Ex-bolsista do C3SL é finalista no Prêmio Junia Coutinho Anacleto

Artigo inscrito no concurso nacional da Sociedade Brasileira de Computação tem como tema projeto do C3SL com o Ministério da Educação

O ex-bolsista do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), Eduardo Mathias, é finalista do Prêmio Junia Coutinho Anacleto, concurso de teses, dissertações e trabalhos de graduação em Interação Humano-Computador (IHC). A distinção é promovida anualmente pela Comissão Especial de Interação Humano-Computador, órgão colegiado da Sociedade Brasileira de Computação (SBC).

O artigo “SIMCAQ: Um Diagnóstico Sociotécnico”, classificado para a final do prêmio, é resultado da conclusão do curso de bacharelado em Ciência da Computação, junto ao Departamento de Informática da UFPR. Sob a orientação do professor do Dinf, Roberto Pereira, o trabalho inscrito por Mathias foi aprovado na fase eliminatória e concorre ao título de melhor TCC em IHC.

Os premiados serão revelados no XXIII Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais, a ser realizado em outubro deste ano, em Brasília. Todos os trabalhos classificados para a final serão publicados nos anais do IHC.

Segundo Mathias, estar na final do prêmio Junia Coutinho Anacleto é o início de uma carreira promissora na pesquisa em computação, um sonho que ele vem perseguindo desde a graduação. “Representa bastante para mim ter esse primeiro artigo publicado e apresentá-lo em Brasília. Ressalta o potencial de todo mundo que está se formando em Ciência da Computação e que quer seguir essa área acadêmica”, destaca.

O trabalho inscrito por Mathias no prêmio do IHC é focado no Simulador de Custo-Aluno Qualidade (SIMCAQ), projeto desenvolvido pelo C3SL com o Ministério da Educação. O bacharel em Ciência da Computação foi um dos bolsistas do projeto junto ao centro de pesquisa em 2023. O SIMCAQ é um sistema online gratuito para estimar o custo de proporcionar educação de qualidade em escolas públicas de educação primária. O objetivo do projeto é servir como uma ferramenta de planejamento educacional que enfatiza o aspecto orçamentário, diagnosticando o contexto educacional em níveis municipal, estadual e nacional.

No paper que é finalista do prêmio nacional, Mathias propõe um diagnóstico sociotécnico do SIMCAQ, identificando aspectos de melhorias para o sistema, como aprimoramento na interface e usabilidade da plataforma, bem como melhorias na cultura de trabalho das equipes do projeto. “Durante o período em que fui bolsista no C3SL, convivi com toda a equipe do projeto e pude observar as reformulações e os benefícios que a ferramenta proporcionava. No entanto, percebi que, apesar de ser uma ferramenta muito boa e importante, não havia nenhum trabalho que destacasse sua relevância para pessoas externas, nem como ela era desenvolvida. Não existia um diagnóstico sociotécnico que analisasse o sistema de uma perspectiva mais ampla. Esse foi o meu ponto de partida”, revela o bacharel.

Em suas considerações, Mathias aponta que as equipes devem incorporar práticas de Interação Humano-Computador (IHC) e User Experience (UX) de maneira transversal ao projeto. Além disso, é essencial que novas estratégias de comunicação e organização do trabalho sejam experimentadas, buscando um equilíbrio entre flexibilidade e estrutura. “Sob a orientação do professor Roberto Pereira, utilizamos instrumentos semióticos para realizar uma análise mais profunda. Realizamos entrevistas com a equipe e deixamos clara a divisão de trabalho e a cultura do projeto. É importante ressaltar que os problemas do simulador não se restringem apenas à parte técnica; a cultura do projeto também desempenha um papel fundamental. Discutimos o que poderia ser feito para melhorar essa cultura dentro do C3SL. Acredito que deixei um legado positivo com a pesquisa”, conclui.

Projetos do C3SL são destaque no 42º Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia

Delegação formada por nove bolsistas de graduação e mestrado participam do evento em Maringá entre 17 e 20 de julho

Uma equipe de nove bolsistas de graduação e de mestrado do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) participa do 42º Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia, em Maringá. O evento começou nesta quarta-feira (17) e segue até o dia 20 de julho com palestras e apresentação de trabalhos acadêmicos. Durante o encontro, os bolsistas apresentarão resultados de pesquisas vinculados aos projetos em desenvolvimento junto ao C3SL.

