos, desenvolvida em parceria com o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR, tem ganhado ampla repercussão na imprensa. O estudo aponta que o aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies nativas no Paraná até 2100, incluindo árvores simbólicas como a araucária e plantas essenciais como a erva-mate. Esses impactos ameaçam a cultura, o ecossistema e a economia local. A pesquisa modelou a distribuição de cerca de 10 mil espécies e destacou regiões mais vulneráveis, como os Campos Gerais e a floresta estacional, sujeitas a elevações de temperatura de até 5,3°C.

O supercomputador do C3SL foi peça-chave, processando mais de 60 milhões de registros com tecnologia de Big Data e aprendizado de máquina, permitindo projeções robustas e detalhadas. As matérias divulgadas na imprensa ressaltam a importância do poder computacional do C3SL para acelerar análises complexas e apontar prioridades para a conservação. Pesquisadores destacam a necessidade urgente de restauração ambiental, fortalecimento das Unidades de Conservação e criação de corredores ecológicos, para amenizar os efeitos das mudanças climáticas e preservar a biodiversidade paranaense.

Confira abaixo a lista de sites:

TRIBUNA DO PARANÁ – Estudo indica possível desaparecimento de araucárias no Paraná até 2100 >> https://www.tribunapr.com.br/noticias/parana/aquecimento-global-ameaca-araucarias-parana-diz-estudo/

JORNAL BEM PARANÁ – Supercomputador da UFPR traça mapa da extinção no Paraná para este século >> https://www.bemparana.com.br/noticias/parana/supercomputador-ufpr-mapa-extincao-parana/

JORNAL JNOTÍCIAS –  Aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies no Paraná >> https://jnoticias.com.br/aquecimento-global-pode-reduzir-em-ate-54-a-diversidade-de-especies-no-parana#google_vignette

JORNAL POTAL AFNEWS – Aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies no PR >> https://www.portalafnews.com/noticia/6762/noticias/aquecimento-global-pode-reduzir-em-ate-54-as-especies-nativas-do-pr.html

JORNAL TNONLINE – Aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies no PR >>https://tnonline.uol.com.br/noticias/parana/aquecimento-global-pode-reduzir-em-ate-54-as-especies-nativas-do-pr-1022103

RÁDIO CRUZEIRO FM – Estudo prevê perda de até 54% da biodiversidade do paraná até 2100 devido ao aquecimento global >> https://fmcruzeiro.com.br/2025/09/12/estudo-preve-perda-de-ate-54-da-biodiversidade-do-parana-ate-2100-devido-ao-aquecimento-global/

PORTAL ECONOMIA PR – Aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies no PR >> https://economiapr.com.br/2025/09/11/aquecimento-global-pode-reduzir-em-ate-54-a-diversidade-de-especies-no-pr/

FOLHA AGRÍCOLA – Aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies no Paraná >> https://folhaagricola.com.br/2025/09/12/aquecimento-global-pode-reduzir-em-ate-54-a-diversidade-de-especies-no-parana/

PORTAL MARINGÁ.COM – Aquecimento global pode reduzir diversidade de espécies do Paraná em até 54%>> https://noticias.maringa.com/30442/aquecimento-global-pode-reduzir-diversidade-de-especies-do-parana-em-ate-54

PORTAL TEMPO DE SAFRA – Aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies no Paraná >> https://tempodesafra.com.br/aquecimento-global-pode-reduzir-em-ate-54-a-diversidade-de-especies-no-parana/

PORTAL AGRO NA MÍDIA – Paraná pode perder suas araucárias até o fim do século, alerta estudo da UFPR>> https://agronamidia.com.br/natureza/parana-pode-perder-suas-araucarias-ate-o-fim-do-seculo-alerta-estudo-da-ufpr/  

PORTAL BRASIL EM FOLHAS – Aquecimento global ameaça extinção de 54% das espécies no Paraná até 2100>> https://www1.brasilemfolhas.com.br/2025/09/aquecimento-global-ameaca-extincao-de-54-das-especies-no-parana-ate-2100/

