Evento acontece na sexta (27) e tem como convidado o ex-deputado federal Ângelo Vanhoni
Nesta sexta-feira (27/01), às 10h, o Departamento de Informática da Universidade Federal do Paraná, recebe mais uma etapa do evento Ciclo de Debates e Ideias, promovido pelo C3SL. O evento, que será realizado no auditório do DInf, terá como convidado o ex-deputado federal Angelo Vanhoni, que também já foi relator do Plano Nacional da Educação.
A pauta do encontro é sobre Educação e a ideia é debater as perspectivas e desafios para a área nos próximos quatro anos. Além disso, o evento pretende reiterar a importância do ensino superior público, gratuito e de qualidade e a importância do desenvolvimento científico e tecnológico no Paraná. Com isso, a iniciativa visa reforçar o papel que a universidade pública tem como promotora do conhecimento, do livre pensar e da pluralidade de pensamentos amparados na liberdade de cátedra, na livre manifestação de ideias e na autonomia universitária.
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) realiza pesquisas que dialogam com diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas quanto para instituições e órgãos públicos. Entre os projetos desenvolvidos pelo grupo em parceria com o setor de Educação da UFPR estão o Simcaq, que realiza uma simulação do custo-aluno-qualidade, o Portal MEC de Recursos Educacionais, em que mais de 300 mil recursos são disponibilizados aos professores, e o Mapfor, que faz um mapeamento dos profissionais de Educação e suas qualificações.
Como grupo comprometido há 20 anos com o desenvolvimento científico e tecnológico do país, o C3SL entende que o momento de debate político é fundamental para dialogar com o poder público para a elaboração, gestão e monitoramento de políticas públicas que favoreçam áreas como saúde, educação e geração de emprego.
Serviço:
Ciclo de Debates com Angelo Vanhoni
Data: 27 de janeiro de 2023
Horário: 10h
Local: Auditório do DInf – R. Evaristo F. Ferreira da Costa, 383-391 – Jardim das Américas
O encontro Hyperledger Brasil 2022 tem como objetivo reunir a comunidade de desenvolvedores e usuários da tecnologia blockchain Hyperledger para troca de conhecimento, experiências e compartilhamento de casos de sucesso.
Alguns dos temas que serão discutidos no encontro:
–> O capítulo Hyperledger Brasil –> A tecnologia Hyperledger –> Casos nacionais de uso da tecnologia Hyperledger –> Tecnologia de integração de redes (Hyperledger e Ethereum) –> O momento do blockchain no Brasil e no mundo
Entre outros.
Presença confirmada de diversos membros da comunidade Hyperledger.
Arlei Costa Junior, PUC-PR Carlos L L Rischioto, IBM Courtnay Guimarães, Avanade David Reis, CCONSENSUS Fernando Marino, CPQD Joselio Teider, UFPR Marco Righetti, Oracle Marcos Sarres, GoLedger Pietro Martins de Oliveira, Esmafe-PR Renato Duarte Rocha, RNP Renato Teixeira, Oracle
O evento vai acontecer no Auditório Mario de Abreu, na PUC-PR Curitiba, dia 25 de novembro a partir das 14:00.
Imperdível para os entusiastas da tecnologias inovadora Blockchain.
MecRED foi criado pelo C3SL, grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR
Imagina uma plataforma em que professores de todos os níveis podem encontrar vídeos, textos, mapas, experimentos, planos de aula e até mesmo livros didáticos disponíveis para download de graça. Pois essa é a plataforma Recursos Educacionais, conhecida como MecRED, criada pelo Centro de Computação Científica e Sotware Livre, o C3SL, da Universidade Federal do Paraná, em parceria com o Ministério da Educação. A plataforma, que ganhará uma nova versão no final de outubro, foi lançada em 2014, e agora oferecerá mais recursos, como a gamificação, por exemplo.
“O objetivo da plataforma é criar uma rede de apoio entre professores, para que eles possam ter um local em que não só eles possam acessar conteúdos que irão ajudar em sala de aula, mas também compartilhar conteúdos entre si, realizar avaliações, enfim, um modelo bem próximo a uma rede social, mas com o intuito principal de colaborar com o dia a dia em sala de aula”, conta Luis Carlos Bona, professor do C3SL e coordenador do projeto.
O professor Marcos Castilho, um dos coordenadores do projeto
Na nova versão, o processo de gamificação possibilitará que os usuários sejam capazes de adquirir conquistas e, com o uso, atingir níveis diferenciados. “É uma forma de qualificar o usuário e, com isso, ir liberando mais e mais recursos. Ainda, para cada uso, o professor ganhará uma espécie de dinheiro virtual que será usado para a ‘compra’ de insígnias dentro da plataforma”, explica o também professor e coordenador Marcos Castilho.
Hoje, são mais de 27 mil usuários cadastrados na plataforma, que tem capacidade para muito mais, e entre os mais de 300 mil recursos disponibilizados estão vídeos, mapas, softwares educacionais, apresentações, infográficos, jogos, apps, imagens e outros recursos similares, e todos os conteúdos passam por um processo de curadoria a fim de filtrar conteúdos inadequados. Ainda, é possível realizar denúncias, caso o material seja impróprio. Para acessar, não há nenhuma restrição. Os professores e interessados que queiram fazer parte do repositório somente precisam realizar um cadastro simples, já estando habilitados a realizar downloads e subir materiais para a plataforma. Ainda, dentro da plataforma, é possível seguir e interagir com outros perfis, de forma a estabelecer realmente uma rede de apoio.
“A maioria do conteúdo disponibilizado faz parte do dia a dia de sala de aula de alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, mas existem recursos para aulas de cursos de graduação ou técnicos, como artigos, por exemplo. A nossa ideia é ampliar cada vez mais e transformar essa plataforma no maior repositório de conteúdos educacionais e que faça parte da rotina de professores”, explica Bona. O projeto é coordenado por dois professores do C3SL e um bolsista, aluno do curso de Ciência da Computação.
Para facilitar a usabilidade, dentro da plataforma é disponibilizada a possibilidade de criar coleções de materiais, organizando conteúdos por área, por exemplo. Além disso, é possível encontra materiais de formação desenvolvidos pelo Ministério da Educação com uma grande diversidade de temas. “Esperamos que essa nova versão atinja ainda mais professores e seja um grande espaço de troca de experiências. Mas, sobretudo, queremos que os alunos sejam impactados com novas possibilidades. A gente sabe como é difícil encontrar conteúdos de qualidade, e que realmente sejam aplicáveis em atividades de sala de aula, e foi pensando nisso que dedicamos tempo de estudo, pesquisa e desenvolvimento da plataforma”, finaliza Castilho.
Sobre o C3SL O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR, registrado no Diretório de grupos de pesquisa do CNPq. Realiza pesquisas que dialogam com diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas por meio da Lei de Informática e Lei do Bem, quanto para instituições e órgãos públicos.
As pesquisas do C3SL estão em diversas áreas da ciência da computação, como Banco de Dados, Engenharia de Software, Redes e Sistemas Distribuídos, Redes de Computadores e Inteligência Artificial. O grupo também atua na migração de sistemas proprietários para plataformas de software livre e na otimização de pessoal e de custos de soluções de hardware e software.
São seis linhas de pesquisa ativas, todas elas com diversos projetos em andamento ou já concluídos, os quais se encontram em uso pelas empresas ou órgãos solicitantes: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação.
Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.
O C3SL apoia estudos e desenvolvimento de técnicas de programação de alto desempenho e como incentivo foi enviado um time composto por membros de C3SL para competir na maratona de programação paralela. Entre os ganhadores estão os bolsistas Fernando Monteiro Kiotheka, Odair Mario Ditkun Junior e Pietro Polinari Cavassin.
A competição contou com 10 equipes, entre remoto e presencial e a equipe do C3SL otimizou os problemas seriais em mais de mil vezes o tempo sequencial, enquanto o segundo lugar ficou com pontuação de 700 vezes, ou seja, quase 400 pontos a mais que o segundo colocado.
