C3SL é tema de palestra no Erad, evento sobre computação e alto desempenho em Santa Catarina

Promovido pela Sociedade Brasileira de Computação, evento reúne pesquisadores e alunos de iniciação científica da Região Sul

Os desafios em projetos complexos de informática para políticas públicas e o compromisso do C3SL com propostas de inovação a partir do software livre foram destaque na vigésima quarta edição da Escola Regional de Alto Desempenho da Região Sul, em Santa Catarina. A palestra foi realizada nesta quinta-feira (25) pelo professor da UFPR e pesquisador do C3SL, Luís Bona. O evento reúne alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores e profissionais da computação para debater o cenário do Processamento de Alto Desempenho, Arquitetura de Computadores e Sistemas Distribuídos.

Com o tema “C3SL: 22 anos! Software livre, cidadania e liberdade”, a palestra evidencia os grandes desafios nacionais enfrentados pelo centro de computação no uso de software livre como instrumento para a construção de sistemas inovadores. Com diversos projetos de impacto público nas áreas da saúde, educação, direitos humanos e comunicação, o C3SL vem há mais de duas décadas reiterando em seus esforços o papel da universidade na construção da soberania tecnológica do país.

Para Bona, além de um reconhecimento à importância e ao papel do centro de computação, ter o C3SL como um dos temas de relevância nas palestras do evento regional é uma oportunidade de reforçar à comunidade acadêmica e ao mercado o compromisso do grupo com soluções tecnológicas abertas.

Promovido pela Sociedade Brasileira de Computação com apoio da UFPR e demais instituições de ensino, e com patrocínio de grandes empresas de tecnologia, o evento tem foco na qualificação dos profissionais dos estados da região sul do país para processamento de alto desempenho. “Este é o principal evento da região sul para debater inovação e pesquisa científica em processamento de alto desempenho. Com grande participação de alunos de iniciação científica a preocupação é promover a reflexão da responsabilidade do papel que eles desempenharão na sociedade. Entendemos que a filosofia que guia a pesquisa e os projetos do C3SL pode contribuir muito para a formação das novas gerações de pesquisadores”, destaca.

Aprovados no Processo Seletivo 2024.1

Os candidatos abaixo foram aprovados no processo seletivo do C3SL.
Parabéns a todos!

O início das atividades será comunicado por e-mail oportunamente.

Aprovados (em ordem alfabética):

  • Barbara Reis Dos Santos
  • Bernardo Pavloski Tomasi
  • Cauê Mateus Gonçalves Venturin Samonek
  • Davi Campos Ribeiro
  • Eduarda Saibert
  • Eduardo Faria Kruger
  • Eduardo Vudala Senoski
  • Eloiza Sthefanny Rocha Da Silva Cardoso
  • Gabriel Lisboa Conegero
  • Gabriel Lüders
  • Gabriela Fanaia De Almeida Dias Dorst
  • Guilherme Eduardo Gonçalves Da Silva
  • Heloisa Dias Viotto
  • João Meyer Muhlmann
  • João Pedro Vicente Ramalho
  • Luize Cunha Duarte
  • Maria Luiza Palácio da Silva
  • Mateus Dos Santos Herbele
  • Pedro Folloni Pesserl
  • Pedro Henrique Friedrich Ramos
  • Theo Simonetti Schult

Foi um processo seletivo muito difícil e com mais de 70 inscritos. Foram 21 selecionados.

Agradecemos imensamente todos que se candidataram e torcemos em revê-los procurando participar do C3SL no futuro!

C3SL na SBPC

O professor e pesquisador do C3SL Luis Bona foi moderador da mesa “Infraestrutura para Cidades Sustentáveis” durante a programação da 75ª reunião anual da SBPC, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O evento é um dos maiores de ciência e neste ano acontece em Curitiba, na Universidade Federal do Paraná, UFPR.

A mesa contou com a participação de Gustavo Possetti, da Sanepar, Ana Jayme, do IPPUC, Isac Roizenblatt, da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação, a ABILUX, e Manuel Steidle, da Fundação CERTI. O encontro ouviu especialistas comprometidos com políticas públicas e debateu sobre desafios e dificuldades da transformação digital no âmbito da cidade.

A SBPC vai até dia 29 de julho, com diversas atividades em todos os campi da Universidade. Acompanhe a programação no site https://ra.sbpcnet.org.br/75RA/.