C3SL adota Matrix como solução opensource para comunicação interna

Migração para o Element, mensageiro open source baseado no protocolo descentralizado Matrix, reforça a soberania digital e controle total sobre sistema de comunicação

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) acaba de dar um passo significativo na direção da soberania digital, adotando o Element, aplicativo de mensagens instantâneas de código aberto que implementa o protocolo Matrix, como sua principal ferramenta de comunicação interna. A migração representa mais do que uma simples mudança de plataforma: simboliza um compromisso renovado com os valores do software livre que norteiam as atividades do centro de pesquisa.

Para Antonio da Ressureição Filho, pesquisador de graduação do C3SL e integrante da equipe ROOT, responsável pela infraestrutura das máquinas virtuais do centro de inovação, dentre as principais motivações para a implantação está o compromisso com as tecnologias opensource e o potencial de controle do sistema. “Além de termos na comunicação entre os pesquisadores um sistema com foco em software livre, o que evidencia nossa busca por soberania digital, podemos operar e controlar a solução em nosso próprio domínio”, explicou Antonio

O aspecto de controle mencionado pelo pesquisador é fundamental, pois ao hospedar o software em infraestrutura própria, o C3SL elimina dependências de terceiros e ganha a capacidade de personalizar a plataforma conforme suas necessidades específicas.

Matrix, base empregada para o Element, é um protocolo de comunicação em tempo real de código aberto, desenvolvido em 2014 com uma proposta de alternativa descentralizada às plataformas proprietárias que dominam o mercado. Diferentemente de sistemas centralizados como WhatsApp ou Slack, onde todas as informações passam por servidores controlados por uma única empresa, o Matrix permite que cada organização hospede seus próprios servidores, mantendo controle total sobre seus dados.

Já o Element é o cliente de referência para o protocolo Matrix. A aplicação oferece todas as funcionalidades esperadas de um sistema moderno de comunicação: mensagens de texto, compartilhamento de arquivos, chamadas de voz e vídeo, além de recursos avançados como criptografia de ponta a ponta. Uma das características mais distintivas do Element é sua capacidade de integração com outras plataformas através de “bridges” (pontes), permitindo comunicação com usuários de WhatsApp, Telegram, Slack, Discord, IRC e outros sistemas. Essa interoperabilidade elimina as barreiras entre diferentes plataformas, criando um ambiente de comunicação unificado.

Supercomputador do C3SL ajuda a traçar mapa da extinção no Paraná para este século

Resultados preliminares do NAPI Biodiversidade – Serviços Ecossistêmicos  e Centro de Computação Científica e Software Livre da UFPR, revelam áreas e grupos biológicos sob maior risco e orientam prioridades para conservação

Imagine um Paraná sem pinhão na mesa das famílias. A araucária, árvore símbolo do estado e fonte do pinhão, corre risco de desaparecer totalmente do território paranaense até o final deste século. É o que aponta o estudo preliminar do NAPI Biodiversidade – Serviços Ecossistêmicos em parceria com o Centro de Computação Científica e Software Livre da UFPR. E não é só a iguaria que representa a identidade e a cultura local que está em perigo. De acordo com a pesquisa, o aquecimento global pode extinguir localmente até 54% das espécies nativas do Paraná até 2100.

Na lista de espécies em risco de extinção no território paranaense com o aumento da temperatura também está a erva-mate, que pode perder até 60% do ambiente propício para seu crescimento. Com a perda dessas espécies, desaparecem também as conexões essenciais da natureza, como a gralha-azul, ave vital para dispersar as sementes da Araucária. É um retrato sombrio de um futuro em que o sabor, o ecossistema e a memória paranaense podem se perder para sempre.

Regiões do Paraná com clima adequado para a ocorrência de araucária no presente e em cenários de mudanças climáticas mais  ‘pessimista’ para 2100.