Um dos trabalhos em apresentação pelos bolsistas é o projeto de atualização da plataforma MECRED, uma iniciativa do C3SL com o Ministério da Educação (MEC) que disponibiliza recursos educacionais digitais para escolas públicas. Destaque na reunião do Grupo de Trabalho de Educação do G20 no início deste mês, a plataforma que reúne cerca de 320 mil recursos educacionais foi publicada em 2017 pelo centro de pesquisa, e recentemente recebeu um upgrade de usabilidade, acessibilidade e protocolos de segurança para o encontro do G20.

Além da apresentação sobre o processo de atualização da plataforma e o potencial do MECRED para a educação básica e fundamental brasileira nos grupos de trabalhos do evento, o projeto também é apresentado pelos bolsistas em stand permanente nos quatro dias do ENEPe. Afora o repositório, o projeto de Dados Educacionais para Políticas Públicas (DEPP) também será foco de divulgação científica no evento. O projeto busca disponibilizar dados e indicadores da educação básica e superior em série histórica em diferentes níveis de desagregação e de maneira acessível.

Projeto do C3SL e VRI para digitalização de acervo histórico fortalece parceria entre UFPR e Academia de Ciências de Berlim

Parceria é formalizada em visita técnica de pesquisador do C3SL e um dos líderes do projeto, Eduardo Todt, à universidade alemã.

A pesquisa e desenvolvimento de sistemas para digitalização de arquivos históricos de jornais dá início à cooperação entre a UFPR e a Academia de Ciências de Berlim-Brandemburgo (BBAW Berlin-Brandenburguishe Akademie der Wissenschaften). Os atores da cooperação são o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e o Laboratório Visão Robótica e Imagem (VRI), que integram o Departamento de Informática (Dinf) da UFPR, e o The Electronic Life Of The Academy (Telota), departamento de pesquisa em humanidades digitais da BBAW. Após formalizada por termo de convênio entre a UFPR e a BBAW, a cooperação teve uma primeira reunião técnica do pesquisador do C3SL e VRI e líder do projeto, Eduardo Todt, com o diretor do Telota, Alexander Czmiel, no último dia 11 de julho, em Berlim.

O sistema OCR (Optical Character Recognition) em pesquisa utilizará técnicas de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural para lidar com a complexidade dos textos antigos, muitos dos quais contêm gráficos, tabelas e anotações manuscritas. Essa tecnologia permitirá que os pesquisadores acessem o conteúdo desses arquivos de forma eficiente e abrangente, permitindo que o público tenha acesso a esse importante registro da história da imprensa alemã.

“Essa parceria é um marco importante para o Dinf e UFPR, pois nos permite colaborar com uma das mais renomadas instituições de pesquisa do mundo no desenvolvimento de tecnologias avançadas de digitalização, propondo um intercâmbio de conhecimento que beneficiará nossos alunos, ao mesmo tempo em que contribuiremos para a preservação desse importante patrimônio documental”, destaca Todt.

O projeto entre o C3SL, VRI e Telota integra o acordo de cooperação firmado entre a UFPR e Academia de Ciências de Berlim-Brandemburgo, para edição digital de documentos históricos, pesquisa sobre periódicos brasileiros em língua alemã, e demais estudos sob perspectiva histórica e de teoria da comunicação. Pelo DINF e UFPR, a parceria no Brasil é coordenada pelo pesquisador do C3SL, Marcos Sfair Sunye.

O acordo entre as instituições foi fomentado a partir de parcerias entre o VRI do Dinf com o Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas da UFPR, na figura do professor Paulo Soethe, no desenvolvimento de sistemas para modernização de acesso a documentos acadêmicos e culturais de relevância internacional. “A iniciativa do professor Paulo Soethe no desenvolvimento de pesquisa com as instituições alemãs foi fundamental para que pudéssemos firmar este acordo entre o C3Sl e VRI com a BBAW. É uma prova de que projetos multidisciplinares em parcerias com diversos departamentos têm demonstrado diversos benefícios, tanto para os alunos quanto para os pesquisadores, a partir de propostas inovadoras como estas, bem como para o desenvolvimento de habilidades transversais”, conclui Todt.

