Notícias

Kit Upgrade: rede social do MEC para professores brasileiros terá pacote de atualizações desenvolvido pelo C3SL da UFPR


Nova fase da Plataforma Integrada de Recursos Educacionais Digitais terá novas funcionalidades desenvolvidas pelo C3SL a pedido do MEC

A repaginação da Plataforma Integrada de Recursos Educacionais Digitais (MEC RED) tem ocupado muitos pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) nos últimos meses. A pedido do Ministério da Educação (MEC), o C3SL trabalha para concluir, no segundo semestre de 2024, um pacote de atualizações que levarão a rede social dos professores brasileiros para uma nova fase de usabilidade.

“Temos diretamente envolvidos no projeto 4 docentes com doutorado, 2 mestrandos e 10 bolsistas de graduação em diversos níveis. Mas indiretamente, todos pesquisadores do C3SL estão envolvidos, bem como os bolsistas de graduação e pós-graduação que cuidam do gerenciamento da rede e recursos computacionais. Assim, o número de pessoas engajadas no projeto,, com alto grau de capacitação, chega a cerca de 40 pesquisadores”, conta Eduardo Todt, docente do Departamento de Informática da UFPR e um dos coordenadores do projeto no C3SL.

Criada para ser a rede social dos professores brasileiros, a plataforma MEC RED é um local de integração e de troca pedagógica, em que pessoas interessadas na educação podem compartilhar de planos de aula a vídeos e audiobooks, passando por jogos de tabuleiros, exercícios e cartilhas de todas as áreas do conhecimento. Inovadora, a iniciativa foi premiada no concurso internacional Open Government Awards 2021 na categoria Educação.

Downloads do MEC RED triplicaram durante a pandemia de covid-19

A plataforma MEC RED começou a ser desenvolvida em 2015, sendo concebida pelo Centro de Computação Científica e Software Livre da UFPR, em colaboração com a equipe técnica do MEC, outras universidades federais e professores da Educação Básica de diversas regiões do Brasil. Desde o lançamento, em novembro de 2017, os dados estão hospedados no datacenter do C3SL. Hoje, a plataforma tem 319 mil recursos educacionais e 31 mil usuários cadastrados.

Mostrando a relevância social da MEC RED, o pico de acessos da plataforma foi durante a pandemia de covid-19. Antes da doença levar as aulas para a internet, a média era de 3 mil downloads de recursos educacionais por mês. De março de 2020 a maio de 2021, os acessos explodiram e os downloads triplicaram, atingindo a média de 9 mil por mês no auge da pandemia. Vencida a covid-19, a média mensal recuou para 3,4 mil.

Público-alvo do MEC RED são os 2,2 milhões de professores brasileiros

Desde que o MEC decidiu incentivar o uso da Plataforma Integrada de Recursos Educacionais Digitais pela comunidade escolar brasileira, a equipe de pesquisadores do C3SL-UFPR tem trabalhado na identificação dos gargalos à expansão da rede e no desenvolvimento de soluções para esses obstáculos. “A curto prazo, a plataforma está sendo completamente atualizada em termos de desenho da interface, o que deve facilitar muito o uso”, adianta Todt, por dentro da evolução do Kit Upgrade do C3SL.

“A interface foi reprojetada com base em estudos de especialistas em interação humano-computador e entrevistas com grupos de usuários. Estão sendo incluídas novas características de acessibilidade e adequados os filtros de buscas às diretrizes curriculares atuais. Também foi flexibilizada a admissão de novos conteúdos, bem como estão sendo removidos objetos com visualização incompatível com plataformas atuais e links quebrados a objetos externos”, Todt explica.

Soberania digital: integração com GOV.BR dá autonomia ao projeto

Na infraestrutura do projeto, a grande novidade é a integração com o protocolo GOV.BR, que agilizará a disponibilização de novos conteúdos na MEC RED, antes submetidos a validadores do Ministério da Educação. “O GOV.BR é uma plataforma de autenticação consagrada, que traz segurança ao processo de publicação de recursos, por identificar os autores, sem depender de plataformas de big techs fora do país”, continua o membro do C3SL.

A identificação dará mais autonomia aos professores, que continuarão contando com o sistema de hierarquização dos conteúdos, no qual a comunidade indica quais recursos funcionaram melhor em sala de aula. Eduardo Todt antecipa que, a médio prazo, esse sistema também terá melhorias. “Teremos aperfeiçoamentos nos mecanismos de ranqueamento dos objetos educacionais, melhoria dos metadados e mais funcionalidades de rede social, como seguir autores, sugerir conteúdos, gamificação da plataforma e detecção automática de conteúdo ofensivo”.