“À medida que a temperatura aumenta, os impactos sobre a biodiversidade crescem de forma acelerada, não linear. Aumentos aparentemente pequenos, como entre 2,9°C e 3,5°C, podem representar a diferença decisiva entre a sobrevivência ou extinção local de muitas espécies”, explica Victor Zwiener, pesquisador do Departamento de Biodiversidade da UFPR em Palotina e integrante do projeto.

Segundo Zwiener, grupos biológicos como anfíbios, plantas e répteis são os mais sensíveis às mudanças, com até metade das espécies desses grupos podendo perder mais de 50% do habitat disponível no Paraná. “Em cenários pessimistas, até 15% dessas espécies correm risco de extinção local, o que representa uma perda irreparável para os ecossistemas do estado”, destaca o pesquisador.

As regiões dos Campos Gerais, e da floresta estacional, que compreende as áreas predominantemente nas bacias dos rios Paraná e Paranapanema, são apontadas como as mais vulneráveis devido ao aquecimento projetado, que pode chegar até 5,3°C no cenário mais grave. “Essas áreas já são historicamente fragilizadas pelo desmatamento e fragmentação. A alta temperatura combinada com o habitat degradado torna o ambiente inóspito para as espécies nativas”, relata Zwiener. O pesquisador ressalta que as análises consideraram apenas os efeitos climáticos, sem incluir impactos adicionais como desmatamento contínuo, o que pode agravar ainda mais a situação.

Regiões do Paraná com clima adequado para a ocorrência de gralha-azul no presente e em cenários de mudanças climáticas mais ‘pessimista’ para 2100.

O estudo, desenvolvido em parceria com os pesquisadores Marcos Carlucci, André Padial e Weverton Trindade, do Departamento de Botânica, também chama atenção para os efeitos indiretos do aquecimento sobre a economia local e o bem-estar das comunidades. Um exemplo emblemático é a erva-mate, planta fundamental para a cultura e economia do Paraná, que pode perder até 68% das áreas aptas para cultivo em cenários pessimistas. A redução de polinizadores e anfíbios pode desequilibrar o funcionamento dos ecossistemas e elevar o uso de agrotóxicos, impactando diretamente a saúde humana e ambiental das populações locais.

Na primeira fase do projeto, foram modeladas a distribuição de cerca de 76% das plantas, 95% das aves, 85% dos mamíferos, 89% dos répteis, 83% dos anfíbios e 67% dos peixes nativos do Paraná, permitindo a identificação das áreas prioritárias para conservação e restauração no estado.  “Restaurar as áreas degradadas e proteger as ainda preservadas é fundamental para a resistência da biodiversidade a curto prazo”, afirma Weverton Trindade, um dos pesquisadores do projeto. Ele ressalta a importância do fortalecimento das Unidades de Conservação e a criação de corredores ecológicos para permitir o deslocamento das espécies frente às mudanças climáticas. “A médio e longo prazo, é essencial o monitoramento contínuo e a atualização constante dos planos de manejo, alinhados às políticas públicas para combater as causas das mudanças climáticas”, conclui Weverton Trindade.

Segundo Weverton, apesar do aumento da temperatura pressionar para a redução da biodiversidade no território paranaense, as projeções da pesquisa não resultam obrigatoriamente na extinção das espécies analisadas. “Existem araucárias, por exemplo, registradas no Espírito Santo e na Bahia, o que mostra que alguns indivíduos podem suportar temperaturas mais altas, embora ainda não saibamos se conseguem reproduzir e produzir pinhões. As projeções indicam tendências e cenários possíveis. Por isso, não devemos nem nos desesperar achando que não podemos fazer nada porque está tudo perdido, nem achar que todas as espécies vão dar um jeito de se adaptar. Contudo, o estudo serve para nos alertar para os impactos das mudanças climáticas, e para nos mostrar caminhos para reduzir esses efeitos”, pondera o pesquisador.

