C3SL realiza visita técnica à diretoria executiva dos Correios em Brasília

Encontro foi marcado por debate sobre soluções tecnológicas em computação para aprimoramento da atuação do centro de distribuição da empresa pública no Paraná

Debate sobre demandas de tecnologia dos Correios partiu de diagnóstico prévio feito pelo C3SL no CTCE, no Paraná. Foto: Sara Barbosa (CCOM/PR)

Pesquisadores e técnicos do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram visita técnica à diretoria executiva dos Correios na última quarta-feira (26) em Brasília. Em reunião com a diretora do setor Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da Informação dos Correios, Maria do Carmo Lara Perpétuo, foram debatidas as demandas de tecnologias em computação da superintendência da empresa pública no Paraná e no Brasil. O C3SL foi representado na visita técnica pelo pesquisador e professor do Departamento de Informática da UFPR (Dinf-UFPR), André Ricardo Abed Grégio, pelo gestor de projetos de pesquisa e desenvolvimento do C3SL, Edemir Reginaldo Maciel, e pela secretária de projetos do Setor de Ciências Exatas da UFPR, Carla Marcondes.

No encontro em Brasília, a delegação do C3SL apresentou propostas de soluções em termos de computação para as mais variadas demandas dos Correios no Paraná, como uma implantação de infraestrutura de virtualização e simulação para testes de novos projetos. Também foram evidenciados na oportunidade os desafios da empresa pública para as áreas de governança e segurança da informação, computação de alto desempenho, bases de dados e sistemas computacionais robustos e eficientes. As medidas debatidas na reunião com a diretora Maria do Carmo, com o superintendente dos Correios do Paraná, Marcos Paulo da Silva Paim, com o superintendente executivo de tecnologia da informação e comunicação, Helder Mota Gomes, com o chefe do laboratório de pesquisa, desenvolvimento e inovação operacional, Otávio Augusto Morais Arantes, e com o coordenador de pesquisa e desenvolvimento operacional da empresa pública, Henrique Massaro, são resultados de diagnóstico prévio feito pelo C3SL em acompanhamento técnico do centro de pesquisa às instalações do Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE), um dos principais centros logísticos da empresa pública próximo da capital paranaense.

De acordo com o superintendente dos Correios do Paraná, Marcos Paim, é um fomento à inovação no setor logístico a consolidação de projetos aliando a expertise do C3SL em soluções complexas a partir da computação científica e o legado e dimensão dos Correios. “A parceria com o C3SL pode contribuir para acelerar a nossa Transformação Digital e também a Modernização Operacional da nossa Empresa, a fim de consolidar os Correios à frente do mercado e reafirmar sua posição de maior operador logístico do Brasil. Temos buscado a inovação impulsionada pela tecnologia para aumentar a entrega de valor aos nossos clientes e à sociedade”, afirma o superintendente dos Correios.

Em visão complementar, o coordenador de pesquisa dos Correios, Henrique Massaro, destaca a preocupação da empresa pública em buscar na inovação tecnológica formas de aprimorar a performance dos Correios. “Temos buscado a aproximação com o ecossistema de inovação do Paraná, a fim de identificar potenciais projetos de relevância para os Correios. A parceria com o C3SL pode contribuir para modernizar, de forma efetiva, nosso processo operacional e com isso otimizar a jornada dos nossos clientes, agregando tecnologia, valor e inteligência por meio da união de expertises entre as duas instituições, consolidando assim, nossa vantagem competitiva. A computação tem um papel crucial na logística pq pode oferecer oportunidades para melhorar nossa eficiência, reduzir nossos custos e melhorar a satisfação dos nossos clientes”, destaca Massaro.

Da esquerda para direita: Edemir Maciel, Helder Gomes, Marcos Paim, Henrique Massaro, Carla Marcondes e André Grégio. Foto: Sara Barbosa (CCOM/PR).

Um dos principais instrumentos do governo federal na integração e desenvolvimento do Brasil, os Correios desempenham função que ultrapassa a entrega de cartas e encomendas. Com uma capilaridade que abrange os 5,5 mil municípios do país, a empresa desempenha uma função de apoio logístico ao Estado como suporte às políticas públicas, como distribuição de vacinas, e das urnas eletrônicas nas eleições municipais e estaduais. Na área da educação, por exemplo, é a principal transportadora de livros didáticos e das provas do Enem. Segundo dados do relatório de administração dos Correios, em 2023, por exemplo, a empresa pública foi responsável pela distribuição de 166,5 milhões de livros didáticos, atendendo cerca de 152 mil instituições de ensino, e fez a entrega de 7,9 milhões de provas do Enem em 1,7 mil municípios do país.

A fundamental relevância dos Correios no papel essencial para a integração, desenvolvimento e garantia de direitos da população em todo o território brasileiro e como suporte de políticas públicas, bem como a complexidade e volume dos serviços realizados pela empresa vão ao encontro da experiência do C3SL em promover soluções de computação para problemas complexos, a partir de uma expertise de duas décadas em projetos com equipe multidisciplinar na Ciência da Computação.

Confraternização do C3SL é marcada por entrega do troféu de “causos da informática”

A 15 ª edição do tradicional prêmio reuniu pesquisadores e bolsistas na sede da APUFPR

A confraternização anual do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) reuniu dezenas de bolsistas e pesquisadores na sede da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), na última quinta-feira (27). O evento, que marca um novo ciclo de atividades no grupo de pesquisa, também é conhecido pela tradicional entrega do Troféu Horário, um descontraído prêmio que registra os principais fatos engraçados e obrigatoriamente vexatórios vivenciados por técnicos, bolsistas ou pesquisadores. Afinal de contas, o C3SL é reconhecido por sua pesquisa séria e rigorosa. No entanto, até os programadores mais experientes escorregam o dedo no código vez ou outra.

Apesar do tom humorístico, o Troféu Horácio, que já está na sua 15 ª edição, reflete a cultura de aprendizado e melhoria contínua do C3SL. Ao reconhecer e celebrar erros de uma forma descontraída, o prêmio incentiva os pesquisadores a não terem medo de errar e a encararem os deslizes como oportunidades de crescimento. O Troféu Horácio é uma iniciativa divertida e construtiva do C3SL para celebrar os momentos engraçados e humanos da pesquisa científica, momento em que o grupo de pesquisa demonstra sua maturidade e compromisso com a excelência acadêmica.

As indicações são realizadas ao longo do ano pelos próprios bolsistas e professores do C3SL. Todo ano é definida uma comissão julgadora que analisa os casos relatados e define os ganhadores. O prêmio neste ano recebeu 12 indicações, que disputaram a definição da comissão nas categorias: menção honrosa – indicação que não alcançou um troféu, mas que merece memória na lista dos premiados; categoria Déjà vu – em que são indicados os causos que já foram cometidos em momentos anteriores por outros ganhadores do Troféu Horácio; categoria Pequeno Gafanhoto – dedicada a marcar o feitos de bolsistas ao longo das suas pesquisas; e o troféu “Galo Véio”- que busca registrar os causos dos veteranos pesquisadores.

Nesta 15 ª edição, entraram para o panteão os “Horácios”, os seguintes bolsistas e pesquisadores: Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira, com menção honrosa; Odair Mario Ditkun Junior e Fernando Kiotheka, que juntos ganharam como autores do mesmo causo na categoria Déjà vu; Muriki Gusmão Yamanaka e Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira na categoria Pequeno Gafanhoto; e na categoria “Galo Véio”, o veterano Odair Mario Ditkun Junior.

O “causo” que deu origem ao prêmio –  tudo começou em 2012, na sala do C3SL, e envolve uma impressora, um manual, uma chave de fenda, um toner, e uma dose cavalar de desatenção. Quem faz este resgate para nós é um dos fundadores do C3SL, o professor Marcos Castilho. “Um dia, ao entrar na sala do C3SL retornando do almoço com o Bona, deparei-me com três bolsistas. Eles estavam ali ao redor da impressora. Um tinha o toner na mão, outro tinha uma chave de fenda e um terceiro tinha o manual da impressora. Estranhando aquela situação, questionei: ‘Vocês estão fazendo o quê?’. Eles me responderam: ‘Vamos trocar o toner’. Perguntei para eles: ‘Mas por que você precisa da chave de fenda?’. Responderam: ‘Não, é que no manual aqui está dizendo que tem que tirar uma fita amarela do toner. Mas o toner não tem fita amarela. Então a gente está achando que tem que abrir o toner para ver se a fita amarela está dentro’. E qual era o problema em tudo isso? É que o toner era da Epson, o manual da impressora que estavam usando era da Lexmark, e a impressora era uma HP”, conta Castilho.