MECRED: projeto do C3SL com o MEC é destaque durante G20 no Brasil

Com 319 mil recursos educacionais à disposição dos professores brasileiros, a plataforma MECRED foi um dos destaques do Ministério da Educação (MEC) na última reunião do G20, realizada dia 8 de julho, na  cidade do Rio de Janeiro. Bem recebida pelas 31 delegações internacionais, a ferramenta fará parte do manual de boas práticas que o Grupo de Trabalho de Educação do G20 distribuirá aos países membros. A MECRED foi desenvolvida por pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e funciona em um datacenter do Departamento de Informática (Dinf), no Centro Politécnico.

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O Grupo dos Vinte, mais conhecido pela sigla G20, é um fórum de cooperação internacional, formado pelos países com as maiores economias do mundo. A presidência dos trabalhos é rotativa e, em 2024, está sob os cuidados do Brasil, que vem realizando reuniões preliminares, para formatar as propostas que serão debatidas na reunião de cúpula, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.

MEC elogia ferramenta desenvolvida por pesquisadores do C3SL-UFPR

“Há espaço para colaboração entre os países no desenvolvimento de plataformas, incluindo o uso de inteligência artificial, bem como regulamentação de segurança de dados de professores e estudantes, critérios para a curadoria de recursos educacionais digitais e normas sobre o uso ético de inteligência artificial na educação”, afirmou Ana Úngari Dal Fabbro, coordenadora-geral de Tecnologia e Inovação da Educação Básica (Seb\MEC), na reunião do G20.

Na sua fala, Ana Dal Fabbro elogiou o potencial de disseminação de conteúdo pedagógico da MECRED, dando como exemplo a coleção sobre desenvolvimento sustentável criada em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO-Brasil). O material foi utilizado em curso do MEC sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para as secretarias estaduais e municipais de Educação no país. 

No dia 10, ao término das reuniões do GT de Educação, o assessor especial para Assuntos Internacionais do MEC, Francisco Figueiredo de Souza, avaliou que a plataforma MECRED foi um dos destaques dos projetos compartilhados pelos países do G20. “Existe muita desinformação circulando nas redes sociais e plataformas de conteúdo pedagógico como essa procuram trazer informação de qualidade para os docentes, com informação baseada na ciência, valorizando experiências de sala de aula”, elogiou.

Rede social dos professores brasileiros funciona em datacenter do Dinf

Criada para ser a rede social dos professores brasileiros, a plataforma MECRED é um local de integração e de troca pedagógica, em que são compartilhados de planos de aula a vídeos e audiobooks, passando por jogos de tabuleiros, exercícios e cartilhas de todas as áreas do conhecimento. Hoje, ela conta com 31 mil usuários cadastrados.

Concebida dentro do Departamento de Informática da UFPR, a plataforma MECRED começou a ser desenvolvida em 2015 pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR, em colaboração com a equipe técnica do MEC, outras universidades federais e professores da Educação Básica de diversas regiões do Brasil.

Desde o lançamento da MECRED, em novembro de 2017, os dados estão hospedados no datacenter do C3SL, no Centro Politécnico da UFPR. Em um esforço conjunto de 40 pesquisadores associados ao Centro de Computação, a plataforma recebeu um upgrade de usabilidade, acessibilidade e protocolos de segurança para o encontro do G20.

Com informações do MEC e do MRE.

C3SL e Ministério da Saúde debatem gestão da informação na atenção básica

Base de dados da Atenção Primária à Saúde (APS) foi foco da visita técnica em Brasília

O Centro de Computação Científica e Desenvolvimento de Software (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) se reuniu com representantes do Ministério da Saúde em Brasília no dia 21 de junho para discutir melhorias no processamento e armazenamento dos dados de saúde provenientes dos atendimentos da Atenção Primária à Saúde (APS). Participaram do encontro com representantes do ministério a pesquisadora especialista em banco de dados e bolsista do C3SL, Simone Dominico, e o gestor de projetos de pesquisa e desenvolvimento do C3SL, Edemir Reginaldo Maciel.

