Computação na Educação Básica: caminhos, desafios e possibilidades no letramento digital de crianças

Marcos Castilho
Fundador e professor pesquisador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

2024 será o primeiro ano em que as escolas terão que obrigatoriamente colocar em prática atividades que incluam a computação em toda a Educação Básica. Uma resolução publicada pela Câmara de Educação Básica, do Conselho Nacional de Educação, em 2022, em complemento à BNCC – Base Nacional Comum Curricular – fez do Brasil um dos países em que a computação se torna obrigatória em todo o ciclo de formação do aluno. A resolução ficou conhecida como BNCC – Computação e propõe ações pedagógicas voltadas para o letramento da cultura digital em todas as fases da educação formal.

A norma foi construída com base em três eixos: cultura digital, mundo digital e pensamento computacional. As três essenciais para que o indivíduo que se forma tenha acesso não só a como utilizar, mas sobretudo, usos digitais, funcionamento da tecnologia, lógica computacional e diversos outros pontos estratégicos para que as crianças e adolescentes desenvolvam autonomia e responsabilidade no uso da cultura digital.

Ora, falar sobre computação é falar de dia a dia. A rotina da criança atualmente é guiada pela tecnologia. As telas preenchem a rotina das famílias, e a escola, e principalmente as políticas públicas, têm a obrigação de orientar as crianças num processo crítico, responsável e seguro. O uso de computadores, celulares, apps, softwares, não pode ser feita de forma aleatória, mas sim, reflexiva, levando as próprias crianças a entenderem essa dinâmica, enxergar soluções para os desafios e lidar de maneira simplificada com inteligência lógica. Podemos dizer que atualmente, o pensamento computacional é uma habilidade tão importante quanto ler e escrever sim, quer a gente queira ou não. E a prática desse pensamento é trabalhar com características que são próprias de computadores, baseado nas quatro definições básicas da computação, que são: abstração, reconhecimento de padrões, decomposição e algoritmos.

Dois pontos são fundamentais nessa discussão. O primeiro diz respeito às formas que conduzem essas três esferas a que se propõe a BNCC- Computação. Por isso, falar em letramento digital é falar sobre transversalidade. É incluir, de maneira desplugada inclusive, atividades que suscitem, por exemplo, maneiras que a ciência computacional propõe para resolver problemas e desafios. Hoje, muitas pesquisas na área da informática são desenvolvidas com o objetivo de pensar nas formas como crianças de 7 a 11 anos podem pensar sim com o computador e celular em mãos, mas sobretudo sem esses dispositivos. São atividades que envolvem movimentos, recortes, auxiliando até mesmo o desenvolvimento motor das crianças. São atividades direcionadas a desenvolver habilidades como decompor problemas em partes menores, reconhecer padrões, focar nas partes mais importantes de um problema, entre outras. Isso é pensamento computacional.

Outro ponto fundamental ao se falar em pensamento computacional para crianças e adolescentes é pensar na questão do software livre. Estamos falando de política pública. Estamos falando de recursos públicos. São milhares de crianças que ainda não têm acesso a computadores ou celulares. São muitas escolas que possuem um computador para quatro, cinco crianças. Adaptar o pensamento computacional para esta realidade é propor soluções que tornem a educação cada vez menos refém das bigtechs e da política de dados a que a sociedade está sujeita. O código aberto possibilita que os impostos sejam investidos em uma computação mais democrática, e que ainda tem o poder de proporcionar ao país a tão sonhada soberania digital.

Para isso, é preciso investir em educação, ciência e tecnologia e em programas que formem professores capazes de reproduzir essas técnicas. As universidades públicas são grandes sujeitos dessa dinâmica. É preciso incentivar pesquisas na área da informática que saiam do óbvio, que debatam políticas públicas e soberania. Que tragam para o governo novos horizontes e possibilidades de investimento e de retorno para a sociedade. Nossas crianças agradecem.