Pesquisa de doutorando do DInf fica entre as 3 melhores em Congresso Internacional

O doutorando do Departamento de Informática e orientando do professor do C3SL, Eduardo Almeida, Sérgio Luiz Marques Filho, teve seu trabalho reconhecido como uma das 3 melhores pesquisas durante a edição de 2023 do Congresso ACM SIGMOD/PODS, realizado em Seattle, nos EUA. A apresentação do pesquisador foi custeada pelo C3SL.

O Congresso aconteceu dos dias 18 a 23 de junho e é um dos mais importantes fóruns internacional para pesquisadores, profissionais, desenvolvedores e usuários de bancos de dados para explorar ideias e resultados de ponta, além de uma grande oportunidade de  troca de técnicas, ferramentas e experiências.

A pesquisa do Sérgio, intitulada “Discovering Denial Constraints Using Boolean Patterns”, trata da descoberta de Restrições de Negação (RN) utilizando um novo método denominado Boolean Patterns, que reduz drasticamente as estruturas intermediárias necessárias para a descoberta de RN e que pode ser implementado em software e em hardware utilizando FPGA para acelerar a descoberta de RN.

“Depois de apresentarmos o poster, fomos convidados a apresentar o trabalho junto com os demais, isso foi muito positivo. Somos os primeiros brasileiros a chegar tão longe nessa competição”, disse Sérgio. O trabalho faz parte da sua pesquisa de doutorado, e a partir de agora terá continuidade.

UFPR lança plataforma que mapeia formação docente dos mais de 2 milhões de professores no Brasil 

Entre os dados do Mapfor estão os de que 43% dos docentes do Brasil possuem pós-graduação, 5% não possuem uma formação mínima e 38% das docências não estão com formação adequada.

Qual é a formação dos professores brasileiros? Essa é a reposta que o projeto Mapfor, lançado nesta semana procura responder. A plataforma foi desenvolvida por meio de uma parceria entre o Grupo de pesquisa interinstitucional Laboratório de Dados Educacionais (LDE), que reúne a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR. O projeto mapeia a formação dos docentes atuantes em escolas públicas e privadas seja no contexto brasileiro, de um estado, município ou mesmo de cada escola por meio de dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Também apresenta dados das matrículas e cursos de licenciatura no Brasil, estados, municípios, instituições ou ainda em cada local de oferta com base nos dados do Censo da Educação Superior (Inep).

A plataforma foi pensada para ser um instrumento de planejamento e acompanhamento das políticas de formação de professores, tanto em instituições formadoras (universidades e demais instituições de ensino superior), quanto nas unidades governamentais responsáveis pela gestão da educação básica (secretarias de educação, conselhos de educação, comissões parlamentares etc.). Também busca apresentar um diagnóstico da realidade da formação dos mais de 2 milhões de docentes brasileiros, bem como das mais de 1.500 mil matrículas em cursos de licenciatura.

“O lançamento da Plataforma foi uma atividade vinculada aos 50 anos do Setor de Educação da UFPR, setor a qual se vincula o grupo do LDE. A plataforma foi desenvolvida com recursos de Emenda Parlamentar da Senadora Gleisi Hoffmann. O Mapfor tem sua origem ainda em 2018 quando foi desenvolvida a Plataforma Mapfor Paraná, financiada pela Prograd da UFPR.  O projeto foi ampliado pelo entendimento que fazer um diagnóstico da realidade com base em dados e indicadores como os apresentados pela plataforma é apenas uma das maneiras que a universidade tem de contribuir na promoção de políticas públicas para o país”, disse Gabriela Schneider, coordenadora do LDE.

Entre os dados coletados, tratados e disponibilizados no formato aberto, de software livre, é possível observar especificações sobre a formação docente, a oferta e a demanda dessa formação. “A gente viveu nos últimos anos o que chamamos de apagão de dados de várias áreas, e a educação foi uma delas. Então, hoje, termos um projeto como Mapfor, que traz transparência em formato de código aberto é uma grande vitória para a Educação e para o desenvolvimento da pesquisa e da ciência. A questão da Lei de Proteção de Dados vem sendo usada como ferramenta para chancelar a falta de transparência dos dados públicos, e projetos como este devem ser cada vez mais produzidos e divulgados”, explica Eduardo Almeida, professor do Departamento de Informática da UFPR e pesquisador do C3SL.