Durante o encontro, a equipe do C3SL buscou entender detalhadamente o fluxo atual de captação, limpeza e adequação desses dados até seu armazenamento no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), gerenciado pelo Ministério. “O nosso papel lá foi entender como estava acontecendo esse processo de organização da base e alimentação dos dados para sugerir e desenvolver alguma mudança para que esse processo seja mais otimizado”, aponta Simone.  

O aprimoramento da base de dados integra as atividades do projeto do C3SL com o Ministério da Saúde, coordenado pelos pesquisadores Marcos Sunye e Grégio André, para desenvolvimento de um sistema que permite comunicação direta entre agentes de saúde e usuários da APS. Atualmente, o processo de organização da base de dados em discussão na reunião resulta em performance aquém da desejada pelos técnicos do ministério, especialmente devido ao grande volume de dados recebidos diariamente, em torno de 30 terabytes.

C3SL realiza visita técnica à diretoria executiva dos Correios em Brasília

Encontro foi marcado por debate sobre soluções tecnológicas em computação para aprimoramento da atuação do centro de distribuição da empresa pública no Paraná

Debate sobre demandas de tecnologia dos Correios partiu de diagnóstico prévio feito pelo C3SL no CTCE, no Paraná. Foto: Sara Barbosa (CCOM/PR)

Pesquisadores e técnicos do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram visita técnica à diretoria executiva dos Correios na última quarta-feira (26) em Brasília. Em reunião com a diretora do setor Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da Informação dos Correios, Maria do Carmo Lara Perpétuo, foram debatidas as demandas de tecnologias em computação da superintendência da empresa pública no Paraná e no Brasil. O C3SL foi representado na visita técnica pelo pesquisador e professor do Departamento de Informática da UFPR (Dinf-UFPR), André Ricardo Abed Grégio, pelo gestor de projetos de pesquisa e desenvolvimento do C3SL, Edemir Reginaldo Maciel, e pela secretária de projetos do Setor de Ciências Exatas da UFPR, Carla Marcondes.

No encontro em Brasília, a delegação do C3SL apresentou propostas de soluções em termos de computação para as mais variadas demandas dos Correios no Paraná, como uma implantação de infraestrutura de virtualização e simulação para testes de novos projetos. Também foram evidenciados na oportunidade os desafios da empresa pública para as áreas de governança e segurança da informação, computação de alto desempenho, bases de dados e sistemas computacionais robustos e eficientes. As medidas debatidas na reunião com a diretora Maria do Carmo, com o superintendente dos Correios do Paraná, Marcos Paulo da Silva Paim, com o superintendente executivo de tecnologia da informação e comunicação, Helder Mota Gomes, com o chefe do laboratório de pesquisa, desenvolvimento e inovação operacional, Otávio Augusto Morais Arantes, e com o coordenador de pesquisa e desenvolvimento operacional da empresa pública, Henrique Massaro, são resultados de diagnóstico prévio feito pelo C3SL em acompanhamento técnico do centro de pesquisa às instalações do Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE), um dos principais centros logísticos da empresa pública próximo da capital paranaense.

De acordo com o superintendente dos Correios do Paraná, Marcos Paim, é um fomento à inovação no setor logístico a consolidação de projetos aliando a expertise do C3SL em soluções complexas a partir da computação científica e o legado e dimensão dos Correios. “A parceria com o C3SL pode contribuir para acelerar a nossa Transformação Digital e também a Modernização Operacional da nossa Empresa, a fim de consolidar os Correios à frente do mercado e reafirmar sua posição de maior operador logístico do Brasil. Temos buscado a inovação impulsionada pela tecnologia para aumentar a entrega de valor aos nossos clientes e à sociedade”, afirma o superintendente dos Correios.

Em visão complementar, o coordenador de pesquisa dos Correios, Henrique Massaro, destaca a preocupação da empresa pública em buscar na inovação tecnológica formas de aprimorar a performance dos Correios. “Temos buscado a aproximação com o ecossistema de inovação do Paraná, a fim de identificar potenciais projetos de relevância para os Correios. A parceria com o C3SL pode contribuir para modernizar, de forma efetiva, nosso processo operacional e com isso otimizar a jornada dos nossos clientes, agregando tecnologia, valor e inteligência por meio da união de expertises entre as duas instituições, consolidando assim, nossa vantagem competitiva. A computação tem um papel crucial na logística pq pode oferecer oportunidades para melhorar nossa eficiência, reduzir nossos custos e melhorar a satisfação dos nossos clientes”, destaca Massaro.