C3SL na SBPC

O professor e pesquisador do C3SL Luis Bona foi moderador da mesa “Infraestrutura para Cidades Sustentáveis” durante a programação da 75ª reunião anual da SBPC, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O evento é um dos maiores de ciência e neste ano acontece em Curitiba, na Universidade Federal do Paraná, UFPR.

A mesa contou com a participação de Gustavo Possetti, da Sanepar, Ana Jayme, do IPPUC, Isac Roizenblatt, da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação, a ABILUX, e Manuel Steidle, da Fundação CERTI. O encontro ouviu especialistas comprometidos com políticas públicas e debateu sobre desafios e dificuldades da transformação digital no âmbito da cidade.

A SBPC vai até dia 29 de julho, com diversas atividades em todos os campi da Universidade. Acompanhe a programação no site https://ra.sbpcnet.org.br/75RA/.

Pesquisa de doutorando do DInf fica entre as 3 melhores em Congresso Internacional

O doutorando do Departamento de Informática e orientando do professor do C3SL, Eduardo Almeida, Sérgio Luiz Marques Filho, teve seu trabalho reconhecido como uma das 3 melhores pesquisas durante a edição de 2023 do Congresso ACM SIGMOD/PODS, realizado em Seattle, nos EUA. A apresentação do pesquisador foi custeada pelo C3SL.

O Congresso aconteceu dos dias 18 a 23 de junho e é um dos mais importantes fóruns internacional para pesquisadores, profissionais, desenvolvedores e usuários de bancos de dados para explorar ideias e resultados de ponta, além de uma grande oportunidade de  troca de técnicas, ferramentas e experiências.

A pesquisa do Sérgio, intitulada “Discovering Denial Constraints Using Boolean Patterns”, trata da descoberta de Restrições de Negação (RN) utilizando um novo método denominado Boolean Patterns, que reduz drasticamente as estruturas intermediárias necessárias para a descoberta de RN e que pode ser implementado em software e em hardware utilizando FPGA para acelerar a descoberta de RN.

“Depois de apresentarmos o poster, fomos convidados a apresentar o trabalho junto com os demais, isso foi muito positivo. Somos os primeiros brasileiros a chegar tão longe nessa competição”, disse Sérgio. O trabalho faz parte da sua pesquisa de doutorado, e a partir de agora terá continuidade.

Pesquisadores do C3SL têm artigo aceito em maior Congresso de Computação no Brasil

Pesquisadores do C3SL e professores do Departamento de Informática tiveram um artigo aceito – com excelentes comentários nas revisões – no maior e mais importante Congresso de computação no Brasil, o Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC), que será realizado em João Pessoa, capital do estado da Paraíba, de 6 a 11 de agosto.

O trabalho “Do Social ao Técnico: Uma Análise Sociotécnica para a Otimização da Logística do Programa Nacional do Livro e do Material Didático” faz parte de um grupo de trabalho do qual participam os pesquisadores Roberto, Pereira, Leticia Peres, Guilherme Derenievicz e Marcos Castilho, que é o coordenador do projeto. O artigo conta ainda com a participação de duas alunas: Patricia Castellano e Krissia Menezes, e com dois parceiros do FNDE: Nadjia Rodrigues e Silvério da Cruz.

O estudo faz parte de uma parceria com os Correios que busca realizar um diagnóstico do processo logístico do PNLD, o maior Programa Nacional de Livro Didático.

Para mais informações sobre o Congresso: https://csbc.sbc.org.br/2023/wcge/

UFPR lança plataforma que mapeia formação docente dos mais de 2 milhões de professores no Brasil 

Entre os dados do Mapfor estão os de que 43% dos docentes do Brasil possuem pós-graduação, 5% não possuem uma formação mínima e 38% das docências não estão com formação adequada.