Supercomputador da UFPR potencializa processamento de dados de pesquisa

A pesquisa, inédita em escala no estado, analisou dados de ocorrência de quase 10 mil espécies de plantas, aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes para projetar a distribuição potencial dessas espécies diante dos cenários de aumento de temperatura global. Para lidar com a complexidade e volume dos dados — mais de 60 milhões de registros, o equivalente a aproximadamente 200 GB —, o supercomputador do C3SL foi essencial. Ele permitiu o processamento rápido e eficiente dos modelos que preveem as áreas mais afetadas pela crise climática.

O supercomputador do C3SL foi o “coração tecnológico” do projeto. Para cada espécie, foram testados centenas de milhares de modelos diferentes, buscando as melhores projeções para o presente e futuro. Essa capacidade vai muito além do que computadores comuns podem oferecer e acelerou a geração de conhecimento fundamental para a preservação da biodiversidade estadual.

Segundo o professor Marco Zanata, pesquisador do C3SL e docente do Departamento de Informática da UFPR, “O computador de alto desempenho do C3SL está à disposição da comunidade acadêmica para solicitação e análise de atendimento de demandas. Nossa missão é democratizar o acesso à infraestrutura de informática para agilizar o avanço das análises científicas em diferentes áreas do conhecimento”, destaca Zanata.

A infraestrutura do C3SL representa um salto qualitativo para a pesquisa científica. Com servidores de alto desempenho e hardware especializado para análises de Big Data e aprendizado de máquina, o laboratório oferece recursos que permitem o processamento de grandes volumes de dados em períodos reduzidos, o que seria impraticável em ambientes convencionais. “Esse poder computacional proporcionou à equipe a possibilidade de testar múltiplos cenários, aprimorar métodos estatísticos e gerar resultados robustos para apoiar tomadas de decisão em conservação e políticas públicas”, diz Victor Zwiener.

Prêmio “Reviewers Choice” do Interact destaca pesquisa do C3SL sobre redesign da MECRED

Pesquisa premiada aplicou Leis da Simplicidade para tornar a rede social MECRED mais intuitiva e acessível ao público da educação

A pesquisa sobre o redesenho da rede social educacional MECRED, desenvolvida pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) em parceria com o Ministério da Educação (MEC), foi premiada com o “Reviewers Choice AWARD” no 20th IFIP TC13 International Conference on Human-Computer Interaction (INTERACT), realizado de 8 a 12 de setembro em Belo Horizonte, Minas Gerais.

O trabalho premiado, intitulado “Applying the Laws of Simplicity to Redesign an Educational Social Network”, aborda a aplicação das 10 Leis da Simplicidade, formuladas pelo professor e pesquisador do MIT John Maeda, no redesenho da MECRED, a maior rede social dedicada à educação no Brasil. O objetivo principal foi simplificar a interface e facilitar o entendimento do funcionamento da plataforma, que atende professores, alunos e demais interessados na interface entre educação e tecnologia.

O estudo foi orientado pelo professor Roberto Pereira, do Departamento de Informática (Dinf) da UFPR, e assinado pelos pesquisadores de pós-graduação e bolsistas do C3SL,  Jonas Lopes Guerra e Krissia Menezes, e pelo pesquisador do Dinf, Deógenes Pereira Da Silva Junior.

Segundo Jonas, a missão de redesenhar uma rede social brasileira que tem como público-alvo professores, alunos e pessoas interessadas na relação educação e tecnologia, é de uma complexidade muito grande, e, portanto, demandou uma abordagem pautada na simplicidade. “Nós buscamos simplificar tanto a interface quanto o entendimento do funcionamento da MECRED, e para isso estudamos a fundo as Leis da Simplicidade e desenvolvemos uma série de protótipos para avaliar as soluções que geramos a partir das Leis, antes de implementá-las. O artigo premiado no Interact, descreve como foi o processo de redesign da MECRED, pautado na simplicidade”, destaca.