Da esquerda para direita: Edemir Maciel, Helder Gomes, Marcos Paim, Henrique Massaro, Carla Marcondes e André Grégio. Foto: Sara Barbosa (CCOM/PR).

Um dos principais instrumentos do governo federal na integração e desenvolvimento do Brasil, os Correios desempenham função que ultrapassa a entrega de cartas e encomendas. Com uma capilaridade que abrange os 5,5 mil municípios do país, a empresa desempenha uma função de apoio logístico ao Estado como suporte às políticas públicas, como distribuição de vacinas, e das urnas eletrônicas nas eleições municipais e estaduais. Na área da educação, por exemplo, é a principal transportadora de livros didáticos e das provas do Enem. Segundo dados do relatório de administração dos Correios, em 2023, por exemplo, a empresa pública foi responsável pela distribuição de 166,5 milhões de livros didáticos, atendendo cerca de 152 mil instituições de ensino, e fez a entrega de 7,9 milhões de provas do Enem em 1,7 mil municípios do país.

A fundamental relevância dos Correios no papel essencial para a integração, desenvolvimento e garantia de direitos da população em todo o território brasileiro e como suporte de políticas públicas, bem como a complexidade e volume dos serviços realizados pela empresa vão ao encontro da experiência do C3SL em promover soluções de computação para problemas complexos, a partir de uma expertise de duas décadas em projetos com equipe multidisciplinar na Ciência da Computação.

Confraternização do C3SL é marcada por entrega do troféu de “causos da informática”

A 15 ª edição do tradicional prêmio reuniu pesquisadores e bolsistas na sede da APUFPR

A confraternização anual do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) reuniu dezenas de bolsistas e pesquisadores na sede da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), na última quinta-feira (27). O evento, que marca um novo ciclo de atividades no grupo de pesquisa, também é conhecido pela tradicional entrega do Troféu Horário, um descontraído prêmio que registra os principais fatos engraçados e obrigatoriamente vexatórios vivenciados por técnicos, bolsistas ou pesquisadores. Afinal de contas, o C3SL é reconhecido por sua pesquisa séria e rigorosa. No entanto, até os programadores mais experientes escorregam o dedo no código vez ou outra.

Apesar do tom humorístico, o Troféu Horácio, que já está na sua 15 ª edição, reflete a cultura de aprendizado e melhoria contínua do C3SL. Ao reconhecer e celebrar erros de uma forma descontraída, o prêmio incentiva os pesquisadores a não terem medo de errar e a encararem os deslizes como oportunidades de crescimento. O Troféu Horácio é uma iniciativa divertida e construtiva do C3SL para celebrar os momentos engraçados e humanos da pesquisa científica, momento em que o grupo de pesquisa demonstra sua maturidade e compromisso com a excelência acadêmica.

As indicações são realizadas ao longo do ano pelos próprios bolsistas e professores do C3SL. Todo ano é definida uma comissão julgadora que analisa os casos relatados e define os ganhadores. O prêmio neste ano recebeu 12 indicações, que disputaram a definição da comissão nas categorias: menção honrosa – indicação que não alcançou um troféu, mas que merece memória na lista dos premiados; categoria Déjà vu – em que são indicados os causos que já foram cometidos em momentos anteriores por outros ganhadores do Troféu Horácio; categoria Pequeno Gafanhoto – dedicada a marcar o feitos de bolsistas ao longo das suas pesquisas; e o troféu “Galo Véio”- que busca registrar os causos dos veteranos pesquisadores.

Nesta 15 ª edição, entraram para o panteão os “Horácios”, os seguintes bolsistas e pesquisadores: Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira, com menção honrosa; Odair Mario Ditkun Junior e Fernando Kiotheka, que juntos ganharam como autores do mesmo causo na categoria Déjà vu; Muriki Gusmão Yamanaka e Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira na categoria Pequeno Gafanhoto; e na categoria “Galo Véio”, o veterano Odair Mario Ditkun Junior.