Na foto nossa equipe de entusiastas de programação de alto desempenho, que inclusive é aberta para todos os alunos do departamento. Eles receberam a premiação em certificados, troféus e livros de programação de alto desempenho. O apoio do C3SL foi essencial para a conquista, visto que a vitória só foi possível pelos treinos realizados no super computador do grupo.
Grupo de pesquisa da UFPR convida: “Apresentação de propostas em defesa do Ensino Superior Público e Gratuito, da Ciência e da Tecnologia”
Como uma forma de fomentar a discussão sobre a importância do ensino superior público, gratuito e de qualidade e a importância do desenvolvimento científico e tecnológico no Paraná, o C3SL – Centro de Computação Científica e Software Livre –, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), promoverá um espaço de debate e exposição de ideias com os quatro primeiros candidatos ao governo do Estado do Paraná de acordo com as pesquisas eleitorais registradas no TRE. A exposição das ideias e o debate com a comunidade acadêmica ocorrerá com um candidato por vez.
Cada candidato terá o tempo máximo de até duas horas para exposição de suas ideias e propostas e para responder as perguntas feitas pelo público presente. As perguntas serão de livre formulação dos participantes presentes no dia da exposição, cabendo ao C3SL apenas a coordenação da ordem das perguntas.
Os candidatos interessados em apresentar as suas ideias e programas a cerca do ensino superior, da ciência e tecnologia, poderão enviar e-mail para contato@c3sl.ufpr.br sugerindo data e horário que a equipe do grupo de pesquisa irá agendar o auditório do Departamento de Informática onde será realizado o encontro. O C3SL irá divulgar a agenda em suas redes sociais e nas suas listas de contatos cabendo aos candidatos a ampliação complementar da divulgação.
Esta iniciativa visa reforçar o papel que a universidade pública tem como promotora do conhecimento, do livre pensar e da pluralidade de pensamentos amparados na liberdade de cátedra, na livre manifestação de ideias e na autonomia universitária.
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR e realiza pesquisas que dialogam com diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas quanto para instituições e órgãos públicos. Como entidade comprometida há 20 anos com o desenvolvimento científico e tecnológico do país, entendemos que o momento de debate político é fundamental para debater e conhecer propostas que girem em torno do fazer tecnológico e, desta forma, dialogar com o poder público para a elaboração, gestão e monitoramento de políticas públicas que favoreçam áreas como saúde, educação e geração de emprego.
O Brasil vive um momento decisivo na definição de sua soberania digital. Enquanto o Supremo Tribunal Federal estabelece marcos regulatórios para que plataformas digitais respeitem a legislação nacional, o país ainda opera sob uma infraestrutura tecnológica majoritariamente privada, estrangeira e opaca. Sistemas que organizam educação, saúde e comunicação pertencem a empresas sediadas no exterior. A pergunta que se impõe é clara: quem controlará o futuro digital brasileiro? Eles ou nós?
Essa dependência não é acidental. Hoje, infelizmente, são os algoritmos de lucro, e não os princípios constitucionais, que determinam como os brasileiros acessam serviços tecnológicos essenciais. Quando a escola pública depende de plataformas estrangeiras, quando dados de saúde são armazenados fora do alcance da legislação nacional, quando o próprio atendimento ao cidadão é mediado por redes privadas, o Estado terceiriza sua função mais básica: servir ao interesse público. É nesse cenário que ganham força os Bens Públicos Digitais (BPDs) — uma ideia capaz de inverter essa lógica e recolocar o bem comum no centro da tecnologia.
BPDs são sistemas, plataformas, bancos de dados e ferramentas digitais criadas com recursos públicos e licenças abertas, voltadas à coletividade. São como o SUS ou o Pix: acessíveis, confiáveis, construídos para servir, não para extrair. Num mundo em que quase tudo passa por telas e conexões, garantir que parte dessa estrutura seja pública e nacional é um gesto de soberania. Sem isso, o país corre o risco de aprofundar desigualdades já brutais, só que agora na camada digital.
As corporações tecnológicas sabem disso e fazem de tudo para evitar que os BPDs prosperem. Sua estratégia é simples: vencer licitações com preços baixos iniciais, depois criar dependência através de tecnologias proprietárias e formatos fechados. O resultado? As administrações públicas ficam reféns de contratos que encarecem renovações e impossibilitam migrações. Professores precisam de contas Gmail para acessar material didático.Prefeituras perdem autonomia sobre dados de seus próprios cidadãos.
Essa não é apenas uma discussão técnica. É política, econômica e existencial. Manter a atual dependência digital é aceitar que a infraestrutura da cidadania seja determinada por termos de uso e não por direitos. Seguir nesse caminho é ceder ao viralatismo. O Brasil tem capacidade técnica e recursos para criar alternativas ao modelo imposto pelas Big Techs. O que nos falta é apenas coordenar a nossa vontade política de soberania.
Por isso, o primeiro passo é a linguagem. Precisamos fazer dos Bens Públicos Digitais (BPDs) uma ideia tão conhecida quanto o SUS, tão útil quanto o Pix, tão querida quanto o Real. Não haverá soberania digital brasileira sem infraestrutura própria, aberta, auditável e gerida com interesse público. Que o Brasil aprenda a amar os BPDs antes que seja tarde.
Marcos Sfair Sunye, reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor titular do Departamento de Informática (DINF-UFPR) e fundador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL).
O lançamento oficial do Food Valley Paraná, realizado nesta sexta-feira (24) na sede do Sicredi Vale do Piquiri, em Palotina, marcou o início de uma aliança estratégica entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Sistema Ocepar, com apoio das principais cooperativas agroindustriais do Oeste do Estado. A cerimônia reuniu lideranças do cooperativismo, gestores públicos e pesquisadores, consolidando o compromisso conjunto de transformar a região em um polo de referência em tecnologia e inovação no agronegócio.
O lançamento do Food Valley Paraná contou com a presença de autoridades do meio acadêmico, cooperativista e financeiro. Compuseram a mesa o reitor daUFPR, Marcos Sunye, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, o presidente do Sicredi Vale do Piquiri, Jaime Basso, e oprofessor Carlos Eduardo Zacarkim, diretor de Desenvolvimento e Integração dos Campi da UFPR, um dos idealizadores da iniciativa. Durante a manhã, Luis de Bona, pró-reitor de Planejamento e Dados da UFPR, apresentou a proposta do Food Valley aos presentes.
“É uma oportunidade, para nós, do Centro de Computação Científica e Software Livre [C3SL], aplicarmos nosssa expertise em resolver problemas reais e de grande porte, dentro de domínios especializados, como o agronegócio. O C3SL tem essa vocação de oferecer soluções com foco em problemas de interesse da sociedade, sempre visando a soberania nacional. No caso do Oeste do Paraná, isso passa necessariamente pela produção cooperada de alimentos”, concordou Marcos Castilho, coordenador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR. O C3SL será o executor da parceria entre UFPR e Ocepar.
Parceria entre universidade e cooperativas
O reitor da UFPR, Marcos Sunye, afirmou que o Food Valley representa um passo concreto na aproximação entre a universidade e o setor produtivo, com foco em desafios reais do agronegócio. Ele ressaltou o papel da UFPR como parceira estratégica, destacando o potencial científico e tecnológico da instituição. “Temos equipamentos de última geração, que podem e devem ser utilizados pelas cooperativas. Nosso objetivo é unir o conhecimento acadêmico à capacidade produtiva regional”, declarou.
Sunye reforçou que a iniciativa é fruto de uma postura institucional mais aberta, colaborativa e voltada à inovação aplicada. Segundo ele, a UFPR quer “convencer os pensadores a se debruçarem sobre os problemas complexos do setor produtivo” e oferecer soluções que aumentem a competitividade das cooperativas. “A universidade está diferente, mais integrada e disposta a diversificar suas fontes de financiamento. Queremos contribuir com o desenvolvimento do Estado e colocar nossa estrutura à disposição da sociedade”, completou..