Em um cenário digital cada vez mais marcado pelo excesso de informações e interfaces complexas, o desafio da pesquisa desenvolvida por Lupus é seguir a ótica da simplicidade. Lançada em 2015, a MECRED foi criada para reunir e compartilhar recursos educacionais, como planos de aula, materiais multimídia e coleções personalizadas. Com o tempo, a plataforma cresceu, acumulando funcionalidades e informações, o que acabou tornando a navegação e o uso mais desafiador para seus usuários.

Com isso, o foco da pesquisa foi explorar o potencial as Leis da Simplicidade para dar suporte no processo de redesign da plataforma, que combina funcionalidades de rede social e repositório de recursos, atendendo às necessidades de diversos usuários em um contexto socioeconômico diverso.

A pesquisa utilizou a metodologia de Action Research, combinando a prática do Design Reflexivo para desenvolver os protótipos e sessões de Thinking Aloud para avaliar o resultado dos protótipos, envolvendo o time de desenvolvimento e a equipe técnica do MEC. Os usuários eram convidados a navegar pela plataforma enquanto compartilhavam suas impressões e dificuldades, permitindo aos pesquisadores identificar pontos críticos e testar melhorias em tempo real.

A aplicação das Leis da Simplicidade resultou em uma interface mais simples, com navegação mais intuitiva e redução do tempo necessário para completar tarefas na plataforma. A pesquisa também gerou um conjunto de questões orientadoras para o uso das Leis da Simplicidade no design da experiência do usuário, além de explorar possibilidades para pesquisas futuras sobre a relação da Simplicidade com a Experiência do Usuário.

Artigo sobre pesquisa do C3SL ganha prêmio de melhor relato de experiência no IHC 2025

Trabalho debate solução tecnológica para gerenciar campanhas de saúde no SUS, integrando agentes comunitários e gestores municipais

O artigo “Design Socialmente Consciente na Prática: Concebendo uma Solução para o Gerenciamento de Campanhas no SUS” foi eleito nesta terça-feira (9) o melhor trabalho apresentado na trilha Relatos de Experiência no XIX Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC). O trabalho, baseado em pesquisa realizada pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), é de autoria do doutorando do PPGInf da UFPR, Deógenes Pereira da Silva Junior; da doutoranda pelo PPGInf e pesquisadora do C3SL, Krissia Menezes; da pesquisadora e bacharel em Informática Biomédica pela UFPR, Marisa Sel Franco; mestrando em informática pelo PPGInf e pesquisador do C3SL, Jonas Lopes Guerra; e do pesquisador do C3SL e coordenador da equipe de IHC da UFPR, Roberto Pereira.

O relato de experiência abordado no trabalho é referente ao design de uma solução tecnológica para apoiar o gerenciamento de campanhas de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, considerando a complexidade socioeconômica, cultural e geográfica do país. A proposta buscou integrar a diversidade das necessidades das partes interessadas, em especial os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combate às Endemias (ACE) e gestores municipais, adotando o framework de Design Socialmente Consciente (DSC).

A equipe aplicou uma combinação de métodos exploratórios, como revisão bibliográfica e netnografia em redes sociais, além de técnicas do DSC para mapear os desafios, identificar stakeholders, definir personas e cenários, e especificar requisitos para a solução. Um protótipo de média fidelidade foi desenvolvido para ilustrar a proposta, priorizando funcionalidades que atendem às necessidades da comunicação, gestão e avaliação das campanhas em contextos vulneráveis e diversificados.

Nas considerações do trabalho, os pesquisadores apontam que o DSC demonstra ser um caminho promissor para enfrentar a complexidade intrínseca de soluções que devem operar nacionalmente. A pesquisa reforça ainda que priorizar a proximidade e o engajamento dos agentes de saúde com a população, simplificar processos administrativos e garantir acessibilidade são pontos cruciais para o sucesso das campanhas. Também alerta para possíveis conflitos entre a necessidade de indicadores mensuráveis para gestores e a importância do vínculo humano entre agentes e comunidade, que nem sempre é quantificável.