Qual é a formação dos professores brasileiros? Essa é a reposta que o projeto Mapfor, lançado nesta semana procura responder. A plataforma foi desenvolvida por meio de uma parceria entre o Grupo de pesquisa interinstitucional Laboratório de Dados Educacionais (LDE), que reúne a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR. O projeto mapeia a formação dos docentes atuantes em escolas públicas e privadas seja no contexto brasileiro, de um estado, município ou mesmo de cada escola por meio de dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Também apresenta dados das matrículas e cursos de licenciatura no Brasil, estados, municípios, instituições ou ainda em cada local de oferta com base nos dados do Censo da Educação Superior (Inep).

A plataforma foi pensada para ser um instrumento de planejamento e acompanhamento das políticas de formação de professores, tanto em instituições formadoras (universidades e demais instituições de ensino superior), quanto nas unidades governamentais responsáveis pela gestão da educação básica (secretarias de educação, conselhos de educação, comissões parlamentares etc.). Também busca apresentar um diagnóstico da realidade da formação dos mais de 2 milhões de docentes brasileiros, bem como das mais de 1.500 mil matrículas em cursos de licenciatura.

“O lançamento da Plataforma foi uma atividade vinculada aos 50 anos do Setor de Educação da UFPR, setor a qual se vincula o grupo do LDE. A plataforma foi desenvolvida com recursos de Emenda Parlamentar da Senadora Gleisi Hoffmann. O Mapfor tem sua origem ainda em 2018 quando foi desenvolvida a Plataforma Mapfor Paraná, financiada pela Prograd da UFPR.  O projeto foi ampliado pelo entendimento que fazer um diagnóstico da realidade com base em dados e indicadores como os apresentados pela plataforma é apenas uma das maneiras que a universidade tem de contribuir na promoção de políticas públicas para o país”, disse Gabriela Schneider, coordenadora do LDE.

Entre os dados coletados, tratados e disponibilizados no formato aberto, de software livre, é possível observar especificações sobre a formação docente, a oferta e a demanda dessa formação. “A gente viveu nos últimos anos o que chamamos de apagão de dados de várias áreas, e a educação foi uma delas. Então, hoje, termos um projeto como Mapfor, que traz transparência em formato de código aberto é uma grande vitória para a Educação e para o desenvolvimento da pesquisa e da ciência. A questão da Lei de Proteção de Dados vem sendo usada como ferramenta para chancelar a falta de transparência dos dados públicos, e projetos como este devem ser cada vez mais produzidos e divulgados”, explica Eduardo Almeida, professor do Departamento de Informática da UFPR e pesquisador do C3SL.

Dados e políticas públicas

O raio-x da formação docente revelou, entre muitos resultados, que a Região Sul é quem mais possui professores com pós-graduação (62,4%), seguido pela Região Centro-Oeste (49,8%), Nordeste (39,7%), Sudeste (38,8%) e Norte (33%). É possível ainda filtrar por estado, município e até mesmo por escola. Além disso, é possível acompanhar de 2012 a 2019, a quantidade de cursos de licenciatura ofertado, assim como o número de matrículas realizadas em cursos de licenciaturas, que vem aumentando: em 2012 foram pouco mais de 1.300.000 e em 2019 esse dado cresceu para 1.687.000.

“Esse é um levantamento muito importante para a Educação, que somente a universidade consegue realizar. Claro que grandes empresas de informática têm essa capacidade, mas não têm interesse, assim como o governo por si próprio não tem ferramenta, nem mão-de-obra para tal. É aí que entra a universidade pública como braço para que, a partir desses dados, possam existir políticas de formação dos professores”, disse Luiz Bona, chefe do departamento de Informática e pesquisador do C3SL.

Para a execução do projeto, levantamento, tratamento, criação da plataforma, foram envolvidos mais de 15 estudantes bolsistas da Universidade, que trabalharam durante mais de um ano e maio para colocar a plataforma no ar. “É muito muito interessante participar deste espaço que a universidade proporciona, onde projetos e pesquisas interdisciplinares podem acontecer com facilidade. Além, é claro da importância pra gente como estudante de participar de um projeto tão grande e que pode contribuir muito com a educação. Saber que a universidade pode ser um espaço não só de aprendizado, mas também de execução de projetos aplicáveis à realidade do país, é um grande passo na carreira”, finalizou Fernando Gbur, um dos bolsistas do Mapfor.