Dados e políticas públicas

O raio-x da formação docente revelou, entre muitos resultados, que a Região Sul é quem mais possui professores com pós-graduação (62,4%), seguido pela Região Centro-Oeste (49,8%), Nordeste (39,7%), Sudeste (38,8%) e Norte (33%). É possível ainda filtrar por estado, município e até mesmo por escola. Além disso, é possível acompanhar de 2012 a 2019, a quantidade de cursos de licenciatura ofertado, assim como o número de matrículas realizadas em cursos de licenciaturas, que vem aumentando: em 2012 foram pouco mais de 1.300.000 e em 2019 esse dado cresceu para 1.687.000.

“Esse é um levantamento muito importante para a Educação, que somente a universidade consegue realizar. Claro que grandes empresas de informática têm essa capacidade, mas não têm interesse, assim como o governo por si próprio não tem ferramenta, nem mão-de-obra para tal. É aí que entra a universidade pública como braço para que, a partir desses dados, possam existir políticas de formação dos professores”, disse Luiz Bona, chefe do departamento de Informática e pesquisador do C3SL.

Para a execução do projeto, levantamento, tratamento, criação da plataforma, foram envolvidos mais de 15 estudantes bolsistas da Universidade, que trabalharam durante mais de um ano e maio para colocar a plataforma no ar. “É muito muito interessante participar deste espaço que a universidade proporciona, onde projetos e pesquisas interdisciplinares podem acontecer com facilidade. Além, é claro da importância pra gente como estudante de participar de um projeto tão grande e que pode contribuir muito com a educação. Saber que a universidade pode ser um espaço não só de aprendizado, mas também de execução de projetos aplicáveis à realidade do país, é um grande passo na carreira”, finalizou Fernando Gbur, um dos bolsistas do Mapfor.

Sobre o C3SL

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR que realiza pesquisas em diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas  por meio da Lei de Informática e Lei do Bem, quanto para instituições e órgãos públicos. São seis linhas de pesquisa ativas no grupo: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação. Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.

www.c3sl.ufpr.br

Livro didático e tecnologia: como a inovação pode ajudar o PNLD, um dos maiores programas de distribuição de livros didáticos gratuitos do mundo

Grupo de pesquisa da UFPR da área de informática busca otimização no processo de logística do programa e está desenvolvendo painel de indicadores

85 anos. Esta é a idade do Programa Nacional do Livro Didático, o PNLD, programa desenvolvido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no Ministério da Educação. Para se ter uma ideia, atualmente, são mais de 172 milhões de livros distribuídos nos mais de 5 mil municípios brasileiros. Entre os outros números que impressionam estão também as mais de 150 mil escolas e os 32 milhões de alunos atendidos. Todos esses dados mostram a complexidade de um dos maiores sistemas de produção e entrega de material didático do mundo e alertam para a necessidade de reformulações constantes no programa, que movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano. E para que isso aconteça é preciso começar a falar de inovação.

“O sistema de logística do Programa é complexo mas funciona muito bem há décadas. Temos os Correios como um grande parceiro e reconhecemos a magnitude desse processo de entrega dos livros para cada aluno da rede pública. Mas nós não temos um plano B, por exemplo. Assim como nunca foi realizado um diagnóstico nesse modelo de distribuição, e tenho certeza que, ao realizarmos essa avaliação, conseguiremos identificar possíveis problemas e tornar o programa ainda mais eficaz”, conta Nadja Cézar, coordenadora geral do livro no FNDE.

E foi pensando em tudo isso que o Centro de Computação Científica e Software Livre, C3SL, da Universidade Federal do Paraná, vem realizando dois projetos que buscam a melhoria do PNLD. Uma delas é a “Pesquisa sobre otimização do modelo da logística de distribuição dos livros e materiais do PNLD, com suporte técnico para processos de contratação de serviços”. Apesar do nome comprido, o que o C3SL pretende é sistematizar e organizar toda a cadeia de produção e por meio disso, propor melhorias. “Ao longo de seus mais de 80 anos de existência, o FNDE aperfeiçoou o PNLD de modo a garantir que ele alcance o seu objetivo de entregar os livros às crianças em todas as regiões do país. Como a sociedade muda constantemente, a logística também precisa acompanhar essas mudanças. O desafio, em um cenário tão complexo, é obter um entendimento sistematizado, organizado, que apoie a análise do processo e a proposição de melhorias que otimizem o trabalho executado. É aí que o C3SL entra”, explica o professor Marcos Castilho, coordenador do projeto dentro do grupo de pesquisa.