Compromisso do cooperativismo paranaense
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destacou em sua fala o papel do cooperativismo paranaense como motor econômico e social do Estado. Ele lembrou que as cooperativas respondem por quase dois terços da produção de grãos e metade da proteína animal do Paraná, e que a parceria com a UFPR representa a oportunidade de transformar esse desempenho em inovação sustentável. “Essa aproximação entre cooperativas e universidade vai trazer uma realidade mais organizada e eficiente. Temos um modelo que dá certo e agora podemos potencializá-lo com base científica e tecnológica”, afirmou.
Ricken também ressaltou a mudança de cenário na relação entre academia e cooperativismo, elogiando a gestão da UFPR por sua abertura e sensibilidade às demandas do setor produtivo. “Vivemos uma fase em que a universidade está mais próxima, dialogando conosco e oferecendo conhecimento aplicado. Precisamos usar essa estrutura e esses equipamentos de ponta para avançar em inteligência artificial, automação e sustentabilidade”, destacou. O dirigente encerrou sua participação com entusiasmo: “Estamos diante de uma oportunidade histórica, mais do que otimismo — é entusiasmo pelo que está por vir”
Sicredi: anfitrião e articulador regional
O presidente do Sicredi Vale do Piquiri, Jaime Basso, abriu o evento destacando o caráter histórico da parceria e o orgulho em sediar o lançamento do Food Valley Paraná. Em seu discurso, Basso afirmou que a união entre cooperativas, universidade e instituições financeiras simboliza uma nova fase para o agronegócio do Oeste do Paraná, baseada em inteligência coletiva e inovação tecnológica. “Quando reunimos toda essa inteligência que já existe na região e conseguimos agir em conjunto, todos ganham com isso”, disse, ressaltando que o desenvolvimento tecnológico gera prosperidade e qualidade de vida para as comunidades locais
O dirigente também enfatizou o papel do cooperativismo como força de coesão e transformação regional. Ao convidar os presentes a conhecerem as instalações do Sicredi em Palotina, Basso destacou o investimento contínuo da instituição em infraestrutura e tecnologia. “É uma imensa honra receber este lançamento e contribuir para a construção de um futuro mais próspero e sustentável. O Sicredi estará sempre junto, seja o Vale do Piquiri, o Progresso, a Vanguarda ou a Aliança, porque acreditamos no desenvolvimento coletivo”, completou..
Um marco para o desenvolvimento regional
Durante a cerimônia, Sunye e Ricken assinaram o Memorando de Entendimento que formaliza a criação do hub de inovação, com foco em pesquisa aplicada, biotecnologia, sustentabilidade e economia de dados. A iniciativa é coordenada pelo professor Carlos Zacarkim, diretor de Desenvolvimento e Integração dos Campi da UFPR, e contará com a participação de docentes, estudantes e técnicos da universidade, em parceria com as cooperativas da região.
O Food Valley Paraná, idealizado no campus da UFPR em Palotina, nasce como um ecossistema de inovação aberto, voltado a desenvolver soluções tecnológicas para o agronegócio e para o fortalecimento das economias locais, reforçando o papel do cooperativismo como motor do desenvolvimento sustentável do Estado.
Projeto pioneiro integra universidade e cooperativas para criar soluções tecnológicas adaptadas ao clima e solo do Paraná, impulsionando a competitividade do setor agrícola
Nesta sexta-feira (24), será oficialmente lançado o Food Valley Paraná, o primeiro ecossistema de inovação tecnológica dedicado ao agronegócio e cooperativismo no estado. O evento acontecerá na sede administrativa do Sicredi, em Palotina, durante o 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro, reunindo pesquisadores, líderes cooperativistas, produtores rurais e autoridades do setor agroindustrial paranaense.
A iniciativa, liderada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), tem como objetivo aproximar a pesquisa acadêmica das demandas das cooperativas e dos produtores rurais, promovendo o desenvolvimento de soluções tecnológicas sob medida para o campo paranaense. O projeto conta com apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sistema Ocepar, Sicredi, C-Vale e Frimesa.
Estão confirmadas as presenças do reitor da UFPR, Marcos Sunye, do secretário da SEAB, Márcio Nunes, e do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. Para o pesquisador do C3SL e professor do Departamento de Informática da UFPR, Luis de Bona, o projeto marca uma transformação significativa. “O Food Valley é a oportunidade única de conectarmos nossa vocação para inovação com o futuro do agronegócio. Estamos criando um ambiente onde a tecnologia de ponta encontra os desafios reais do campo, permitindo que o agro paranaense cresça de forma ainda mais conectada com o futuro”, ressalta.
Carlos Zacarkim, professor e pesquisador do departamento de engenharia da UFPR em Palotina, reforça a importância do hub: “O Food Valley representa um marco essencial para o fortalecimento da agroindústria paranaense, impulsionando a inovação integrada entre ciência, tecnologia e cooperativismo. É um catalisador para ampliar a competitividade do nosso agro e abrir novas fronteiras de desenvolvimento sustentável”.
Zacarkim destaca ainda o desafio da dependência tecnológica: “O Paraná exporta alimentos para todo o mundo, mas ainda importa a maior parte da tecnologia utilizada na produção. Nossa produção é guiada principalmente por sistemas e equipamentos com tecnologia importada, muitas vezes projetados para outras realidades climáticas e de solo diferentes das nossas”, reforça.
O Food Valley Paraná surge para atender a esse paradoxo ao propor transformar o Paraná não apenas no celeiro do mundo, mas no maior laboratório de inovação, com tecnologias que atendam especificamente às condições locais, gerando maior eficiência e sustentabilidade para o agronegócio. O evento de lançamento na sede do Sicredi em Palotina reunirá gestores, líderes e especialistas para debater e construir soluções tecnológicas alinhadas com as demandas reais das cooperativas e dos produtores rurais.
Evento: 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro – Food Valley Paraná Data: 24 de outubro de 2025
Local: Sicredi Palotina (Av. Presidente Kennedy, 2384 – Jardim Itália, Palotina – PR) Realização: UFPR, C3SL, OCEPAR Apoio: Sicredi, IDR-Paraná, Governo do Estado do Paraná, Sistema Ocepar, C-Vale, Frimesa
Hospedagem local da infraestrutura digital permite ao C3SL total autonomia sobre armazenamento, acesso e processamento de informações
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), laboratório de inovação vinculado ao Departamento de Informática (Dinf) da UFPR, adotou as plataformas abertas Matrix e Nextcloud para garantir sua soberania digital, mantendo total controle sobre dados e infraestrutura tecnológica. A iniciativa visa substituir serviços proprietários como Discord, Microsoft Teams/Office 365, WhatsApp e Telegram, reduzindo a dependência de fornecedores externos e protegendo o patrimônio intelectual da instituição.
No cotidiano do C3SL, o Matrix substitui canais tradicionais de comunicação proporcionando tanto chats assíncronos quanto videoconferências para reuniões remotas. Já o Nextcloud ocupa o lugar de suítes proprietárias como Microsoft Office e Google Docs, facilitando o armazenamento, criação e compartilhamento colaborativo de documentos, apresentações, mídias e relatórios em ambiente controlado.
Para Marcos Castilho, um dos fundadores do C3SL e professor do Dinf, o laboratório atua como um centro de inovação em software livre. Desta forma, está na base do centro de pesquisa o desenvolvimento e adoção de soluções tecnológicas que promovam a autonomia digital. “Como um laboratório pioneiro em software livre, o C3SL tem o papel fundamental de fomentar a inovação tecnológica aberta, criando soluções que garantem a soberania digital e fortalecem uma cultura colaborativa essencial para o avanço do Brasil na área de tecnologia,” ressalta Castilho.
Segundo Fernando Kiotheka, mestrando em informática, bolsista e integrante da equipe Root do C3SL, quando os dados ficam no controle de terceiros, eles podem ser usados como reféns para forçar a aplicação de contratos abusivos. “O exemplo recente do Slack, que aumentou em 190 mil dólares por ano o preço para uma instituição sem fins lucrativos, ameaçando deletar 11 anos de mensagens em uma semana, mostra o risco real dessa extorsão”, destaca Kiotheka.