O “causo” que deu origem ao prêmio –  tudo começou em 2012, na sala do C3SL, e envolve uma impressora, um manual, uma chave de fenda, um toner, e uma dose cavalar de desatenção. Quem faz este resgate para nós é um dos fundadores do C3SL, o professor Marcos Castilho. “Um dia, ao entrar na sala do C3SL retornando do almoço com o Bona, deparei-me com três bolsistas. Eles estavam ali ao redor da impressora. Um tinha o toner na mão, outro tinha uma chave de fenda e um terceiro tinha o manual da impressora. Estranhando aquela situação, questionei: ‘Vocês estão fazendo o quê?’. Eles me responderam: ‘Vamos trocar o toner’. Perguntei para eles: ‘Mas por que você precisa da chave de fenda?’. Responderam: ‘Não, é que no manual aqui está dizendo que tem que tirar uma fita amarela do toner. Mas o toner não tem fita amarela. Então a gente está achando que tem que abrir o toner para ver se a fita amarela está dentro’. E qual era o problema em tudo isso? É que o toner era da Epson, o manual da impressora que estavam usando era da Lexmark, e a impressora era uma HP”, conta Castilho.

Bolsista do C3SL participa da final da Maratona Feminina de Programação

Evento busca fomentar o interesse pela computação entre mulheres e pessoas não-binárias da América Latina

Evento reuniu participantes de universidades brasileiras e de outros países da América Latina. Foto: Instagram da MPF

Neste fim de semana foi realizada no Instituto de Computação (IC) da Unicamp a final da Maratona Feminina de Programação (MFP), evento que reúne mulheres e pessoas não binárias da América Latina para uma rodada de dois dias de desafios de programação esportiva. A bolsista do Centro de Computação Científica e Software Livre, Luize Duarte, participou como finalista da MPF e na assessoria do time do curso de programação. Daqui do Paraná, representando o Dinf e a UFPR, também esteve no evento a acadêmica Juliana Zambon, que integra a equipe da organização da maratona como coordenadora de comunicação da MPF.

Participam da MPF mulheres e pessoas não-binárias que estejam regularmente matriculadas na graduação de alguma instituição latino-americana de ensino superior. Para Juliana, o evento é uma oportunidade de incentivar o interesse pela computação entre o público feminino. “O evento representa a esperança de que você, mulher ou pessoa não binária, também pode conquistar seu lugar no mundo da programação. A esperança de criar uma comunidade onde você possa ser e se sentir acolhida nesse ambiente, atualmente permeado por uma grande presença masculina. A Maratona Feminina de Programação é a esperança da inclusão”, destaca a coordenadora de comunicação da MPF.

Esta é a segunda edição da maratona feminina, que já bateu recorde de inscrições, passando de 280 estudantes no evento em 2023, para mais de mil inscrições neste ano. Além de universidade e faculdades no Brasil, o evento também recebeu inscrições de instituições de ensino superior de outros países da América Latina, como Facultad de Física de la Universidad de la Habana, Pontificia Universidad Católica de Chile e Universidade Nacional de Colombia. Outra novidade é que neste ano a MPF se vinculou à Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Nos desafios de computação, as competidoras podem usar soluções em linguagens Pascal, C, C++, Java, Python e Javascript.

Dentre as propostas do evento, destaca-se o estímulo à participação feminina na programação esportiva, a ampliação da participação feminina na Maratona de Programação (SBC) promovida anualmente pela SBC, contribuir para a formação de uma comunidade latino-americana feminina de computação e proporcionar um ambiente mais inclusivo, acessível, acolhedor e diverso na área das ciências exatas em geral.

Bolsistas do C3SL participam de maratona de programação em Santa Catarina

Aqueçam os dedos, ativem os cérebros e empunhem suas linhas de códigos! As arenas de programação na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Joinville vão esquentar neste sábado (18), e os bolsistas do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) estarão lá, representando a garra dos programadores paranaenses na Maratona nas Estrelas, umas das edições das Internas, promovida pelos alunos de computação da Udesc.