“Todos os dados ficam armazenados localmente [no C3SL-UFPR], sem depender de nuvens no exterior. Isto é uma questão que se relaciona com a soberania digital do país, muito importante atualmente. O datacenter do C3SL tem condições de suportar esta carga, tanto em relação à conexão à internet, como em relação à capacidade de armazenamento e processamento. Estamos continuamente em processo de atualização e expansão da base instalada”, assegura o pesquisador da UFPR.

C3SL realiza visita técnica à diretoria executiva dos Correios em Brasília

Encontro foi marcado por debate sobre soluções tecnológicas em computação para aprimoramento da atuação do centro de distribuição da empresa pública no Paraná

Debate sobre demandas de tecnologia dos Correios partiu de diagnóstico prévio feito pelo C3SL no CTCE, no Paraná. Foto: Sara Barbosa (CCOM/PR)

Pesquisadores e técnicos do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram visita técnica à diretoria executiva dos Correios na última quarta-feira (26) em Brasília. Em reunião com a diretora do setor Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da Informação dos Correios, Maria do Carmo Lara Perpétuo, foram debatidas as demandas de tecnologias em computação da superintendência da empresa pública no Paraná e no Brasil. O C3SL foi representado na visita técnica pelo pesquisador e professor do Departamento de Informática da UFPR (Dinf-UFPR), André Ricardo Abed Grégio, pelo gestor de projetos de pesquisa e desenvolvimento do C3SL, Edemir Reginaldo Maciel, e pela secretária de projetos do Setor de Ciências Exatas da UFPR, Carla Marcondes.

No encontro em Brasília, a delegação do C3SL apresentou propostas de soluções em termos de computação para as mais variadas demandas dos Correios no Paraná, como uma implantação de infraestrutura de virtualização e simulação para testes de novos projetos. Também foram evidenciados na oportunidade os desafios da empresa pública para as áreas de governança e segurança da informação, computação de alto desempenho, bases de dados e sistemas computacionais robustos e eficientes. As medidas debatidas na reunião com a diretora Maria do Carmo, com o superintendente dos Correios do Paraná, Marcos Paulo da Silva Paim, com o superintendente executivo de tecnologia da informação e comunicação, Helder Mota Gomes, com o chefe do laboratório de pesquisa, desenvolvimento e inovação operacional, Otávio Augusto Morais Arantes, e com o coordenador de pesquisa e desenvolvimento operacional da empresa pública, Henrique Massaro, são resultados de diagnóstico prévio feito pelo C3SL em acompanhamento técnico do centro de pesquisa às instalações do Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE), um dos principais centros logísticos da empresa pública próximo da capital paranaense.

De acordo com o superintendente dos Correios do Paraná, Marcos Paim, é um fomento à inovação no setor logístico a consolidação de projetos aliando a expertise do C3SL em soluções complexas a partir da computação científica e o legado e dimensão dos Correios. “A parceria com o C3SL pode contribuir para acelerar a nossa Transformação Digital e também a Modernização Operacional da nossa Empresa, a fim de consolidar os Correios à frente do mercado e reafirmar sua posição de maior operador logístico do Brasil. Temos buscado a inovação impulsionada pela tecnologia para aumentar a entrega de valor aos nossos clientes e à sociedade”, afirma o superintendente dos Correios.

Em visão complementar, o coordenador de pesquisa dos Correios, Henrique Massaro, destaca a preocupação da empresa pública em buscar na inovação tecnológica formas de aprimorar a performance dos Correios. “Temos buscado a aproximação com o ecossistema de inovação do Paraná, a fim de identificar potenciais projetos de relevância para os Correios. A parceria com o C3SL pode contribuir para modernizar, de forma efetiva, nosso processo operacional e com isso otimizar a jornada dos nossos clientes, agregando tecnologia, valor e inteligência por meio da união de expertises entre as duas instituições, consolidando assim, nossa vantagem competitiva. A computação tem um papel crucial na logística pq pode oferecer oportunidades para melhorar nossa eficiência, reduzir nossos custos e melhorar a satisfação dos nossos clientes”, destaca Massaro.

Da esquerda para direita: Edemir Maciel, Helder Gomes, Marcos Paim, Henrique Massaro, Carla Marcondes e André Grégio. Foto: Sara Barbosa (CCOM/PR).