No caso do uso do protocolo Matrix e do Nextcloud, o aspecto central da soberania é garantido pela hospedagem dessas ferramentas no data center próprio do C3SL, eliminando intermediários e agentes externos. “Todos os dados são armazenados e processados em nossa infraestrutura local, sem controle de agentes externos,” reforça Kiotheka, apontando ainda para a integração das plataformas com o sistema de login institucional do C3SL, o que evita a criação de contas em serviços de terceiros e preserva a unidade do ambiente colaborativo.
Um dos benefícios-chave da escolha por Matrix e Nextcloud está na federação, que possibilita conexões e colaboração segura entre universidades e institutos de pesquisa, nacionais e internacionais. Fernando cita, por exemplo, uma rede de universidades alemãs que utiliza o Matrix para intercomunicação, sugerindo que o futuro das parcerias acadêmicas reside em plataformas livres e descentralizadas.
A arquitetura descentralizada do Matrix também permite liberdade para adotar implementações variadas e até mesmo desenvolver aplicações próprias pré-configuradas, ampliando a flexibilidade do C3SL. Do ponto de vista técnico, o desafio de gerir sistemas complexos é enfrentado por meio do uso de Kubernetes, práticas de implantação contínua e infraestrutura como código versionado, destacando a especialização da equipe do laboratório.
Embora o foco atual do C3SL esteja na implantação das tecnologias, já há planos para contribuir ativamente com a comunidade open source, produzindo documentação técnica e desenvolvendo plugins para integrar serviços adicionais no Nextcloud, como Overleaf e BigBlueButton.
No que tange ao capital intelectual da instituição, o uso dessas plataformas reforça a preservação do conhecimento interno. Diferentemente de dados dispersos em documentos proprietários e conversas em aplicativos variados que correm risco de se perder com a saída de colaboradores, o C3SL que atualmente concentra o trabalho em repositórios Git, agora conta também com Matrix e NextCloud. Isso garante que informações relevantes fiquem acessíveis à equipe e possam ser recuperadas a qualquer momento, fortalecendo a manutenção do legado coletivo.
O Centro Nacional de Bens Públicos Digitais será sediado na UFPR e reunirá iniciativas voltadas à soberania digital e às tecnologias abertas e livres.
Resultado da articulação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) com pesquisadores e instituições de ensino e inovação de todo o país, está em fase final de estruturação o primeiro Centro Nacional de Bens Públicos Digitais (CNBPD) da história do Brasil.O CNBPD terá como objetivo fortalecer o ecossistema nacional de software livre e bens públicos digitais, reunindo soluções tecnológicas abertas e colaborativas voltadas ao interesse público.
“Hoje, os órgãos públicos não sabem a quem recorrer para buscar soluções tecnológicas. Não há uma orientação para os gestores sobre como encontrar alternativas às big techs, desenvolvidas em solo nacional e tão eficientes quanto quaisquer produtos estrangeiros. O Centro Nacional desempenhará esse papel aglutinador, de tornar conhecidos os Bens Públicos Digitais feitos no Brasil”, explica Marcos Sunye, reitor da UFPR e fundador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL).
O CNBPD funcionará como um núcleo de governança e repositório nacional de iniciativas digitais livres, interoperáveis e sustentáveis, desenvolvidas por universidades, órgãos públicos, empresas, cooperativas tecnológicas e comunidades de software. A iniciativa está alinhada às diretrizes da ONU e da Digital Public Goods Alliance (DPGA), que definem os bens públicos digitais como instrumentos para ampliar a inclusão social, a transparência e a autonomia tecnológica.
Paralelamente, está em curso a formação da Aliança Nacional pelos Bens Públicos Digitais, que reunirá universidades, governos, empresas públicas e privadas, cooperativas e organizações da sociedade civil. Regida por uma Carta de Princípios, a Aliança prevê termos de adesão para instituições e pessoas interessadas e orienta os compromissos de licenciamento livre, governança participativa e sustentabilidade das soluções digitais.
“O atual estágio da luta por um projeto nacional soberano exigia um novo instrumento. Precisávamos de uma iniciativa que, partindo do poder público e alinhada ao interesse coletivo, permitisse à sociedade civil se organizar e assumir o desafio de articular uma experiência nacional de bens públicos digitais”, afirma Nésio Fernandes, da Organização Colibri para o Desenvolvimento da Saúde Única, uma das entidades envolvidas na articulação do CNBPD.
Expertise do C3SL será a propulsora do novo Centro Nacional
“O Brasil tem experiência consolidada em software público. O objetivo agora é atualizar e coordenar nacionalmente esse esforço, com a UFPR exercendo um papel articulador”, afirma o reitor Marcos Sunye. A ideia é usar o expertise de 20 anos do C3SL como propulsor do CNBPD, uma vez que ele foi o responsável por projetos como o Paraná Digital, o Linux Educacional e diversas plataformas de monitoramento e gestão de dados públicos, o que confere à universidade experiência técnica e institucional na área.
Para Nésio Fernandes, a combinação de iniciativas consolidadas com projetos inovadores é um diferencial do CNBPD. “Essa articulação se dará com base tanto em experiências já consolidadas quanto em novas iniciativas capazes de impulsionar o desenvolvimento em seu sentido estrito. O objetivo é criar uma superestrutura institucional que seja, ao mesmo tempo, colaborativa e potente para o avanço da soberania digital no país”, adianta.
O lançamento do CNBPD está previsto para novembro de 2025 e a UFPR está organizando o processo de adesão à Carta de Princípios da Aliança Nacional para receber inicialmente as universidades brasileiras.
Primeiro hub de inovação tecnológica para o agro paranaense será inaugurado com evento em 24 de outubro
A Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), anuncia a criação oficial do Food Valley Paraná, ecossistema de inovação tecnológica que conecta a demanda das cooperativas e produtores rurais com a capacidade de pesquisa de ponta da maior universidade do estado. O lançamento do Food Valley será realizado durante a programação do 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro, no dia 24 de outubro, na sede administrativa do Sicredi em Palotina, reunindo gestores, líderes e dirigentes do setor para debater e construir soluções tecnológicas alinhadas com as demandas do campo.
O evento conta com o apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sistema Ocepar, Sicredi e C-Vale, fortalecendo a cooperação entre universidade, cooperativas e entidades públicas para o desenvolvimento da agrotecnologia no Paraná.
Para o pesquisador do C3SL e professor do Departamento de Informática da UFPR, Luis de Bona, o projeto representa um marco na transformação do Paraná em um “laboratório vivo de novas tecnologias” para o agronegócio, unindo a expertise acadêmica da UFPR com a força do cooperativismo paranaense. “O Food Valley é a oportunidade única de conectarmos nossa vocação para inovação com o futuro do agronegócio. Estamos criando um ambiente onde a tecnologia de ponta encontra os desafios reais do campo, permitindo que o agro paranaense cresça de forma ainda mais conectada com o futuro”, destaca.
Para Carlos Eduardo Zacarkim, professor e pesquisador do departamento de engenharia da UFPR Palotina, o HUB da UFPR com o Food Valley representa um marco essencial para o fortalecimento da agroindústria paranaense, ao impulsionar a inovação integrada entre ciência, tecnologia e cooperativismo. É um catalisador para ampliar a competitividade do nosso agro e abrir novas fronteiras de desenvolvimento sustentável.
O objetivo do Food Valley Paraná é desenvolver soluções tecnológicas próprias e sob medida para os desafios reais das cooperativas, reduzindo a dependência de tecnologias importadas. O Paraná exporta alimentos para todo o mundo, mas ainda importa a maior parte da tecnologia utilizada na produção.
“Nossa produção, em sua grande maioria, é guiada por sistemas e equipamentos com tecnologia importada. Muitas vezes, os sistemas disponíveis no mercado foram projetados para outras realidades, com climas e solos diferentes dos nossos”, explica Zacarkim. O Food Valley surge como resposta a este paradoxo: transformar o Paraná não apenas no “celeiro do mundo”, mas também no “maior laboratório de inovação”, criando tecnologias que atendam especificamente às condições locais e tragam maior eficiência.
SOBRE O C3SL
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um laboratório de inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) reconhecido nacional e internacionalmente pela produção de tecnologias públicas e soluções em larga escala para o Estado brasileiro. Desde 2002, o C3SL atua no desenvolvimento de sistemas de informação voltados à educação, transparência e inclusão digital, com ênfase em software livre, dados abertos e infraestrutura pública de tecnologia. Seus projetos atendem milhões de usuários e consolidam o C3SL como uma das principais referências em ciência de dados aplicada a políticas públicas no país.
Evento: 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro – Food Valley Paraná Data: 24 de outubro de 2025
Local: Sicredi Palotina (Av. Presidente Kennedy, 2384 – Jardim Itália, Palotina – PR) Realização: UFPR, C3SL, OCEPAR Apoio: Sicredi, IDR-Paraná, Governo do Estado do Paraná, Sistema Ocepar
Em entrevista ao C3SL, o ex-mestrando do PPGInf ressalta como o software livre torna o acesso a ferramentas analíticas avançadas mais simples, eficiente e disponível para pesquisadores, empresas e entusiastas ao redor do mundo
Nascido em Fortaleza, no Ceará, Pedro Thiago Timbó Holanda trilhou um caminho que o levou do DINF e do PPGInf/UFPR ao protagonismo global na comunidade de software livre. Formado em Computação pela Universidade Federal do Ceará, Pedro foi bolsista de iniciação científica desde o primeiro semestre, já com direcionamento à pesquisa em bancos de dados. “Comecei testando hipóteses, sempre em busca de novas soluções, ainda no contexto acadêmico e do software open source”, relembra.
Artigo do mestrado aprovado em evento internacional abriu portas para a criação do DuckDB, diz Pedro
Durante o mestrado na UFPR, orientado pelo professor do Dinf e pesquisador do C3SL, Eduardo Almeida, Pedro aprofundou-se no estudo de indexação adaptativa, área-chave para bancos de dados modernos e ferramentas analíticas. Sua dissertação, embasada em técnicas inovadoras como o Database Cracking, conectou sua pesquisa à linha de frente de grupos internacionais — especialmente o CWI, renomado centro holandês de pesquisa em ciências exatas.
Esse olhar inovador sobre indexação e análise de dados foi essencial na transição ao doutorado no CWI, em Amsterdã, aprofundando pesquisas em indexação progressiva. Lá, Pedro aproximou-se de comunidades de software livre e do tema que norteia sua carreira: a democratização do acesso a ferramentas analíticas eficientes.
É nesse contexto que surge sua maior contribuição: o DuckDB, banco de dados analítico de código aberto criado no CWI, do qual Pedro é cofundador do laboratório comercial, o DuckDB Labs. “A grande motivação foi aproximar a potência dos bancos de dados do universo da análise de dados no ambiente open source, tornando mais simples e acessível o processamento massivo de dados para todos”, explica.
Ao se inspirar no universo do SQLite e no apelo “SQLite for analytics”, Pedro buscou unir a simplicidade de uso e a eficiência de performance em um software livre que pudesse ser rapidamente adotado por pesquisadores, empresas e entusiastas. O DuckDB, distribuído sob licença open source, rapidamente se tornou referência mundial. O sucesso da ferramenta reflete a força da comunidade do software livre: “Quem desenvolve uma solução aberta permite avanços globais. O open source é tanto um convite quanto um compromisso de impactar o mundo”, afirma Pedro.
Pedro Thiago, o professor Eduardo Almeida e Mark Raasveldt, Co-criador do DuckDB
Durante sua carreira, Pedro também colaborou com a Microsoft, sempre defendendo a abertura do conhecimento e o impacto transformador do software livre. Essa filosofia marcou sua trajetória desde os tempos de estudante na UFPR, “onde aprendi o valor de compartilhar conhecimento e participar de comunidades acadêmicas e open source”.
Esta reportagem integra uma série de entrevistas promovidas pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e Dinf. A iniciativa busca destacar a trajetória e as contribuições de ex-bolsistas, alunos e pesquisadores que se destacam no campo da informática, mostrando a diversidade e o impacto das pesquisas desenvolvidas nesse ambiente acadêmico e tecnológico de excelência.
C3SL – Pedro, para começar, você poderia contar um pouco sobre sua trajetória pessoal e como chegou até o desenvolvimento do DuckDB?
PEDRO – Fiz minha graduação na Universidade Federal do Ceará. Desde o meu primeiro semestre fui bolsista de iniciação científica na área de indexação de banco de dados. Então, eu passei boa parte da minha graduação já trabalhando com sistemas de banco de dados, mas no nível de pesquisa, sem implementar nada em um sistema mesmo, mas com o que a gente chama de aplicação stand-alone. Você faz basicamente o código mais simples para testar aquela sua hipótese. Quando terminei minha graduação, tive oportunidade de ou continuar trabalhando na empresa que eu estava, ou de seguir para um mestrado. E a realidade é que eu tinha meio que me apaixonado pelo sul. Eu queria ir ou para Curitiba ou para Florianópolis, dar aquele empurrão, para sair da casa dos pais, etc. Então, eu apliquei a prova para Curitiba, Florianópolis, e acho que para Porto Alegre também. E do pessoal que eu conversei, que eu me dei melhor naquela conversinha de uma hora, foi com o professor Eduardo Almeida, da UFPR. Ele também trabalhava com o que na época era meio que os grandes hypes do momento, né, que era NoSQL e Spark. Forçamento MapReduce.
Pedro Thiago e demais pesquisadores do Dinf alunos do professor Eduardo Almeida em evento científico de informática
Neste processo, fui aprovado no mestrado como orientando dele, então eu fui para Curitiba, e a gente começou trabalhando com Banco de Dados NoSQL. Ali pelo meio do mestrado a gente viu que não era uma coisa tão bacana assim, que existiam uma série de problemas dentro da utilização de Banco de Dados NoSQL que não tornava isso interessante, e foi neste ponto que mudamos completamente o tópico para voltar à indexação. Só que a partir de um tipo de indexação chamada de Database Cracking, que é uma técnica de criação de índices em que você cria os índices enquanto está executando consultas. E daí eu fiz meu mestrado nesse tópico e calhou que era um tópico que tinha sido começado pelo Grupo de Pesquisa de Amsterdã que é a CWI (Centrum Wiskunde & Informatica), que é o Centro Viscundia Informática Centro de Matemática e Informática. Quando eu terminei meu mestrado, consegui a aprovação de um paper numa conferência internacional, e foi a partir desta oportunidade que aproveitei para me inscrever em uma vaga de doutorado aqui em Amsterdã. Foi justamente por conta de ter tido esse paper do mestrado e de ter tido alguma visibilidade já e ter feito o mestrado no em um tema central na pesquisa da instituição aqui que consegui a vaga no doutorado. Nisso, vim para cá e dei continuidade na minha pesquisa sobre índice. Em 2019 o Mark Raasveldt, que por sinal era o meu colega de quarto no doutorado, começou a implementar o DUNKDB como um projeto acadêmico.
Os projetos que a gente tem na CWI é um pouco diferente de como ocorre no Brasil. Enquanto o financiamento da pesquisa no Brasil é quase na sua totalidade originária de entes públicos, aqui na Europa é usual termos a grande maioria vindo de financiamentos de iniciativa privada ou público-privados. No meu caso, o projeto era com a fabricante de automóveis Honda. Eles pagavam metade do meu doutorado e o governo holandês pagava outra metade. No caso do Mark, a empresa financiadora era a Tata Steel, empresa global do setor siderúrgico, também neste mesmo modelo de custeio com o governo. Com este modelo, éramos levados a atuar em alguns dos problemas que essas empresas tinham. Além disso, tanto o meu projeto como o do Mark eram projetos que eram mais de ciência de dados, apesar de estarmos vinculado a um grupo com foco de estudo em sistema de banco de dados e desenvolvimento de sistema. Neste momento começamos a perceber que o pessoal tinha meio que aversão a sistemas de banco de dados, o que gerou essa curiosidade nossa. Oras, estamos no campo da informática há 50 anos desenvolvendo pesquisas, tentando fazer as coisas mais rápidas e além da memória, usar todo o processamento do computador. Porém, poucos se interessam por tais soluções, e acabam usando ferramentas que são consideravas inferiores nesse sentido de performance técnico. Neste ponto, começamos a perceber que a grande motivação era que os sistemas de banco de dados eram muito complexos.
Então, se você pegava uma pessoa para fazer uma análise de dados, eles preferiam ir para um “Pandas da vida”, que é uma ferramenta mais simples. Isso porque em uma linha de comando você já está conseguindo analisar seus dados. Agora, se você fosse usar um SQL Server, um ADB, era preciso instalar o seu servidor, descobrir como é que faz a conexão do cliente, fazer criação de esquema etc. Você perde um dia para começar a ler o seu primeiro arquivo. O teu custo de interação com a ferramenta era muito grande com sistemas. É desta reflexão que gerado o DuckDB. Será que a gente consegue fazer um sistema para análise de dados que seja tão fácil de usar quanto o Pandas, mas que tenha toda essa bagagem de coisas que a gente tem feito em pesquisa? Nos últimos anos, esse é o problema que o DuckDB surge para poder resolver no universo do banco de dados.
C3SL: O slogan “SQLite for analytics” resume bem a proposta do DuckDB. Como essa analogia ajuda a compreender o projeto? E quais foram os momentos-chave que levaram à criação ou sua entrada no time do DuckDB?
PEDRO: O slogan “SQLite for Data Analytics” que encampamos e a razão desse slogan é porque a gente queria ser na verdade o mesmo que o Pandas era, mas a gente também queria que as pessoas do mundo de banco de dados entendessem a proposta, e o SQLite era o mais próximo, sendo um sistema que não demanda instalação. Contudo, o SQLite é feito para o que a gente chama de cargas transacionais, que é quando você tem muitas atualizações. Seria algo como “o Pedro mudou de endereço”, o que é considerado uma atualização, e nisso o SQLite é muito bom em fazer. Mas se você tiver um tipo de consulta, como “quero saber o que é que as pessoas entre 20 e 30 anos que moram em Curitiba compram mais”, isso é uma carga analítica que demanda uma quantidade muito grande de seus dados. Então, são sistemas com propósitos diferentes. Mas a ideia é que nossa proposta à época era ser o que o SQLite é para essas atualizações, só que para essas cargas analíticas. Em 2019 começou o desenvolvimento do DuckDB.
Apenas para destacar um “fun fact”, na época o Mark estava no Brasil, especificamente em Curitiba. Então o início do DuckDB foi desenvolvido, por coincidência, na UFPR. Claro, não tendo uma relação direta com algum projeto da universidade. O Mark estava em Curitiba, e daí eu conversei com o professor Eduardo para ver se a gente conseguia uma sala para ficar usando naquela época. Isso já era no doutorado, em 2019. Por coincidência, o comecinho aconteceu fisicamente na UFPR. Foi neste ano que comecei a implementação do sistema, com uma carga bem acadêmica, sem também grandes deslumbres ou ainda um sistema de uso real. As coisas começam a mudar um pouco ali por 2021 e 2022. É neste momento temos um insight, e começamos a perceber que existe um interesse comercial na ferramenta. Já existiam empresas que estavam utilizando a ferramenta. E em 2021 é quando criamos a DuckDB Labs, que é a empresa que presta serviço em cima do DuckDB. É ela que opera em serviço o DuckDB, que é uma ferramenta de código aberto completamente gratuita. Na verdade, não tem nada que a gente faz dentro da DuckDB Labs que não seja aberto e gratuito.
Defesa de mestrado no PPGInf da UFPR
Para se ter uma ideia, a propriedade intelectual da ferramenta não é nem da DuckDB Labs, mas sim de uma fundação. Com isso, se algo ocorre com a empresa amanhã, a propriedade intelectual e o código continuam protegido. E uma pergunta muito comum é como mantemos a empresa se a ferramenta é aberta. O modelo de negócio é baseado em desenvolver projetos com a ferramenta aberta. A gente pode ter um projeto com outra empresa grande, como a Google. Eles utilizavam a DuckDB internamente dentro de um ou outro projeto deles, e precisavam que uma determinada carga de trabalho de junção bem específica fosse implementada para poder acelerar o processo deles. Neste caso, fechamos um contrato com a DuckDB Labs, um dos engenheiros vai e trabalha com eles pelo período que seja necessário para implementar. O business é esse desde o começo. A ferramenta foi toda desenvolvida com recurso público, e a ideia foi dar o retorno aos contribuintes deixando-a aberta, para que todos possam usar. O modelo de negócio envolve em aplicá-la em projetos.
C3SL: Hoje, como é a estrutura dos clientes e seus desafios em nível de complexidade de demandas?
PEDRO: Os projetos são bem diferentes, e a complexidade depende muito da necessidade dos clientes. Desta forma, é muito variada a complexidade. Temos alguns projetos que pedem para fazer melhorias no Iceberg, em outros, há pedidos para aprimoramentos dos da base dos clientes. O DuckDB é uma ferramenta que pode comunicar por diversas linguagens, como C++, Java, Go. Cada um desses é um cliente diferente, e cada um desses é desenvolvido à parte. Por exemplo, o nosso cliente que eu diria que é o mais forte é o Python. Por outro lado, tem uma outra empresa que está mais interessada no cliente Go que a gente tinha desenvolvido há um tempo, mas que só estava com a base. Agora estão pagando pelo desenvolvimento completo. A complexidade de você desenvolver um cliente e de desenvolver uma integração com o Iceberg são diferentes. No fim das contas, o projeto é mais sobre o tempo gasto daquilo, do que realmente complexidade.
C3SL: A DuckDB fez uma implementação de suporte ao Delta Lake. O que motivou essa decisão e o que ela representa para os usuários e para o cenário do código aberto?
PEDRO: Se você é um usuário da Oracle, tem os seus arquivos salvos na Oracle. Caso queira migrar para um outro sistema, é uma grande dificuldade. No fim, você fica preso. Ou você aceita pagar o que eles quiserem te cobrar, ou você vai ter um custo caro para fazer uma migração. Além disso, migrações são complexas, pois há a necessidade de garantir que seus dados estão corretos no processo. A ideia do Delta Lake é que, em vez de ter um armazenamento de um sistema proprietário, você faria tudo com arquivos que são públicos. No caso, você usaria arquivos parquet que qualquer sistema pode ler ou escrever, e você usaria os outros arquivos JSON e AVRO, que também são arquivos formados públicos, que qualquer sistema pode teoricamente implementar um leitor e uma escrita, porque o formato é aberto. Então, a ideia do Data Lake era basicamente isso.
Em vez de um armazenamento privado, usar esses arquivos de armazenamento público para armazenar os dados. Se o fulano que tem os dados dele usou o Oracle para escrever os dados dele usando o Iceberg, que é basicamente uma coleção de parquet, JSON e AVRO, quiser usar um outro sistema para ler, não tem migração nenhuma. Se os dois sistemas sabem ler, o custo de migração é zero, porque os dados estão em um arquivo aberto, de formato aberto. Por qual motivo a gente decidiu criar um sistema? Basicamente você tinha três formatos: o Hoodie, o Iceberg e o Delta Lake que é do Databricks. São muito similares, sendo uma coleção de arquivos parquet, com uma linha de arquivos JSON, com outra linha de arquivos json e com um arquivo AVRO. Em cada alteração ou leitura, você tem que ir por todos esses arquivos, até chegar aonde os seus dados estão armazenados nesse parquet, e após isso trazer os dados de novo para o cliente. Quando você tem a atualização, é preciso criar novos arquivos. Isso vai aumentando essa estrutura, o que faz com que ela se consolide como uma estrutura muito complexa. A grande razão a que foi criada essa estrutura é porque eles não queriam ter um sistema de banco de dados nesse meio, para não depender de um sistema de certo modo, queriam só arquivos. Porém, eventualmente acabaram adicionando um sistema de banco de dados, o Postgres, para conseguir armazenar qualquer arquivo do topo que era a versão correta. Assim, acabaram adicionando um sistema de banco de dados de qualquer jeito. O que a nós da DuckDB fizemos foi revisitar essa solução. Nós já temos um sistema de banco de dados, um sistema aberto, e a dúvida que surgiu foi: “será que conseguimos eliminar todo esse monte de arquivo no meio, manter os parquets para armazenar os dados, usar um sistema de banco de dados que seja gratuito e aberto e que a maioria das pessoas tem? Será que a gente não consegue se limitar só a SQL 92 e garantir que vários sistemas possam ser utilizados, e a pessoa não fica presa ao Postgres? Daí veio a ideia do Delta Lake, que foi meio que o grande lançamento de dois meses atrás.
A abordagem era exatamente poder usar um sistema de banco de dados. Existe toda a especificação das consultas que são utilizadas. A única obrigatoriedade é que o sistema que está sendo usado tem que garantir transação ACID (atomicidade, consistência, isolamento e durabilidade), e garantir que suas transações são seguras. Mas você pode usar qualquer sistema. Como essa do Duck Lake, ela é uma especificação, mas a gente também tem uma implementação para o DuckDB, e na nossa implementação você pode usar como esse catálogo tanto o Postgres, como o MySQL, ou o SQLite, ou ainda o próprio DuckDB. A ideia é mostrar que você não está preso a nada, e que você pode usar qualquer sistema, eliminando essa grande quantidade de arquivos. Com isso você tem um ganho de performance muito alto. O resultado é que chegamos a ver ganho de performance em atualização de duas ordens de magnitude. Ou seja, se um procedimento demorasse um segundo para uma transação, ele passaria demorar 0.01. É uma diferença gritante de performance. Considero que é uma mudança de jogo comparado às outras ferramentas. A maior dificuldade, como qualquer standard que você cria, é a adoção. O Iceberg, por exemplo, já está bem definido, com vários sistemas que usam ele. O Snowflake o usa, o próprio Databricks, o Trino. O desafio é fazer esses usuários mudarem para um formato novo, criar uma cultura. E temos conquistado boa aceitação. Isso também pela vantagem que tem o sistema em reduzir o custo de pessoal para implementar. Um suporte para o Iceberg ou um Oracle, por exemplo, não é fácil de implementar. É preciso ter um time de engenheiros. No Duck Lake, você só precisa falar SQL. Ou seja, a curva de aprendizagem e de aplicação é extremamente mais curta do que qualquer outro.
Para ter uma ideia, estamos implementando a integração com o Iceberg, e temos um time hoje de quatro pessoas que está trabalhando há um ano neste projeto. A nossa implementação do Duck Lake demorou três meses, com uma pessoa. Fica evidente que a dificuldade de implementar um e outro é gritante. Eu diria que a diferença de tempo é de uma ordem de magnitude. Isso torna o Duck Lake muito atraente, ainda mais para sistemas menores, por conta do custo. O sistema já está maduro o suficiente para poder começar a implementação, porém, logo que alcançarmos a versão 1.0, e tivermos um desses grandes sistemas implementando, isso passa a dar uma garantia de que há um padrão que está sendo mais aceito. Temos uma confiança muito alta no nosso sistema, e temos um número de download ou número de estrela no GitHub com um pico gigantesco. O DuckDB hoje tem entre 20 a 30 milhões de downloads por mês. Cada download seria, basicamente, uma utilidade, de pequeno a grande porte. Se você imaginar a Tesla, o Google, o Facebook, eu sei que já usaram o sistema, assim como a Airbnb.
C3SL – Nesta trajetória toda, qual o papel do DINF, do PPGInf e das instituições de ensino públicas brasileiras?
PEDRO: Cada passo e cada etapa da minha formação foi importante e contribuiu para este processo. E certamente o mestrado no PPGInf com o professor Eduardo foi essencial. Ele me ajudou muito. Como orientador, ele me impulsionou bastante. Ele até brinca, ele chama de programar em baixaria, que é fazer programação em linguagem de baixo nível. A minha experiência antes da minha graduação tinha sido mais alto nível, o nível de programação. Então o professor Eduardo me puxou para coisas que eram mais atraentes para sistemas. Ele me puxou mais para fazer implementação que não é dentro do sistema, porque fazer isso no Brasil ainda é muito complexo. E a razão pela qual é complexo é que se você vem para um grupo aqui, se você vem fazer hoje um mestrado ou doutorado na CWI, ao seu redor estão os rapazes que implementam no sistema.
Defesa da tese de Pedro Thiago, na Centrum Wiskunde & Informatica
Por mais que o sistema esteja aberto, a tua barreira de entrada é muito baixa. E no Brasil a gente não tem essa proximidade. Mas o professor Eduardo me puxou para fazer isso, fazer a minha própria aplicação de qualquer. Ele me ajudou muito com a escrita, com a apresentação dos projetos. A pesquisa que a gente fez, que foi basicamente uma atualização de uma estrutura de dados que já existia para um tipo de problema. A gente teve um ganho de performance bom com a ideia. E o importante foi a metodologia aplicada. Seguimos todo o processo de você ter uma hipótese, de implementar, validar, escrever o artigo e gerar as figuras. Também foi muito importante ter conseguido uma publicação internacional com o professor, que foi o que abriu a porta para eu vir para cá, em Amsterdã. Da mesma forma foi importante ter uma publicação da conferência regional a partir da graduação. Cada etapa é o que chamamos de stepping stones. Cada coisa vai te elevando um pouco além, e vai te abrindo novas oportunidades. Sem dúvida alguma, eu não estaria aqui se não fosse pela formação no Brasil, tanto na graduação como no mestrado. Todas as oportunidades são, sem dúvidas, dadas por conta da universidade.
C3SL – Que conselhos você daria hoje para estudantes brasileiros que gostariam de colaborar com o DuckDB ou projetos open source de alta complexidade?
PEDRO: Todo projeto de alta complexidade também tem problemas de baixa complexidade. O DuckDB, se você pegar a parte central dele, a parte realmente do sistema de banco de dados, é muito complexo. Se você for mexer no otimizador, fazer um novo algoritmo de junção, isso não são coisas fáceis. O DuckDB tem vários clientes. Assim, uma sugestão é contribuir para o sistema já atuando junto a um dos clientes. É uma barreira menor para você começar a entrar dentro do sistema. Agora, olhando para o Pedro do passado, se pudesse, o conselho que daria é investir muito no aprendizado do inglês. Afinal de contas, para ser apto a contribuir para esses projetos, a comunicação vai ser toda em inglês. Isso é um fato, isso não vai mudar. É preciso ser capaz de se expressar, de exprimir ideias e debater elas. Ainda mais quando você tem esse tipo de discussão online e assíncrona, como muitas vezes ocorre. Você tem que estar mais apto a conseguir realmente escrever e relatar suas ideias.
O aprendizado disso começa a ser evidente na graduação e pós, quando é necessário usar esta capacidade comunicativa nos papers. Um segundo conselho é que encontre projeto que você gosta, que te interessa, que seja gratuito, que seja open source e contribua para ele. Porque, em geral, vários projetos têm até uma própria tag de Good First Issue. Além de investir no aprendizado, há também, neste caso, uma demonstração de interesse nos projetos que pode ajudar lá na frente. Só para se ter uma ideia, nesse exato momento, estou fazendo seleção para os estagiários desse ano. Se tem alguém que já contribuiu para o DuckDB, com o que quer que seja, mesmo uma coisa pequena, já está a um passo além de quem não contribuiu. Isso pelo fato de que esta pessoa já demonstrou previamente que consegue atuar, que tem algum certo tipo de entrega de sistema, que consegue compilar, consegue executar, consegue rodar teste e modificar o código. Isso modifica muito as possibilidades. No caso do DuckDB, quem quiser contribuir, pode também aproveitar as extensões que o ele permite usar. Você consegue criar algoritmos novos, operadores novos. Acho que quase tudo hoje no sistema é extensível, fazendo uma coisa completamente externa ao DuckDB. Então, a minha dica paraquem está fazendo pesquisa em sistemas de banco de dados, especificamente, é se você estiver fazendo mestrado, na graduação também, ou doutorado, é tentar implementar uma extensão do DuckDB para aquilo que você está pesquisando.
Diretores e dirigentes de cooperativas de agropecuária e de crédito podem se inscrever, gratuitamente, até 17 de outubro, para o lançamento oficial do Food Valley Paraná. O evento será realizado no dia 24, em Palotina, quando a Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentará seu mais novo projeto, voltado à expansão da agrotecnologia, levando especialistas na área para resolverem problemas reais de automação logística, gestão computadorizada e robótica até as cooperativas.
As cooperativas que confirmarem presença no lançamento do Food Valley terão prioridade de atendimento e poderão, no dia, realizar as primeiras reuniões com a equipe técnica do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), da UFPR, que coordena o projeto. As inscrições devem ser feitas pelo Sympla ou pelo e-mail contato@c3sl.ufpr.br.
O Food Valley Paraná é uma iniciativa da UFPR e conta com o apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), do Sistema Ocepar, da Sicredi e da C-Vale, consolidando o Paraná como referência nacional em inovação agroindustrial.
O evento de lançamento reunirá lideranças cooperativistas, gestores públicos e pesquisadores para apresentar o ecossistema de inovação e definir oportunidades de cooperação entre universidades e o setor produtivo.
Sobre o C3SL O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) reconhecido nacional e internacionalmente pela produção de tecnologias públicas e soluções em larga escala para o Estado brasileiro. Desde 2002, o C3SL atua no desenvolvimento de sistemas de informação voltados à inclusão digital, com ênfase em software livre, dados abertos e infraestrutura pública de tecnologia. Seus projetos atendem milhões de usuários e fizeram do C3SL uma das referências em ciência de dados aplicada a políticas públicas no país.
Evento: 1º Encontro de Lideranças e Gestores do Agro – FOOD VALLEY Paraná Data: 24 de outubro de 2025
Local: Sicredi Palotina (Av. Presidente Kennedy, 2384 – Jardim Itália, Palotina – PR) Realização: UFPR, C3SL, OCEPAR Apoio: Sicredi, IDR-Paraná, Governo do Estado do Paraná, Sistema Ocepar Promoção: RPC – De Olho no Mercado
Estudo aprimora Plataforma de Dados Educacionais, solução do C3SL e MEC com ferramentas open source para análise interativa e acesso a indicadores da educação
Os pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), laboratório de inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), participam nesta semana 40º Simpósio Brasileiro de Banco de Dados (SBBD), em Fortaleza (CE) apresentando dados da pesquisa sobre o projeto de Plataforma de Dados Educacionais para Políticas Públicas (DEPP), desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação (MEC). Intitulado “Utilização do Apache Superset para visualização escalável de dados educacionais públicos: um estudo de caso com o Censo Escolar”, o trabalho debate o uso da ferramenta de código aberto para superação de desafios técnicos na plataforma, facilitando a geração de indicadores educacionais úteis para gestores, pesquisadores e a sociedade civil.
O paper aprovado em um dos principais eventos da área na América Latina é assinado pelos pesquisadores de graduação do C3SL, João Pedro Ramalho, João Silveira, Thales Gabriel e Mateus Herbele, pelo pesquisador do doutorando, Josiney de Souza, e pelos professores e pesquisadores sênior do C3SL, Guilherme Derenievicz, Letícia Peres e Simone Dominico.
Para o pesquisador do C3SL, Mateus Herbele, a participação no evento completa o processo da pesquisa. “Poder apresentar nossa solução para a comunidade científica da área de banco de dados foi uma etapa importante para concluir todo o nosso processo de pesquisa e aprimoramento dentro dos nossos objetivos com a plataforma de dados educacionais. Com as novas visões que obtivemos no evento sobre o nosso próprio trabalho junto do conhecimento de outras pesquisas, temos agora novas bases para planejarmos nossos próximos passos no projeto e contornamos desafios existentes”, destaca.
A Plataforma de Dados Educacionais (DEPP), objeto do projeto apresentado, é uma solução inovadora baseada em software livre que reúne diferentes bases de dados educacionais em um ambiente analítico moderno. O objetivo da plataforma é permitir o cruzamento e análise de padrões temporais, demográficos e geográficos dos dados educacionais, permitindo diferentes níveis de desagregação e a construção de indicadores acessíveis para gestores públicos, pesquisadores e a sociedade civil.
Apesar de o Censo Escolar, disponibilizado pelo INEP, conter informações essenciais para o planejamento educacional, sua análise enfrenta obstáculos devido à alta dimensionalidade dos dados, heterogeneidade entre as edições anuais e ausência de ferramentas adequadas para exploração. Os arquivos CSV apresentam inconsistências, como mudanças na nomenclatura e estrutura de dados ao longo dos anos, demandando reparos manuais e scripts que tornam o processo trabalhoso e sujeito a erros. Além disso, soluções proprietárias para visualização costumam ser caras e inacessíveis a órgãos públicos, o que reforça a necessidade de alternativas escaláveis e abertas.
Para superar esses desafios, o estudo em desenvolvimento pela equipe de base de dados do C3SL propõe um fluxo integrado baseado em ferramentas abertas. O Apache NiFi automatiza a ingestão e padronização dos arquivos CSV, corrigindo inconsistências e consolidando os dados em um modelo relacional gerenciado pelo ClickHouse. O Apache Superset, conectado a esse banco, viabiliza a criação de dashboards interativos que permitem a exploração de padrões temporais, espaciais e demográficos por meio de filtros globais e visualizações interligadas. Exemplos incluem dashboards de matrículas por cor/raça, gênero, faixa etária e educação especial, além de dados docentes organizados por escola, usando gráficos de linha, mapas interativos e tabelas para maior clareza.
O uso do Superset mostrou alta eficiência. Além disso, a solução diminui a complexidade do trabalho manual, simplifica atualizações e adapta-se às mudanças futuras do Censo Escolar. O ambiente relacional possibilita consultas avançadas por SQL e visualizações dinâmicas, promovendo transparência e suporte à tomada de decisão.
Estudo aponta que o aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies no Paraná, com o supercomputador do C3SL acelerando os cálculos da pesquisa
A pesquisa do NAPI Biodiversidade – Serviços Ecossistêmicos, desenvolvida em parceria com o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR, tem ganhado ampla repercussão na imprensa. O estudo aponta que o aquecimento global pode reduzir em até 54% a diversidade de espécies nativas no Paraná até 2100, incluindo árvores simbólicas como a araucária e plantas essenciais como a erva-mate. Esses impactos ameaçam a cultura, o ecossistema e a economia local. A pesquisa modelou a distribuição de cerca de 10 mil espécies e destacou regiões mais vulneráveis, como os Campos Gerais e a floresta estacional, sujeitas a elevações de temperatura de até 5,3°C.
O supercomputador do C3SL foi peça-chave, processando mais de 60 milhões de registros com tecnologia de Big Data e aprendizado de máquina, permitindo projeções robustas e detalhadas. As matérias divulgadas na imprensa ressaltam a importância do poder computacional do C3SL para acelerar análises complexas e apontar prioridades para a conservação. Pesquisadores destacam a necessidade urgente de restauração ambiental, fortalecimento das Unidades de Conservação e criação de corredores ecológicos, para amenizar os efeitos das mudanças climáticas e preservar a biodiversidade paranaense.