Sobre o C3SL

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR que realiza pesquisas em diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas  por meio da Lei de Informática e Lei do Bem, quanto para instituições e órgãos públicos. São seis linhas de pesquisa ativas no grupo: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação. Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.

www.c3sl.ufpr.br

C3SL recebe palestra de egresso e ex-bolsista que atua em um dos maiores streamings da África

Os bolsistas do C3SL tiveram a oportunidade de conferir uma palestra com o egresso do Departamento de Informática e ex-bolsista do C3SL, Diego Pasqualin. Diego, que é Engenheiro de Mídia há aproximadamente 3 anos na Showmax, um dos maiores streamings do continente africano e presente em mais de 80 países da África Subsaariana, recentemente se mudou para o Brasil, mas até pouco tempo morava na República Tcheca. O profissional trabalha no time responsável por melhorar o sistema de compressão de vídeo e áudio, procurando sempre maximizar a qualidade visual e auditiva ao mesmo tempo em que se reduz o tamanho dos arquivos transferidos. Durante a passagem por Curitiba, Diego fez questão de passar no C3SL.

“Participei do C3SL durante praticamente toda minha carreira acadêmica e falo com segurança e orgulho que o grupo ensina e oferece excelência em desenvolvimento de software, com o benefício extra de um grande e positivo impacto social. Posso citar como exemplo o Linux Educacional, utilizado por milhões de alunos, professores e técnicos nas escolas públicas brasileiras e do qual tive o prazer de participar. Quando estava buscando oportunidades na Nova Zelândia me diverti comentando que a base de usuários do Linux Educacional correspondia, na época, ao dobro da população do país, e a partir do C3SL prestávamos suporte e atualização automática aos centenas de milhares de computadores integrantes do projeto, escala essa que impressiona qualquer entrevistador”, disse Diego.

Na conversa com os alunos, o ex-bolsista contou como funciona toda a engenharia de dados da plataforma e deu mais detalhes sobre a indústria de streamings, além de curiosidades. Entre elas o fato de que todos os engenheiros da ShowMax moram em Praga, e todas as versões dos arquivos trabalhados ficam numa “nuvem” que tem sede na Alemanha. Ainda, relatou curiosidades sobre a cultura local em que o streaming é líder de mercado, que impacta na rotina de trabalho, como por exemplo o fato de que todos os dias na África do Sul as cidades ficam sem luz uma hora por dia e que todos os moradores possuem um gerador próprio, e que é preciso pensar nisso na hora de criar processos e fluxos. “A Showmax foi a primeira plataforma de streaming a disponibilizar download para assistir offline pensando nisso”, conta ele.

Diego ainda falou sobre o uso de software livre em várias etapas do processo, e a importância dele. “O FFMPEG, por exemplo, é um projeto de software livre e que é usado pela maioria dos streamings para comprimir vídeos de altas resoluções. São 10 voluntários no mundo mantendo um programa essencial para esse mercado”, finaliza ele.

Programação gratuita do Departamento de Informática da UFPR contará com palestrantes da Universidade de Luxemburgo

Serão 4 dias de palestras remotas com temas que abordam algoritmo BERT, Cibersegurança, Blockchain, entre outros

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) promoverá, nos dias 17 a 20 de abril, o evento Escola Brasil Luxemburgo de Computação, com a presença de vários nomes da computação da Europa e do Brasil. As palestras acontecerão de maneira remota, e está aberta a todos os interessados. A ideia é trocar informações e proporcionar um intercâmbio entre os pesquisados, falando de temas como algoritmo BERT, blockchains, cibersegurança, veículos autônomos e ainda sobre mercado de trabalho, indústria e um panorama da pesquisa  e das oportunidades para estudantes de informática ao redor do mundo.