Todo ano, a Brute, grupo de programação competitiva formado por acadêmicos de computação da Udesc Joinville, realiza duas competições de programação internas, uma em cada semestre. As inscrições são feitas por times com até três integrantes e mais os Coachs, que dão suporte às equipes. Um time formado pelos bolsistas do C3SL estará no páreo na maratona com Luize Cunha Duarte e Gabriel Lisboa Conegero. Tem ex-bolsistas também no time formado por Pedro Vinícius, Thiago Trannin,  e o mestrando Raul Gomes. Daqui da UFPR, ainda segue mais um time, formado pelos calouros Antonio da Ressurreição Filho, Davi Chaves Rodrigues Dutra Manzini e Arthur Ribas de Oliveira. Segue como coach das três equipes o bolsista do C3SL, Fernando Kiotheka, e o ex-bolsista do C3SL, Vinicius Tikara.

As Internas servem de seletivas dos grupos de programação para avaliar os times que podem competir as fases sub-regionais de programação, realizadas pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Nas maratonas, as equipes recebem uma série de problemas que devem ser resolvidos em um menor intervalo de tempo possível, usando várias linguagens de programação para codificar soluções.

Segundo Kiotheka, que coordena algumas das maratonas de programação em âmbito regional, as maratonas ajudam no desenvolvimento de ações em conjunto, além de ser um espaço de organização de networking. “Esse evento traz em foco o estudo da ciência da computação na área de algoritmos e estruturas de dados. Além disso, o trabalho em equipe é valorizado e para os alunos, é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas novas e buscar emprego, além de viajar para muitos lugares legais”, afirma.

Neste sábado na Udesc, a prova terá cinco horas de duração em que as equipes inscritas terão entre 10 e 15 problemas no estilo da maratona International Collegiate Programming Contest (ICPC), mesmo formato adotado nas maratonas da SBC. Segundo o site da Brute, os problemas serão apresentados de forma aleatória, e os competidores deverão usar computadores sem conexão com internet.

TRE busca parceria com o C3SL no combate ao deepfake nas eleições

Estratégias contra desinformação tem como alvo magistrados e a sociedade em geral com campanha educativa e produção de sistemas para mapeamento de vídeos

Imagine receber em seu aplicativo de mensagens um vídeo em que você aparece em situação vexatória, mas em um cenário em que você nunca esteve, e falando coisas que você nunca falou. Neste caso, você teria sido vítima de Deepfake, uma técnica de produção de imagens com criação ou sobreposição de rostos e vozes em vídeos. E se este mesmo vídeo circulasse no grupo da família, ou entre seus colegas de trabalho?  Este cenário é hipotético, mas a tecnologia de Inteligência Artificial disponível para fazer algo similar, não.

Em um contexto propício para a circulação da desinformação, como o meio político e as eleições, o uso generalizado de deepfake certamente pode deteriorar a democracia. É nesta conjuntura técnicos do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) estiveram nesta semana no Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) para debater soluções de informática no combate à ameaça do deepfake nas eleições. O objetivo é estabelecer uma parceria entre o TRE e o C3SL para desenvolver soluções de informática para detectar e prevenir a manipulação de conteúdo multimídia, como vídeos e áudios, que podem ser usados para influenciar a opinião pública e comprometer a integridade do processo eleitoral. Participaram do encontro no prédio do Departamento de Informática da UFPR (Dinf) o Secretário de Tecnologia da Informação, Gilmar José Fernandes de Deus, e o Secretário Administrativo do TRE, Iuri Camargo Kisovec, e os pesquisadores do C3SL, Marcos Alexandre Castilho, Luis Carlos Erpen de Bona, André Ricardo Abed Grégio e Paulo Ricardo Lisboa de Almeida

Com a crescente popularidade da tecnologia e a preocupação do órgão no uso em campanhas ou no cenário das eleições, além de traçar estratégias de formação educacional para a sociedade, o TRE busca na proposta de parceria com o C3SL uma solução que dê suporte aos magistrados no julgamento de casos que envolvam circulação de deepfake. De acordo com o secretário de tecnologia da informação do TER, Gilmar José Fernandes de Deus, uma grande dificuldade no julgamento de processos eleitorais, é aumentar a assertividade dos magistrados na identificação de conteúdos falsos criados digitalmente.  