Um dos principais instrumentos do governo federal na integração e desenvolvimento do Brasil, os Correios desempenham função que ultrapassa a entrega de cartas e encomendas. Com uma capilaridade que abrange os 5,5 mil municípios do país, a empresa desempenha uma função de apoio logístico ao Estado como suporte às políticas públicas, como distribuição de vacinas, e das urnas eletrônicas nas eleições municipais e estaduais. Na área da educação, por exemplo, é a principal transportadora de livros didáticos e das provas do Enem. Segundo dados do relatório de administração dos Correios, em 2023, por exemplo, a empresa pública foi responsável pela distribuição de 166,5 milhões de livros didáticos, atendendo cerca de 152 mil instituições de ensino, e fez a entrega de 7,9 milhões de provas do Enem em 1,7 mil municípios do país.

A fundamental relevância dos Correios no papel essencial para a integração, desenvolvimento e garantia de direitos da população em todo o território brasileiro e como suporte de políticas públicas, bem como a complexidade e volume dos serviços realizados pela empresa vão ao encontro da experiência do C3SL em promover soluções de computação para problemas complexos, a partir de uma expertise de duas décadas em projetos com equipe multidisciplinar na Ciência da Computação.

Confraternização do C3SL é marcada por entrega do troféu de “causos da informática”

A 15 ª edição do tradicional prêmio reuniu pesquisadores e bolsistas na sede da APUFPR

A confraternização anual do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) reuniu dezenas de bolsistas e pesquisadores na sede da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), na última quinta-feira (27). O evento, que marca um novo ciclo de atividades no grupo de pesquisa, também é conhecido pela tradicional entrega do Troféu Horário, um descontraído prêmio que registra os principais fatos engraçados e obrigatoriamente vexatórios vivenciados por técnicos, bolsistas ou pesquisadores. Afinal de contas, o C3SL é reconhecido por sua pesquisa séria e rigorosa. No entanto, até os programadores mais experientes escorregam o dedo no código vez ou outra.

Apesar do tom humorístico, o Troféu Horácio, que já está na sua 15 ª edição, reflete a cultura de aprendizado e melhoria contínua do C3SL. Ao reconhecer e celebrar erros de uma forma descontraída, o prêmio incentiva os pesquisadores a não terem medo de errar e a encararem os deslizes como oportunidades de crescimento. O Troféu Horácio é uma iniciativa divertida e construtiva do C3SL para celebrar os momentos engraçados e humanos da pesquisa científica, momento em que o grupo de pesquisa demonstra sua maturidade e compromisso com a excelência acadêmica.

As indicações são realizadas ao longo do ano pelos próprios bolsistas e professores do C3SL. Todo ano é definida uma comissão julgadora que analisa os casos relatados e define os ganhadores. O prêmio neste ano recebeu 12 indicações, que disputaram a definição da comissão nas categorias: menção honrosa – indicação que não alcançou um troféu, mas que merece memória na lista dos premiados; categoria Déjà vu – em que são indicados os causos que já foram cometidos em momentos anteriores por outros ganhadores do Troféu Horácio; categoria Pequeno Gafanhoto – dedicada a marcar o feitos de bolsistas ao longo das suas pesquisas; e o troféu “Galo Véio”- que busca registrar os causos dos veteranos pesquisadores.

Nesta 15 ª edição, entraram para o panteão os “Horácios”, os seguintes bolsistas e pesquisadores: Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira, com menção honrosa; Odair Mario Ditkun Junior e Fernando Kiotheka, que juntos ganharam como autores do mesmo causo na categoria Déjà vu; Muriki Gusmão Yamanaka e Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira na categoria Pequeno Gafanhoto; e na categoria “Galo Véio”, o veterano Odair Mario Ditkun Junior.

O “causo” que deu origem ao prêmio –  tudo começou em 2012, na sala do C3SL, e envolve uma impressora, um manual, uma chave de fenda, um toner, e uma dose cavalar de desatenção. Quem faz este resgate para nós é um dos fundadores do C3SL, o professor Marcos Castilho. “Um dia, ao entrar na sala do C3SL retornando do almoço com o Bona, deparei-me com três bolsistas. Eles estavam ali ao redor da impressora. Um tinha o toner na mão, outro tinha uma chave de fenda e um terceiro tinha o manual da impressora. Estranhando aquela situação, questionei: ‘Vocês estão fazendo o quê?’. Eles me responderam: ‘Vamos trocar o toner’. Perguntei para eles: ‘Mas por que você precisa da chave de fenda?’. Responderam: ‘Não, é que no manual aqui está dizendo que tem que tirar uma fita amarela do toner. Mas o toner não tem fita amarela. Então a gente está achando que tem que abrir o toner para ver se a fita amarela está dentro’. E qual era o problema em tudo isso? É que o toner era da Epson, o manual da impressora que estavam usando era da Lexmark, e a impressora era uma HP”, conta Castilho.