O evento, que será totalmente gratuito, será transmitido pelo Youtube no canal do Fórum da Pós-Graduação em Computação do Paraná: https://youtube.com/@forppgcpr. As palestras acontecerão em português, inglês e espanhol. Entre os palestrantes está o pesquisador brasileiro Dr. Jorge Augusto Meira, que possui formação na UFPR e atualmente é pesquisador cientista do centro de pesquisa SnT – Universidade de Luxemburgo.

“Centros de pesquisa e desenvolvimento como o C3SL têm uma importância fundamental tanto na formação de novos talentos como na disseminação de todo conhecimento que é produzido na universidade. De fato, a aplicabilidade e transferência do conhecimento científico para a sociedade depende de centros como o C3. Eu tive o privilégio de ser um dos primeiros estagiários do C3 em 2004 e posso dizer, sem dúvida, que isso teve papel fundamental na decisão de seguir pela carreia acadêmica, e mais que isso, me deu as ferramentas necessárias para tanto. Acredito que eventos como este que estamos organizando em parceria tem um papel importantíssimo para aproximar tanto os pesquisadores dos dois países quanto para engajar e aproximar os jovens estudantes da pesquisa que está sendo realizada mundialmente”, reforçou Augusto.

Confira a programação completa e informações sobre os palestrantes:

17/04

10h – “Business-BERT Tokenizer”, Dr. Patricia Becerra , Mediador Fabiano Silva

En los últimos años, el algoritmo BERT ha incrementado su popularidad en el área de procesamiento natural del lenguaje (NLP- Natural Language Processing) permitiendo mejorar las técnicas en el modelado de los datos y trabajar en problemas de dominios específicos, como es el área financiera. Aunque estos modelos han mejorado con el paso de los años, siguen teniendo problemas para mantener el contexto en textos específicos, debido a que el algoritmo de BERT está limitado a 512 tokens de entrada. Esto genera una gran desventaja al momento de procesar largos textos. En nuestra investigación, nosotros proponemos la creación y extención de un nuevo diccionario tokenizador de BERT para términos financieros, el cual es utilizado para entrenar los embeddings del algoritmo y mantener el contexto del texto. Esta propuesta, permite mejorar la efectividad del tokenizador de BERT, reduciendo la cantidad de tokens generados por palabra, eliminando la ambigüedad y procesar textos largos.
Sobre o palestrante:

Patricia Becerra received her Ph.D. degree from the Polytechnic University of Catalonia, Barcelona (Spain), in 2021. Her research interests are in data science, machine learning, prediction models, pattern recognition and statistical analysis. Patricia is currently a research associate at the Service and Data Management research group (SEDAN) SnT, University of Luxembourg.

18/04
10h –
“Building Bridges between Academia and Industry: Exploring the Vital Role of Technology Transfer”, M.Sc. José Soares , Mediador Luis Bona
This presentation will explore the technology transfer process at the University of Luxembourg – the presentation talks about the importance of building effective partnerships between academia and industry, and will discuss the various challenges and opportunities involved in technology transfer and its key topics such as intellectual property rights, licensing agreements, funding mechanisms, and best practices for successful technology transfer.
Sobre o palestrante
José Soares holds a Master degree in Electrical and Computer Engineering from the University of Porto. He is an International Business and Technology Entrepreneur with more than 20 years of working experience in a variety of industries, including Telecommunications, IT and Financial services. Throughout his professional career, Jose has built a reputation for developing strategic partnerships, evangelizing new technologies, and building successful businesses from the ground up. José is currently the Business Development Officer at SnT, where his work focuses on developing and maintaining trusted relationships between SnT research groups and industry partners.


19/04
10h
– “Cybersecurity and Blockchains”,Dr.Antonio Ken IANNILLO , Mediador Andre Gregio
The presentation will cover the security benefits and challenges of blockchain technology and how it can be used to protect against cyber threats.The presenter will also discuss some real-world hacks with a focus on Ethereum blockchain and how research can improve the overall reliability of these technologies.
Sobre o palestrante:
Antonio Ken IANNILLO received his PhD degree from the University of Naples Federico II (Italy), in 2018. His research interests are in software engineering, software reliability, and software security. He’s currently a research scientist at SnT (University of Luxembourg) and co-founder of WAVY MEET (secure remote cardiac rehabilitation platform).