C3SL aprova no SBIE artigos sobre inclusão da computação no ensino fundamental

Estudos enfatizam a importância da inclusão digital e da aprendizagem ativa nas primeiras séries escolares

O papel da computação nos anos iniciais do ensino fundamental é tema de artigos aprovados dos pesquisadores do Centro de Estudos em Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para apresentação no 24º Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE). O simpósio integra a programação do Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE) 2025, entre 24 e 28 de novembro. Os trabalhos são assinados pelo professor do Dinf e pesquisador do C3SL, Marcos Castilho, pela doutora em informática pelo PPGInf, Elaine Cristina Grebogy, e pelos pesquisadores Icléia Santos, Halyne Czmola, Fábio Roberto Petroski e Fernanda Aparecida Greboge Marquette.

Os artigos abordam diversas frentes relacionadas à inserção do Pensamento Computacional, Cultura Digital e Educação Digital, alinhadas às demandas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os trabalhos que debatem a inovação pedagógica e a democratização do conhecimento em computação no Brasil, partem de pesquisas realizadas junto ao C3SL, como a plataforma MECRED, maior rede social da educação do país.  

Confira abaixo os principais assuntos de cada trabalho:

Título – Recursos Educacionais Abertos para o Ensino de Computação: Material MECRed para professores dos Anos Iniciais. Autores – Elaine Cristina Grebogy, Icléia Santos, Marcos Alexandre Castilho. Resumo – O trabalho analisa a plataforma MECRed, que reúne diversos recursos educacionais abertos voltados para o ensino de computação nos primeiros anos do ensino fundamental. A pesquisa oferece orientação para que professores possam selecionar materiais alinhados às novas competências previstas na BNCC, facilitando a inclusão da temática em suas práticas pedagógicas e contribuindo para a qualificação do ensino em todo o país.

Título – Computação Desplugada: estimulando o Pensamento Computacional de forma lúdica e concreta. Autores – Elaine Cristina Grebogy, Icléia Santos, Marcos Alexandre Castilho. Resumo – A pesquisa avança na investigação do impacto da Computação Desplugada — atividades que desenvolvem habilidades de computação sem o uso direto de computadores — e constatou um aumento de 45% nas capacidades relacionadas ao Pensamento Computacional entre estudantes. O material pedagógico elaborado destaca o papel das práticas lúdicas e concretas para o engajamento dos alunos, reforçando a recomendação de sua implementação precoce conforme proposto pela BNCC e pela Política Nacional de Educação Digital.

Título – Implementação da Computação como Componente Curricular em rede pública de São José dos Pinhais (PR). Autores – Halyne Czmola, Elaine Cristina Grebogy, Fábio Roberto Petroski, Fernanda Aparecida Greboge Marquette. Resumo – O artigo trata da experiência municipal em São José dos Pinhais, onde a inclusão da computação como componente curricular específico foi sistematizada por meio da Comissão Interna de Integração Curricular do Componente de Educação Digital e Midiática. Com análises detalhadas, o estudo aponta avanços e desafios na adaptação da BNCC Computação ao contexto local, fomentando discussões essenciais para aprimorar políticas educacionais e fortalecer a educação digital no âmbito municipal.

Título – Computar Brincando: promovendo a Cultura Digital com atividades para 4º e 5º anos. Autores – Elaine Cristina Grebogy, Icléia Santos, Marcos Alexandre Castilho. Resumo – O quarto trabalho apresenta um recurso didático estruturado em cinco capítulos que conectam a Cultura Digital da BNCC a atividades interdisciplinares, como segurança digital, verificação de informações e cidadania online. Desenvolvido para promover a aprendizagem ativa, o material contempla práticas desplugadas e o uso de ferramentas digitais simples, buscando garantir acessibilidade e protagonismo dos estudantes em diferentes realidades escolares.