Secretaria do MCTI recebe visita técnica da equipe do C3SL

No último dia 19 de junho, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) recebeu uma delegação do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A equipe, liderada por Luis de Bona, reuniu-se com Inácio Arruda, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (Sedes), para mostrar ao gestor da área os projetos que o C3SL já realiza para outros ministérios do Governo Federal.

Em janeiro deste ano, a equipe de Inácio Arruda na Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social se reuniu e decidiu ampliar, em 2024, projetos que ampliem a participação da sociedade na ciência. Com base nisso, Luis de Bona colocou o C3SL à disposição do MCTI para o desenvolvimento de produtos e soluções para problemas complexos que o Governo Federal tenha diagnosticado como prioritários para a soberania nacional.

Vem aí a 15ª edição do prêmio sobre “causos” dos bastidores da pesquisa no C3SL

De forma descontraída, o tradicional Prêmio Horácio registra os fatos inusitados e cômicos vivenciados pelos bolsistas e professores nas atividades de pesquisa

Pesquisa é levada ao rigor do método e com muita seriedade no dia a dia do C3SL. Mas até o mais experiente programador pode escorregar o dedo no código vez ou outra. É neste momento que os olhares atentos dos bolsistas e pesquisadores registram cada deslize. Ainda mais se estiver envolvido em um contexto para lá de engraçado. Isso porque cada um destes casos pode valer um Troféu Horácio. O prêmio, uma espécie de Framboesa de Ouro dos bastidores da pesquisa, registra os principais fatos engraçados e obrigatoriamente vexatórios vivenciados por técnicos, bolsistas ou pesquisadores. Neste ano, a entrega da 15ª edição do prêmio será realizada na confraternização do C3SL, no dia 27/06.

Tudo começou em 2012, na sala do C3SL, e envolve uma impressora, um manual, uma chave de fenda, um toner, e uma dose cavalar de desatenção. Quem faz este resgate para nós é um dos fundadores do C3SL, o professor Marcos Castilho.

“Um dia, ao entrar na sala do C3SL retornando do almoço com o Bona, deparei-me com três bolsistas. Eles estavam ali ao redor da impressora. Um tinha o toner na mão, outro tinha uma chave de fenda e um terceiro tinha o manual da impressora. Estranhando aquela situação, questionei: ‘Vocês estão fazendo o quê?’. Eles me responderam: ‘Vamos trocar o toner’. Perguntei para eles: ‘Mas por que você precisa da chave de fenda?’. Responderam: ‘Não, é que no manual aqui está dizendo que tem que tirar uma fita amarela do toner. Mas o toner não tem fita amarela. Então a gente está achando que tem que abrir o toner para ter a fita amarela está dentro’. E qual era o problema em tudo isso? É que o toner era da Epson, o manual da impressora que estavam usando era da Lexmark, e a impressora era uma HP”, conta Castilho.

A partir daquele momento, surgiu o Troféu Horácio, para registrar cada uma destas situações inusitadas e cômicas envolvendo os técnicos, bolsistas e pesquisadores durante as atividades no C3SL. O prêmio é dividido em três categorias: o Clássico, que envolve os pesquisadores com anos de carreira; o Iniciante, que envolve os bolsistas; e o Principal, cuja situação se destaca diante dos casos contabilizados ao longo do ano. E como é que registram isso? Isso fica a cargo dos próprios bolsistas e pesquisadores, que reúnem e submetem à comissão, responsável por julgar os melhores “causos”.

Quem acha que é apenas uma descontração, saiba que está enganado. O conceito que permeia o prêmio confere um caráter didático ao evento. A referência que dá nome ao prêmio é o cativante, mas displicente, dinossauro Horácio, cujos pequenos braços o impedem de apertar o comando “crtl+alt+del”. A ideia do prêmio é justamente usar os casos de descuido ou de distração como forma de alertar para uma ação mais comedida e atenciosa nas atividades da pesquisa. Desde 2012, à exceção dos anos da pandemia, o Troféu Horário é entregue nas reuniões anuais de confraternização do C3SL. 