13h30 – “Introdução a Blockchain e Mecanismos de Consenso: O Caso do XRP Ledger”, Flaviene Scheidt de Cristo , Mediador Marcos Castilho
Este curso introdutório aborda os conceitos básicos de blockchain e fornece uma visão geral dos conceitos basicos e dos diferentes tipos de consenso utilizados em blockchains. Em particular, o curso se aprofunda ligeiramente no mecanismo de consenso do XRP Ledger, explicando seu funcionamento e destacando suas características únicas. Os alunos aprenderão sobre as vantagens e desvantagens do XRP Ledger em relação a outros mecanismos de consenso, bem como as implicações mais amplas de sua arquitetura.
Sobre a palestrante:
Flaviene Scheidt de Cristo é uma pesquisadora brasileira com Bacharelado e Mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente está concluindo seu doutorado na Universidade de Luxemburgo, onde se concentra suas pesquisas em escalabilidade em blockchains em parceria com a Ripple, uma das principais empresas de tecnologia blockchain do mundo, com o objectivo de melhorar a eficiência do XRP Ledger.


20/04
10h – “Autonomous Vehicles: A brief State of Research”, Prof. Dr. Raphaël Frank , Mediador Eduardo Todt
This seminar provides an overview of the state of the art of connected and autonomous vehicles, including recent advancements, challenges, and future directions. We will discuss the various levels of autonomy and explore the different technologies involved in autonomous driving. We will provide example of local research projects and experiments. Overall, this seminar aims to provide a comprehensive understanding of the current state of autonomous vehicle technology and its potential impact on the transportation industry and society as a whole.
Sobre o palestrante:
Bio:aphaël Frank is a Professor/Senior Research Scientist at the Interdisciplinary Centre for Security, Reliability and Trust (SnT) of the University of Luxembourg. He is the head of the UBIX Research Group <https://wwwfr.uni.lu/snt/research/ubix> at SnT, focusing on ubiquitous and intelligent systems. His research expertise covers topics in the area of distributed and communicative systems, machine learning and IoT. He is also the co-founder and former Operations Director of Motion-S telematics <http://www.motion-s.com/>, the first tech Spin-Off company of the University of Luxembourg founded in 2014. He received his Ph.D. in Computer Science from the University of Luxembourg in 2010.

13h30 – “Quer ser doutorando/posdoc/pesquisador na Universidade de Luxemburgo?”,Dr.Jorge Augusto Meira , Mediador Marcos Sunye
O objetivo desta apresentação é mostrar aos alunos de mestrado, doutorado e pesquisadores da UFPR as possibilidades de doutorado, pós docs e parcerias de pesquisa com a Universidade de Luxemburgo, especificamente o centro de pesquisa SnT. Existe uma demanda muito grande por jovens talentos para trabalhar não somente em projetos de pesquisa aplicada com parceiros da industria, mas também pesquisa de base em diferentes áreas da computação e engenharias.
Sobre o palestrante:
Jorge Augusto Meira é um pesquisador cientista do centro de pesquisa SnT – Universidade de Luxemburgo. Ele foi aluno da UFPR durante sua graduação (2003-2007) e mestrado (2010), e parcialmente no Doutorado co-tutela entre a UFPR e a Universidade de Luxemburgo (2012-2014). Atualmente seu trabalho de pesquisa foca especialmente em projetos de P & D em parceria com múltiplas companhias nacionais e internacionais localizadas em Luxemburgo e tem como foco aprendizado de máquina aplicado.