“Na justiça eleitoral, em diversos momentos ao longo das eleições nos deparamos com situações litigiosas em que é preciso analisar casos envolvendo denúncias de desinformação. O grande problema é conseguir identificar de forma célere, se, por exemplo, de acordo com uma denúncia, o vídeo ou outro material é ou não é um deepfake, se é uma montagem feita por um candidato querendo prejudicar o outro. Hoje, muitas vezes, o magistrado que tem que tomar essa decisão de forma manual, o que envolve um grande risco no processo de julgamento. O que nós queremos é melhorar essa assertividade, e fornecer uma ferramenta ao magistrado dentro de processo jurídico, onde ele consiga ter mais embasamento para tomada de decisão”, afirma Gilmar de Deus.

Para o pesquisador do C3SL, André Ricardo Abed Grégio, uma ação junto ao TRE de combate ao deepfake deve prever ações de curto, médio e longo prazo, considerando a agenda de eleições, e tendo em vista a complexidade de desenvolvimento de uma ferramenta que busca marcas de uso de IA em vídeos. Mirando as eleições que se aproximam, em que os cidadãos de 399 municípios paranaenses seguem para as urnas para escolha de vereadores e prefeitos, Grégio propõe ações de educação focada na população e para os magistrados. A partir do uso de aplicações que demonstram de forma prática os tipos de deepfake, a campanha teria uma proposta educacional permitindo aos magistrados e a sociedade em geral conhecer a partir de vídeos as marcas que ajudariam a identificar se um material pode ou não ser falso. “Dentre os tipos de deepfake, existem as que usam sincronização de lábios, sintetização de áudio, injeção de rosto, criação de uma visão total de vídeo artificial. Uma campanha didática, poderia partir do desenvolvimento de ferramentas que possam servir para ilustrar estes tipos de deepfake”, aponta o pesquisador.

Segundo o pesquisador do C3SL, Paulo Ricardo Lisboa de Almeida, especialista em Machine Learning, a campanha inicial também contaria com vídeos e demais materiais de conscientização. “Usando técnicas de sobreposição de vídeo e som, é possível criar uma campanha educacional ilustrativa em que podemos explicar o que é deepfake, como é formada e reforçando a necessidade de cuidados no compartilhamento de conteúdos nas eleições”, diz Almeida. Para ele, uma outra solução a curto prazo seria a criação de um repositório com os vídeos de campanha criados pelos candidatos. A partir do repositório, é possível comparar novos vídeos em circulação para verificar se não foram gerados a partir dos materiais de campanha, o que agiliza o processo de análise dos conteúdos.

Para os pesquisadores do C3SL, a constituição do repositório aliado ao processo de geração de sistemas que ajudem a criar tipos de diferentes de deepfake fazem parte das medidas de médio e longo prazo, em que é necessário um volume significativo de dados para treinar os modelos na leitura e identificação de marcas de IA nos vídeos. “Para cada tipo de deepfake é necessária uma solução que identifique o padrão usado. Os tipos vão do mais simples, como o lipsync, em que se usa um vídeo existente e síncrona a parte da boca do personagem com um conteúdo vocal diferente; tem o de injeção de rosto, em que se aplica o rosto de um personagem em um outro vídeo; e tem os mais elaborados, como os de IA Generativas, em que os fakes são gerados inteiramente por inteligência artificial”, explica Grégio.

O pesquisador Paulo Almeida complementa que em cada um destes tipos, é preciso um modelo que aprenda as marcas da IA que produziu o vídeo, para gerar resultados de identificação se o conteúdo foi criado por inteligência artificial ou se é autêntico. “Um sistema que indique se um conteúdo é originário de inteligência artificial demanda muitos dados e capacidade de processamento. Em um deepfake totalmente gerado por IA, a gente teria que descobrir como é que a IA generativa está gerando os vídeos e detectar traços ali dentro. Neste caso, seria preciso gerar um monte de vídeos falsos para treinar os nossos modelos. Teria que ter uma rede neural, uma inteligência artificial gerando vídeos, e a gente treinando uma outra inteligência artificial para ficar observando e aprende aí como é que ela gera.

Considerando o crescente cenário de uso de deepfake nas eleições, a parceria entre o TSE e o C3SL no combate à desinformação resultaria em um passo importante para garantir a integridade do processo eleitoral brasileiro. Com a tecnologia do deepfake se tornando cada vez mais popular, é fundamental que os órgãos responsáveis pelo processo eleitoral desenvolvam estratégias para detectar e prevenir a manipulação de conteúdo multimídia.