Lista de Aprovados Edital seleção fluxo contínuo

BARBARA REIS DOS SANTOS
BERNARDO PAVLOSKI TOMASI
CAUE MATEUS GONÇALVES VENTURIN SAMONEK
DAVI CAMPOS RIBEIRO
EDUARDA SAIBERT
ELOIZA STHEFANNY ROCHA DA SILVA CARDOSO
GABRIELA FANAIA DE ALMEIDA DIAS DORST
GUILHERME EDUARDO GONÇALVES DA SILVA
HELOISA DIAS VIOTTO
JOAO MEYER MUHLMANN
JOÃO PEDRO VICENTE RAMALHO
LETICIA DE LIMA ROBERTO
MATEUS DOS SANTOS HERBELE
PEDRO FOLLONI PESSERL
PEDRO HENRIQUE FRIEDRICH RAMOS
RUIBIN MEI
THEO SIMONETTI SCHULT
YAGO YUDI VILELA FURUTA
BRUNO SIME FERREIRA NUNES

Soberania tecnológica e Lei da Informática: reitor da UFPR e ministra Luciana Santos se reúnem em Brasília

Reunião no Ministério da Ciência e Tecnologia é desdobramento de projetos do C3SL, em discussão desde 2024 com o órgãos do MCTI

Com a soberania tecnológica brasileira na pauta, o reitor da Universidade Federal do Paraná  (UFPR), Marcos Sunye, e a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, se reuniram, em Brasília, no dia 29 de agosto, para discutir a estruturação de projetos na área. Além de apresentar as demandas da UFPR ao MCTI, Sunye deu continuidade às tratativas anteriores do ministério com o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL).

Pelo MCTI, participaram também Daniel Almeida Filho (Desenvolvimento Tecnológico e Inovação), Davyd Souza Santos (Tecnologia Social e Economia Solidária) e Hugo Valadares Siqueira (Inovação Digital). O reitor foi acompanhado pelo superintendente da Fundação da UFPR (Funpar), Edemir Maciel, e pelos técnicos da Funpar, Líbia Naico e Jonivan Oliveira.

A criação de uma plataforma brasileira de bens digitais foi objeto da parte da conversa decorrente do C3SL, uma vez que o Centro tem mobilizado pesquisadores da área em todo o país para discutir a soberania tecnológica do Brasil. A experiência da Funpar com a gestão de projetos foi comentada brevemente, no tópico de acelerar o uso da Lei da Informática para o desenvolvimento de projetos de interesse nacional, aproveitando o know-how da fundação.

C3SL busca parceiros para desenvolver o projeto  MAPSBR
A reunião no MCTI foi o desdobramento de uma conversa anterior, em 2024, com o secretário nacional de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda. Na ocasião, uma equipe técnica do Centro de Computação, com Luis de Bona, Edemir Maciel e Jonivan Oliveira apresentou a experiência do C3SL com projetos associando computação e impacto social, da distribuição nacional do Linux Educacional ao monitoramento de indicadores sociais, passando pelo atendimento na Atenção Primária de Saúde.

A ideia de mobilizar empresas para o desenvolvimento de uma ferramenta de geolocalização, a exemplo do Google Maps e do próprio GPS, surgiu naquele encontro e foi retomada agora, com a ideia de utilizar a Lei da Informática para esse fim. O MCTI se colocou à disposição para estruturar essa iniciativa, em parceria com a UFPR e com o C3SL, que depois poderá envolver outros institutos de ciência e tecnologia brasileiros.

Lista de aprovados para o projeto Assessoria e execução da Avaliação do Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente, elaboração do novo Plano Estadual do Paraná e Desenvolvimento de Sistema para acompanhamento/monitoramento, Contrato n° 4686/2024 SEDEF e UFPR

  • Gustavo Silvera Frehse
  • Janaína Saldiva Kshesek
  • Maria Carolina Sauer
  • Thomas Bianchi Todt

Parabéns aos aprovados!