Atualmente, o FNDE executa toda a logística de distribuição dos livros didáticos junto aos Correios e às editoras cadastradas. Um diagnóstico já produzido pelo projeto da UFPR mostra que há dezenas de partes interessadas envolvidas, atuando em um processo complexo. São centenas de conceitos, regras e especificações que detalham todo o processo. O trabalho é tão intenso que, da realização dos pedidos pelas escolas à entrega dos livros a cada uma delas, o FNDE orquestra e monitora toda a cadeia de produção: da especificação da qualidade exigida para os livros, seus tamanhos e pesos, até os procedimentos de entrega e conferência das encomendas.

Painel de indicadores

Além da pesquisa com logística, o C3SL desenvolve também o projeto Painel PNLD em que professores e bolsistas do grupo estão reunindo e tratando todos os dados constantes nas bases do FNDE e do MEC para criar um banco de inúmeras possibilidades de dados e de cruzamento deles. “Com esse painel, a gente consegue extrair e visualizar de forma integrada dados como ano, programa, escola, editora, títulos, valores e muitos outros que poderão ser usados de forma gerencial por todas as unidades, além de servir de consulta para a sociedade”, conta o professor coordenador do projeto, Eduardo Todt.

Essa disponibilização de uma plataforma unificada permitirá que o próprio FNDE extraia dados e os utilize para o gerenciamento, controle e também criação de novas políticas dentro do próprio órgão. “Esse painel vai ajudar o FNDE a propagar a informação e auxiliar, por exemplo, órgãos de controle da União, assim como para as redes de ensino, que poderão ter essa informação em um clique”, celebra Nadja.

E para que esses dados se tornem públicos e livres, o C3SL disponibilizará toda informação necessária para que o FNDE possa criar novos painéis de indicadores de forma livre. “A visão unificada de indicadores permite em um olhar para as informações consolidadas de diversos processos e contratos. Excelente para combater falhas, fraudes e dar transparência. E para isso, o software livre é fundamental, ofertando não só o conhecimento, mas também a possibilidade de reprodução do conhecimento de maneira facilitada, sem amarras”, explica Todt.

“O que a gente busca é a máxima transparência do processo, que todos os anos movimenta muito dinheiro público. É o nosso dever, e as parcerias que desenvolvemos com as universidades públicas é uma forma de trazer para a sociedade um retorno por meio de pesquisas, dados, análises técnicas que proponham e implementem melhorias por meio do incentivo à pesquisa e à Ciência”, finaliza a coordenadora do programa.

Sobre o C3SL

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR que realiza pesquisas em diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas  por meio da Lei de Informática e Lei do Bem, quanto para instituições e órgãos públicos. São seis linhas de pesquisa ativas no grupo: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação. Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.

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Qual o impacto da participação de estudantes em eventos e competições para os pilares que sustentam um grupo de pesquisa?

Os benefícios visíveis para os alunos, o C3SL, a Universidade, apoiadores e a sociedade com a participação e premiação em eventos de pesquisa.

O grupo que vai para a Alemanha em junho!

Alunos do Centro de Computação Cientifica e Software Livre, grupo de pesquisa do Departamento de Informática, da Universidade Federal do Paraná foram selecionados para participar da Competição de Cluster de Estudantes do ISC-HPCAC (SCC), que acontecerá entre 25 à 27 de junho, em Frankfurt na Alemanha. O objetivo da competição é construir máquinas de alta performance com um limite de energia determinado.

A competição seleciona alunos do mundo todo.  Até 12 conjuntos podem participar. Neste ano, 8 foram selecionados. O grupo composto por Egon Nathan Bittencourt Araujo, Gabriel Cândido, e Luiz Felipe Abrão Reis, Bruno Tissei, Giovanne Marcelo, Jedian Brambilla, orientados pelos professores Daniel Weingaertner e Marco A. Zanata Alves compõem a equipe brasileira.

Pela primeira vez um grupo da UFPR, participa de uma competição desse nível.  Os esforços para esse resultado vem acontecendo desde o ano passado, quando o mesmo grupo participou de competições parecidas dentro do país. “Usamos outras maratonas, como um treino, para ver como seria, e concordamos que se conseguíssemos um bom resultado o colocaríamos como base para inscrição e proposta nesta competição na Alemanha”, afirma  Gabriel Cândido, integrante do grupo selecionado.