Livro didático e tecnologia: como a inovação pode ajudar o PNLD, um dos maiores programas de distribuição de livros didáticos gratuitos do mundo

Grupo de pesquisa da UFPR da área de informática busca otimização no processo de logística do programa e está desenvolvendo painel de indicadores

85 anos. Esta é a idade do Programa Nacional do Livro Didático, o PNLD, programa desenvolvido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no Ministério da Educação. Para se ter uma ideia, atualmente, são mais de 172 milhões de livros distribuídos nos mais de 5 mil municípios brasileiros. Entre os outros números que impressionam estão também as mais de 150 mil escolas e os 32 milhões de alunos atendidos. Todos esses dados mostram a complexidade de um dos maiores sistemas de produção e entrega de material didático do mundo e alertam para a necessidade de reformulações constantes no programa, que movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano. E para que isso aconteça é preciso começar a falar de inovação.

“O sistema de logística do Programa é complexo mas funciona muito bem há décadas. Temos os Correios como um grande parceiro e reconhecemos a magnitude desse processo de entrega dos livros para cada aluno da rede pública. Mas nós não temos um plano B, por exemplo. Assim como nunca foi realizado um diagnóstico nesse modelo de distribuição, e tenho certeza que, ao realizarmos essa avaliação, conseguiremos identificar possíveis problemas e tornar o programa ainda mais eficaz”, conta Nadja Cézar, coordenadora geral do livro no FNDE.

E foi pensando em tudo isso que o Centro de Computação Científica e Software Livre, C3SL, da Universidade Federal do Paraná, vem realizando dois projetos que buscam a melhoria do PNLD. Uma delas é a “Pesquisa sobre otimização do modelo da logística de distribuição dos livros e materiais do PNLD, com suporte técnico para processos de contratação de serviços”. Apesar do nome comprido, o que o C3SL pretende é sistematizar e organizar toda a cadeia de produção e por meio disso, propor melhorias. “Ao longo de seus mais de 80 anos de existência, o FNDE aperfeiçoou o PNLD de modo a garantir que ele alcance o seu objetivo de entregar os livros às crianças em todas as regiões do país. Como a sociedade muda constantemente, a logística também precisa acompanhar essas mudanças. O desafio, em um cenário tão complexo, é obter um entendimento sistematizado, organizado, que apoie a análise do processo e a proposição de melhorias que otimizem o trabalho executado. É aí que o C3SL entra”, explica o professor Marcos Castilho, coordenador do projeto dentro do grupo de pesquisa.

Atualmente, o FNDE executa toda a logística de distribuição dos livros didáticos junto aos Correios e às editoras cadastradas. Um diagnóstico já produzido pelo projeto da UFPR mostra que há dezenas de partes interessadas envolvidas, atuando em um processo complexo. São centenas de conceitos, regras e especificações que detalham todo o processo. O trabalho é tão intenso que, da realização dos pedidos pelas escolas à entrega dos livros a cada uma delas, o FNDE orquestra e monitora toda a cadeia de produção: da especificação da qualidade exigida para os livros, seus tamanhos e pesos, até os procedimentos de entrega e conferência das encomendas.

Painel de indicadores

Além da pesquisa com logística, o C3SL desenvolve também o projeto Painel PNLD em que professores e bolsistas do grupo estão reunindo e tratando todos os dados constantes nas bases do FNDE e do MEC para criar um banco de inúmeras possibilidades de dados e de cruzamento deles. “Com esse painel, a gente consegue extrair e visualizar de forma integrada dados como ano, programa, escola, editora, títulos, valores e muitos outros que poderão ser usados de forma gerencial por todas as unidades, além de servir de consulta para a sociedade”, conta o professor coordenador do projeto, Eduardo Todt.

Essa disponibilização de uma plataforma unificada permitirá que o próprio FNDE extraia dados e os utilize para o gerenciamento, controle e também criação de novas políticas dentro do próprio órgão. “Esse painel vai ajudar o FNDE a propagar a informação e auxiliar, por exemplo, órgãos de controle da União, assim como para as redes de ensino, que poderão ter essa informação em um clique”, celebra Nadja.