Bolsista do C3SL participa da final da Maratona Feminina de Programação

Evento busca fomentar o interesse pela computação entre mulheres e pessoas não-binárias da América Latina

Evento reuniu participantes de universidades brasileiras e de outros países da América Latina. Foto: Instagram da MPF

Neste fim de semana foi realizada no Instituto de Computação (IC) da Unicamp a final da Maratona Feminina de Programação (MFP), evento que reúne mulheres e pessoas não binárias da América Latina para uma rodada de dois dias de desafios de programação esportiva. A bolsista do Centro de Computação Científica e Software Livre, Luize Duarte, participou como finalista da MPF e na assessoria do time do curso de programação. Daqui do Paraná, representando o Dinf e a UFPR, também esteve no evento a acadêmica Juliana Zambon, que integra a equipe da organização da maratona como coordenadora de comunicação da MPF.

Participam da MPF mulheres e pessoas não-binárias que estejam regularmente matriculadas na graduação de alguma instituição latino-americana de ensino superior. Para Juliana, o evento é uma oportunidade de incentivar o interesse pela computação entre o público feminino. “O evento representa a esperança de que você, mulher ou pessoa não binária, também pode conquistar seu lugar no mundo da programação. A esperança de criar uma comunidade onde você possa ser e se sentir acolhida nesse ambiente, atualmente permeado por uma grande presença masculina. A Maratona Feminina de Programação é a esperança da inclusão”, destaca a coordenadora de comunicação da MPF.

Esta é a segunda edição da maratona feminina, que já bateu recorde de inscrições, passando de 280 estudantes no evento em 2023, para mais de mil inscrições neste ano. Além de universidade e faculdades no Brasil, o evento também recebeu inscrições de instituições de ensino superior de outros países da América Latina, como Facultad de Física de la Universidad de la Habana, Pontificia Universidad Católica de Chile e Universidade Nacional de Colombia. Outra novidade é que neste ano a MPF se vinculou à Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Nos desafios de computação, as competidoras podem usar soluções em linguagens Pascal, C, C++, Java, Python e Javascript.

Dentre as propostas do evento, destaca-se o estímulo à participação feminina na programação esportiva, a ampliação da participação feminina na Maratona de Programação (SBC) promovida anualmente pela SBC, contribuir para a formação de uma comunidade latino-americana feminina de computação e proporcionar um ambiente mais inclusivo, acessível, acolhedor e diverso na área das ciências exatas em geral.

C3SL recebe coordenadores de dados da Agência Nacional de Petróleo

No encontro, foram debatidos os desafios tecnológicos da ANP na disponibilização de dados para a sociedade

Terabytes de informações e levantamentos das bacias sedimentares brasileiras, como poços perfurados e dados sísmicos, reunidos por iniciativas privadas e entes públicos são diariamente recebidos e disponibilizados para a academia e mercado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Soluções de informática e de infraestrutura que facilitem este fluxo de dados foram alguns dos temas da visita de técnicos da ANP ao Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) nesta quinta-feira (6). O encontro fez parte da agenda encabeçada pelo Laboratório de Análises de Minerais e Rochas (Lamir).

Participaram da atividade o coordenador de poços e geologia da ANP, Fernando Gonçalves dos Santos, o coordenador de recebimento e disponibilização de dados da agência, Paulo de Tarso Antunes, dos pesquisadores do C3SL, professor Marcos Sfair Sunye, Marcos Castilho, Luis de Bona e André Grégio, e administradora e assessora de projetos da UFPR, Carla Marcondes.

Na visita, Marcos Castilho fez um panorama geral sobre o C3SL e sobre as duas décadas de atividade do grupo de pesquisa no desenvolvimento de soluções para problemas complexos relativos ao campo da computação. Considerando a especialização da ANP no fomento a estudos geocientíficos, com expertise no campo da Geologia e Geofísica, Castilho reforçou o papel do C3SL no desenvolvimento de projetos que demandam multidisciplinaridade. “Nos especializamos em entender problemas de outras áreas diferentes da computação. Nós já trabalhamos com a ANEEL para resolver problemas da matriz energética do Brasil no que diz respeito à otimização e minimização do tempo de funcionamento de termelétricas. Este foi um projeto em parceria com o departamento de hidráulica”, aponta o pesquisador do C3SL.

O pesquisador Marcos Sunye complementou destacando os desafios do C3SL com os projetos com reflexos em várias áreas como Saúde, Educação, Comunicação e Direitos Humanos, sempre primando por resultados de relevância e impacto na sociedade, a partir da função social da universidade pública. Neste aspecto, Sunye defende a dianteira da universidade e do governo no uso racional de dados pensando na sua visão estratégica, como no projeto desenvolvido pelo C3SL com o MEC com a integração das diversas bases de dados (MEC, FNDE, Inep, Censo Escolar) para resultar em planos de políticas públicas e ações em educação.

“A base que geramos a partir destes dados fomenta pesquisa e planos em vários grupos e para decisões do governo. Um exemplo é o uso para a o cálculo do custo alunoXqualidade, que é uma métrica para decidir o uso de fundos. Como o Fundeb, que mapeia isso nas escolas para decidir os recursos para garantir a qualidade de ensino. É absolutamente necessário o governo federal trabalhar com uma grande massa de dados para tomar decisões. Não temos como deixar só a iniciativa privada fazer isso, cabe à universidade e ao governo justamente tomar a frente de projetos como este”, conclui.

Segundo o geólogo da ANP, Fernando Gonçalves, o setor de dados da agência enfrenta problemas semelhantes ao relatado por Sunye no que diz respeito à necessidade de padronização dos dados recebidos de diversas fontes. Contudo, um dos principais gargalos hoje identificado pelos técnicos da ANP é a solução para disponibilizar dos dados para a sociedade, academia e mercado. Os dados recebidos pela agência referente aos estudos e mapeamento de bacias e poços chegam das empresas públicas e privadas e recebem uma categoria de tempo de sigilo, que pode variar em tempo a depender da sensibilidade dos dados para o interesse da União e para a segurança pública. Após este prazo finalizado, ficam abertos para solicitação e consulta pública.

Hoje nosso principal desafio é encontrar uma solução de front end, que nos auxilie na coleta, análise e disponibilidade dos dados para quem solicitar. Um sistema ideal teria que dar conta de receber a demanda, acessar os dados, copiar eles para disponibilização, criar as identificações e gestão dos tempos de sigilo de cada um dos dados, isso considerando que o tempo todo somos acionados para acesso aos dados pela academia, sociedade e mercado. De forma adicional, é ainda necessário localizar os dados espacialmente, para alimentar sistemas de visualização de dados para que a sociedade possa receber os metadados para que possam acompanhar as informações, e saber quando os dados estarão ou não públicos”, destaca o técnico da ANP.

Dinf e C3SL sediam etapa zero da Maratona de Programação da SBC em Curitiba

Neste sábado (25), será realizada a etapa zero da Maratona de Programação da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Esta é uma fase nacional da competição de programação, aberta aos alunos de graduação do ensino superior e do ensino médio de todo o país e equipes de instituições da América Latina. Em Curitiba, o Departamento de Informática da UFPR (Dinf) e o Centro de Computação Científica e de Software Livre (C3SL) vão receber os competidores nesta fase.

Bolsista do C3SL e um dos organizadores da etapa zero, Fernando Kiotheka aponta que as maratonas são excelentes oportunidades de desenvolvimento de trabalho conjunto de visibilidade frente à comunidade de programadores e de fortalecimento da rede de contatos.  “A maratona propicia um ambiente de experiências muito rico, possibilitando muitas oportunidades de aprendizado e emprego. Os maratonistas são ótimos cientistas da computação, pois aprendem a fundo muito conteúdo da área, sendo excelentes em matemática e resolução de problemas, formando ótimos pesquisadores. E os maratonistas também são programadores extremamente competentes que trabalham com abstrações de alta complexidade e que conseguem resolver problemas também altamente complexos”, afirma.

Bolsista do C3SL, Kiotheka é um dos organizadores das maratonas da SBC – Foto: acervo pessoal

Para Kiotheka, o evento aberto ao público geral e com atividades online propicia um espaço com integração de estudantes de vários locais. A fase zero recebeu 895 inscrições de equipes, das quais 846 do país, e 49 de times de alunos da América Latina, como Universidad Panamericana, do México, e Universidad Nacional de Ingeniería, no Peru. “A fase zero é a fase mais democrática da maratona porque é online e todo mundo consegue participar, então é a que tem recorde de participação de longe. Isso faz com que a maratona alcance vários lugares que normalmente não seriam alcançados tradicionalmente. Isso motiva muito o pessoal a participar das próximas fases e conhecer a maratona”, reforça.

Além da integração internacional, o evento também abre espaço para os alunos do ensino médio, que estão decidindo quais caminhos vão seguir na graduação. Esta edição da fase zero contará com 56 equipes do ensino médio. “Pro pessoal do Ensino Médio é uma oportunidade de fazer uma prova que geralmente é voltada apenas para a graduação, e já se iterar no mundo da programação esportiva e começar a se preparar. Eles já ficam cientes de todas as instituições onde existe entusiasmo pela maratona e já começam a pensar no seu futuro, onde vão estudar”, reflete Kiotheka.

 
Etapa da Maratona SBC na UFPR terá 45 participantes

Dos inscritos em Curitiba, os laboratórios do Dinf e do C3SL devem receber 45 participantes nesta etapa da maratona. Ao menos quatro equipes terão bolsistas do C3SL na disputa, sendo elas: equipe Trepa Colinas, formada por Marcus Vinicius, Muriki Gusmão Yamanaka e Anderson Aparecido do Carmo Frasão; equipe Programação Casual: formada por Gabriel Conegero, Roberto Tomchak e Pedro Pesserl; equipe The tortured programmers department: formada por Luize Cunha Duarte, Millena Suiani Costa e Juliana Zambon; e equipe Beecrowd eu só queria mais caracteres: formada por Thiago Trannin, Pedro Vinicius e Raul Gomes.

Assim como nas demais fases da Maratona da SBC, na etapa zero as equipes com até três integrantes recebem uma série de problemas que devem ser resolvidos em um menor intervalo de tempo possível, usando várias linguagens de programação para codificar soluções. A jornada que promove um trabalho em equipe e fomenta a criatividade na solução de problemas a partir de programação tem duração de cinco horas.

A etapa zero é uma oportunidade para os participantes se prepararem e se destacarem antes da competição principal da Maratona de Programação SBC, competição que reúne os melhores programadores do Brasil e do mundo. A primeira fase da maratona está prevista para o fim de agosto.

Bolsistas do C3SL participam de maratona de programação em Santa Catarina

Aqueçam os dedos, ativem os cérebros e empunhem suas linhas de códigos! As arenas de programação na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Joinville vão esquentar neste sábado (18), e os bolsistas do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) estarão lá, representando a garra dos programadores paranaenses na Maratona nas Estrelas, umas das edições das Internas, promovida pelos alunos de computação da Udesc.

Todo ano, a Brute, grupo de programação competitiva formado por acadêmicos de computação da Udesc Joinville, realiza duas competições de programação internas, uma em cada semestre. As inscrições são feitas por times com até três integrantes e mais os Coachs, que dão suporte às equipes. Um time formado pelos bolsistas do C3SL estará no páreo na maratona com Luize Cunha Duarte e Gabriel Lisboa Conegero. Tem ex-bolsistas também no time formado por Pedro Vinícius, Thiago Trannin,  e o mestrando Raul Gomes. Daqui da UFPR, ainda segue mais um time, formado pelos calouros Antonio da Ressurreição Filho, Davi Chaves Rodrigues Dutra Manzini e Arthur Ribas de Oliveira. Segue como coach das três equipes o bolsista do C3SL, Fernando Kiotheka, e o ex-bolsista do C3SL, Vinicius Tikara.

As Internas servem de seletivas dos grupos de programação para avaliar os times que podem competir as fases sub-regionais de programação, realizadas pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Nas maratonas, as equipes recebem uma série de problemas que devem ser resolvidos em um menor intervalo de tempo possível, usando várias linguagens de programação para codificar soluções.

Segundo Kiotheka, que coordena algumas das maratonas de programação em âmbito regional, as maratonas ajudam no desenvolvimento de ações em conjunto, além de ser um espaço de organização de networking. “Esse evento traz em foco o estudo da ciência da computação na área de algoritmos e estruturas de dados. Além disso, o trabalho em equipe é valorizado e para os alunos, é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas novas e buscar emprego, além de viajar para muitos lugares legais”, afirma.

Neste sábado na Udesc, a prova terá cinco horas de duração em que as equipes inscritas terão entre 10 e 15 problemas no estilo da maratona International Collegiate Programming Contest (ICPC), mesmo formato adotado nas maratonas da SBC. Segundo o site da Brute, os problemas serão apresentados de forma aleatória, e os competidores deverão usar computadores sem conexão com internet.

“Problemas complexos” e “interação com a sociedade”: vestibulandos do Curso Positivo conhecem cursos de Informática da UFPR

Falando para mais de 300 vestibulandos, nesta segunda-feira (13), Luis De Bona resumiu assim a profissão para quem quer se tornar computeiro: “tem que gostar de resolver problemas complexos” e de “conversar com as pessoas”. O chefe do Departamento de Informática da UFPR e pesquisador do C3SL (Centro de Computação Científica e Software Livre) foi convidado pelo Curso Positivo para participar do evento Conexão Engenharia, no Instituto de Engenharia do Paraná, ao lado de Johnny Marques, do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

Aberto ao público e familiares dos vestibulandos, o evento Conexão Engenharia serve para tirar dúvidas de quem deseja seguir na profissão e apresentar a eles a realidade dos cursos superiores mais buscados na área. É a segunda vez que ele é realizado pelo Curso Positivo em Curitiba, mas foi o primeiro convite para o Departamento de Informática da UFPR falar com esses jovens. “Vocês acham que ser computeiro é ficar em casa, comendo Doritos e ganhando bem, na frente da máquina, mas [a computação] é uma atividade social. Temos que olhar para a sociedade, conversar com as pessoas para entender qual o problema que eu tenho que resolver”, disparou Luis De Bona. 

“Na Computação, você precisa ter curiosidade sobre como as coisas funcionam, de entender o porquê de algo dar certo ou errado. Tentativa e erro não funcionam diante da complexidade dos problemas que nós temos hoje. Se você já se aventurou a configurar o roteador da internet, se você se pergunta como é codificada a música em MP3 ou como são transmitidos os filmes da Netflix, se você tem essa curiosidade e está disposto a pensar em problemas complexos, está no caminho da Ciência da Computação”, disse o pesquisador do C3SL, que compartilhou com os vestibulandos sua trajetória profissional e visão de mundo sobre a atualidade da profissão.

Luis De Bona fez um segundo aviso aos futuros computeiros, para ajudar na escolha profissional. “[Se você não gosta de resolver problemas complexos] pode ir para o outro lado, que são os cursos tecnólogos, onde vai aprender a programar e depois será pago para fazer o que lhe pedirem, mas com o alerta que nem sabemos se essa será uma profissão que existirá no futuro. Todo cientista e engenheiro da computação tem que saber programar, mas não é só isso”, adiantou. Johnny Marques, do ITA, usou uma imagem parecida, dizendo que ele via a linha de programação como o tijolo em uma construção, mas que os projetos de engenharia e arquitetura eram feitos por outros profissionais, de formação mais ampla.

“Daqui a cinco anos, quando mudar tudo, [se você tiver se detido apenas na programação] você vai ter muita dificuldade de se adaptar e terá que correr atrás de especialização e não sei o que mais. O que a gente tem de relatos do mercado é que o profissional de vocês [da UFPR] é que ‘ele pode não vir sabendo a tecnologia tal, mas ele sabe estudar computação, ele aprende qualquer coisa em um curto período de tempo’. E, na Computação, isso é fundamental. As tecnologias vão mudar”, completou Luis De Bona. Além de mostrar as diferenças entre os cursos de Ciência da Computação da UFPR e do ITA (com ênfase na engenharia), ele apresentou aos vestibulandos o curso de Informática Biomédica.

Competindo com o ITA pelos vestibulandos, o chefe do Departamento de Informática foi objetivo, destacando a integração com a pós-graduação desde o início, a grande oferta de projetos de pesquisa aplicada e a possibilidade de bolsas de estudo. “Os cursos da UFPR têm muita integração com a pós-graduação. Desde o início [dos estudos], os alunos têm a oportunidade de participar de projetos de desenvolvimento tecnológico, no C3SL e em outros laboratórios com pesquisa aplicada, com oportunidade de bolsa de estudos. Tem muita oportunidade em uma universidade pública do tamanho da UFPR”, destacou. 

“Em um curso de Ciência da Computação, contemplamos todas as áreas: algoritmos, arquitetura [de hardware], engenharia de software, interface humano-computador. No Departamento de Informática da UFPR, temos gente de todas as áreas da computação e vocês estudarão de tudo um pouco. No que vão trabalhar depois? Depende. Temos gente nas mais diversas áreas: no governo, trabalhando para fora, fazendo algoritmo no Facebook e no Google, gente participando de ONGs. É um campo muito amplo. Dá para fazer muita coisa. É muito interessante, além de uma grande responsabilidade, porque um país que não quiser evoluir suas próprias ferramentas, estará condenado ao subdesenvolvimento”, finalizou.