Para os integrantes do C3SL, a notícia é velha. Mas você sabe o que realmente significa a participação desses alunos nessa competição, e de tantas outros alunos e grupos premiados em eventos nacionais e internacionais? Qual o impacto gerado para a Universidade, para o Departamento de Informática e para a sociedade?

A Competição

Ao longo de três dias, a Conferência recebe mais de 3 mil participantes. As equipes do SCC participam das sessões de conferência ISC High Performance e estarão rodeadas por mais de 160 expositores de todo o mundo.

A participação em uma competição mundial — além do currículo — traz desenvolvimento de habilidades críticas, relacionamentos profissionais e espírito competitivo. Mas o desenvolvimento profissional de cada um dos participantes não é a única vantagem presente na atuação do grupo nessa disputa.

O ISC High Performance traz vantagens visíveis para o Centro de Computação Científica e Software Livre, para a Universidade Federal do Paraná, para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações — que financiará em parte a ida dos participantes para a Alemanha e o principal, resultados de impacto para a sociedade.

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL)

A participação dos meninos na competição traz para o grupo de pesquisa a possibilidade de seguir desenvolvendo softwares de nuvem — que não obrigam o usuário a baixá-los em seus computadores, já que permitem seu uso online.

Com a seleção para a competição surgiu a necessidade de ir em busca de um equipamento de alta performance — o cluster, que basicamente é um conjunto de computadores fortemente ligados que trabalham juntos. Esse equipamento permite que novos projetos e softwares  sejam desenvolvidos e que a aplicação e o desenvolvimento dos mesmos seja cada vez mais rápida e fácil.

Assim, o C3SL, tem a possibilidade de criar novas pesquisas no campo de processamento de alto desempenho, fechar novas parcerias e ainda, o mais importante, desenvolver mais e melhor os projetos já existentes dentro do grupo de pesquisa.

A Universidade Federal do Paraná

A Universidade, além de ganhar projeção internacional, tem ganhos absolutos para seu desenvolvimento. Como por exemplo, a oferta de disciplinas no Departamento de Informática, (CI091 – Tópicos em Análise de Desempenho) que não existiam antes do aceite nessa competição

A disciplina que atende a graduação e pós-graduação aborda aspectos teóricos e práticos de configuração e otimização de infraestrutura computacional de grande porte. Os membros da equipe aceita além de outros 5 alunos matriculados na disciplina trabalham na instalação, configuração e teste de diversos programas utilizados para análise de desempenho de computadores de grande porte.

Com essa disciplina “os alunos aprendem a ajustar a máquina, configurar programas,  equipamento, e atender da melhor forma problemas de computação científica que possam surgir” garante o Daniel Weingaertner, orientador do grupo na competição·

Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC)

O MCTIC,  aceitou apoiar a ida e o desenvolvimento dos participantes por diversos motivos. O principal deles é o benefício possível à projetos — em que a parceria entre o MCTIC e o C3SL já acontece — como o Cidades Digitais.

Para manter o projeto que leva tecnologia, inclusão e democratização da informação a cidades pequenas do Brasil, é necessário manter o parque computacional que dá suporte a  esse projeto — o do C3SL — em desenvolvimento.

O aceite na competição, dessa forma, leva os alunos participantes a gerarem pesquisas, desenvolvimento e relatórios para o parque computacional, o que leva projetos adiante.

Sociedade

Os benefícios para a sociedade se mesclam a todos os pontos citados anteriormente.  O C3SL mantém sua pesquisa e o desenvolvimento de projetos atualizados, o que faz com que muitas pessoas sejam beneficiadas com tecnologia, informação e inclusão todos os dias.

A Universidade gera novas pesquisas, garante que alunos tenham desenvolvimento intelectual e moral, formando profissionais mais preparados.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, com seus apoio, garante que projetos continuem em pleno desenvolvimento, atingindo uma parcela significativa da população e da sociedade.

Dessa forma “o que se verifica é a universidade, por meio de um grupo de pesquisa, o C3SL, devolvendo investimentos públicos com desenvolvimento à sociedade” como garante Marcos Sunye Diretor do Setor de Ciências Exatas da UFPR.  O ciclo tem início, meio e fim. E o impacto da participação em uma competição atinge todos.

Seleção de novos bolsistas

O C3SL está selecionando alunos dos Cursos de Bacharelado em Ciência da Computação, Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas ou da Informática Biomédica da UFPR para trabalhar em projetos de Software Livre.

  • Perfil e conhecimentos desejados:

– Iniciativa e criatividade;

– Instalação e administração básica de GNU/Linux;

– Shell scripts e noções de programação (Ruby on Rails, frameworks Javascript, Python, ou capacidade de aprender rapidamente);

  • Atividades:

– Desenvolvimento de Software Livre;

–  Administração de sistemas e aplicativos GNU/Linux;

– Desenvolvimento de programas de automação e aplicativos Web;

  • Dedicação:

– 20 horas semanais;

– Valor mensal da bolsa: R$790,00;

– Início das atividades em meados de janeiro;

  • Inscrições:

– data limite: até 30 de novembro de 2017;

– como: entregar na sala do C3SL (em frente ao lab3):

– histórico escolar atualizado (contendo o semestre 2017-1, o IRA e as notas) (somente calouros do 1º semestre não precisam entregar isto);

– xerox do RG e CPF;

– texto de livre redação contendo motivações para trabalhar no C3SL e resumo de suas habilidades;

– CV com email para contato (preferencialmente o do DInf);

  • Seleção:

– como: entrevista + análise da documentação entregue;

– onde: na sala do C3SL (em frente ao lab3);

– quando: as entrevistas serão agendadas através do seu e-mail;

 

Da UFPR para o mundo : Jorge Augusto Meira

Trabalhando na Universidade de Luxemburgo, ex-integrante do C3SL, conta sobre sua trajetória, e como conseguiu alcançar seus objetivos.

Foto : scienceRELATIONS.

 

O ex – estudante de informática Jorge Augusto Meira, conhecido também como Guto, trabalha hoje como “Data Scientist”, ou pesquisador associado, em um projeto de pesquisa que tem parceria com uma empresa que faz detecção de fraude na distribuição de energia elétrica na Universidade de Luxemburgo. Ex-aluno da Universidade Federal do Paraná, e também ex-integrante do Centro de Computação Científica e Software Livre, ele aceitou contar um pouco sobre sua trajetória como forma de inspiração a outros alunos.

Na escolha do curso, ele ficou entre música e informática, na época, a informática  era uma das opções porque, gostava de “mexer” no computador, não fazia idéia do mundo de possibilidades que existiam dentro do curso. Na hora da opção final, escolheu levar a informática como profissão, e deixar a música como lazer. E se apaixonou! Tanto que trabalha no meio acadêmico, e não se vê em outro lugar.  A graduação e mestrado foram momentos de muito aprendizado e trabalho duro, mas  gostar do curso fez, para ele, a graduação se tornar uma experiência única.

Jorge trabalhou no C3SL em três momentos distintos da sua vida acadêmica, teve oportunidade de ser um dos primeiros estagiários do projeto, trabalhou com o C3SL em seu mestrado e por fim, também participou ativamente quando lecionou na Universidade Federal do Paraná como professor substituto em 2015. Para ele, a experiência adquirida, foi de enorme importância para aprender a organizar e executar projetos, na teoria e na prática e também influenciou diretamente na escolha de sua área de atuação.

A vaga na Universidade de Luxemburgo, surgiu de maneira despretensiosa, estava no site da Universidade mesmo. O que fez diferença no processo de obtenção da vaga foi, segundo Jorge, “a base científica que você tem e conhecimentos sólidos relacionados ao tema dos projetos em que irá trabalhar, no meu caso, banco de dados, data mining e machine learning”. Hoje, seu trabalho é diretamente relacionado à qualidade de dados e melhoria de algoritmos de machine learning para a detecção de fraude. A busca por essa vaga foi definida por toda sua trajetória acadêmica, mais especificamente o que aprendeu na graduação, mestrado e doutorado sobre banco de dados.

Para Jorge, adquirir um cargo interessante em uma empresa, tem relação total com preparo. Estar preparado para o mercado de trabalho, e para a área em que deseja atuar. Como exemplo, usa o emprego atual, “fazer parte do doutorado na Universidade de Luxemburgo, trouxe mais confiança para tentar a vaga e consegui-la”.

Quando perguntado sobre sucesso, ele garante que “ Sucesso é trabalhar na área que gosta e procurar sempre ampliar o conhecimento!” . Sua grande inspiração é o conhecimento, aprender, se for possível aprender, levar e conhecer a informática viajando o mundo. “Eu não sei onde quero chegar, mas o caminho para chegar “lá” está sendo muito bom e me trazendo muitas realizações. Faça seu melhor e o resto vem de brinde!”.