E para que esses dados se tornem públicos e livres, o C3SL disponibilizará toda informação necessária para que o FNDE possa criar novos painéis de indicadores de forma livre. “A visão unificada de indicadores permite em um olhar para as informações consolidadas de diversos processos e contratos. Excelente para combater falhas, fraudes e dar transparência. E para isso, o software livre é fundamental, ofertando não só o conhecimento, mas também a possibilidade de reprodução do conhecimento de maneira facilitada, sem amarras”, explica Todt.

“O que a gente busca é a máxima transparência do processo, que todos os anos movimenta muito dinheiro público. É o nosso dever, e as parcerias que desenvolvemos com as universidades públicas é uma forma de trazer para a sociedade um retorno por meio de pesquisas, dados, análises técnicas que proponham e implementem melhorias por meio do incentivo à pesquisa e à Ciência”, finaliza a coordenadora do programa.

Sobre o C3SL

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR que realiza pesquisas em diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas  por meio da Lei de Informática e Lei do Bem, quanto para instituições e órgãos públicos. São seis linhas de pesquisa ativas no grupo: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação. Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.

www.c3sl.ufpr.br

Agenda: C3SL realiza reunião com Departamento de Inovação dos Correios

Os professores do C3SL estiveram reunidos nesta semana com o pessoal do DeLab, o Departamento Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Operacional dos @correiosoficial para discutir possibilidades de parceria.

Como grupo de pesquisa, o C3SL é comprometido com o desenvolvimento do país! Estamos aqui para desenvolver pesquisas que retornem para a sociedade. ??

Na foto, da esquerda para a direita:
Marcos Paulo Paim, Superintendente Estadual dos Correios no PR; os professores do C3 Marcos Castilho, Marcos Sunyê, Edemir Maciel e Luis Bona, Eros Asturiano, Coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento Operacional, Everton Ferreira, assessor técnico regional, e os professores André Grégio e Roberto Pereira.

C3SL promove debate sobre o papel das universidades e do conhecimento na construção de um Brasil mais fortalecido

Ângelo Vanhoni e Lygia Lumina Pupatto conversaram com alunos, professores e convidados

O C3SL foi palco de uma discussão enriquecedora sobre o papel da universidade público e do conhecimento na construção de políticas públicas. O encontro, que aconteceu no auditório do Departamento de Informática, reuniu cerca de 50 alunos, professores e convidados para debater os próximos quatro anos da Educação e as perspectivas do novo governo. O evento contou com a participação do ex-deputado federal e que também já foi relator do Plano Nacional de Educação, Ângelo Vanhoni, e da ex-Reitora da UEL e ex-Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado, Lygia Lumina Pupatto.

“Nós vivemos um momento sem precedentes, em que a tecnologia está presente em todos os principais aparatos. Precisamos inclur um fazer tecnológico na elaboração de políticas públicas para o povo. O acesso ao conhecimento e à universidade pertencem à lógica da afirmação da democracia, e por isso devem estar presentes neste governo. Como sociedade temos que cobrar essa participação e utilizar a pesquisa brasileira para buscar uma soberania nacional”, disse Vanhoni.

Já Lygia lembrou a importância de não pensar na TI somente como ferramenta de gestão para os municípios. “O Paraná Digital foi o maior exemplo disso. Um programa que em parceria com o governo revolucionou a inclusão digital no estado. E como pesquisadores a gente tem que sempre que se perguntar: para quem estamos fazendo pesquisa? É preciso que a Universidade resgate esse valor de propor soluções para problemas públicos. Esse é o nosso desafio”, disse ela.

Ainda, durante o encontro, esteve presente Marcos Ferraz, diretor do setor de Educação da UFPR. “Esse evento faz parte da retomada no diálogo político das universidades com o governo, depois de um período de negação da Ciência. A Universidade precisa dialogar entre si para isso aconteça e promover mais debates que proponham iniciativas”, falou ele. O C3SL desenvolve diversos projetos na área da Educação. Em parceria com o setor de Educação da UFPR hoje está sendo desenvolvido o Simcaq, Simulador de Custo Aluno Qualidade.

Confira as fotos do evento: