Com recorde de inscrições, o laboratório de inovação da UFPR acolhe novos pesquisadores para atuarem em projetos estratégicos nas áreas de saúde e educação
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) promoveu, entre os dias 30 de junho e 4 de julho, a tradicional semana de integração e capacitação para os novos bolsistas. A atividade de boas-vindas reuniu 21 estudantes selecionados em um processo seletivo com recorde de 93 inscritos, provenientes dos cursos de Ciência da Computação e Informática Biomédica da UFPR.
Sob coordenação do gerente de projetos do C3SL e mestrando do PPGInf, Richard Heise, as capacitações ofereceram aos novos pesquisadores uma imersão nas dinâmicas de pesquisa, organização dos projetos e na metodologia de desenvolvimento de inovações adotada pelo laboratório. A iniciativa visa preparar os bolsistas para atuarem em equipes multidisciplinares, integrando professores doutores e demais pesquisadores. A semana de integração contou com programação abrangente, desde a apresentação da instituição e seu ambiente computacional até temas essenciais como redes, serviços, controle de versão com Git local e remoto, além de introdução ao Docker, bancos de dados e o funcionamento da web.
Atualmente, o C3SL conta com pesquisadores professores doutores do Departamento de Informática (Dinf) da UFPR, e pesquisadores bolsistas de graduação, mestrado e doutorado, trabalhando em três grandes projetos em andamento: o desenvolvimento de Sistemas de Informação para a Atenção Primária à Saúde (APS) em parceria com o Ministério da Saúde; o Laboratório de Dados Educacionais; e a plataforma de Recursos Educacionais Digitais do Ministério da Educação (MEC).
Cada bolsista é alocado em equipes específicas conforme seu perfil, habilidades e preferências indicadas durante a entrevista seletiva. Com uma dedicação semanal de 20 horas presenciais nas dependências do Dinf, os novos integrantes terão a oportunidade de contribuir diretamente para projetos que impactam áreas essenciais como saúde e educação no Brasil.
Encontro em Curitiba reúne pesquisadores, gestores públicos e representantes da sociedade civil para debater soberania digital, inclusão e criação de um centro nacional para articular e ampliar o ecossistema de software livre e bens digitais públicos no Brasil
Nesta segunda-feira (7), o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) participou de reunião na reitoria da UFPR para discutir uma agenda nacional que organize a sociedade civil, os entes governamentais e a população em defesa dos Bens Públicos Digitais Nacionais. O C3SL figura como um dos operadores centrais da proposta da frente em defesa desses bens digitais, atuando para fortalecer o ecossistema de software livre e soluções abertas no país. Entre os temas centrais, destacou-se a necessidade de rearticular e integrar as comunidades de software livre, garantindo maior apoio institucional para ampliar seu impacto na inovação e na administração pública.
O encontro contou com a presença do reitor da UFPR e um dos fundadores do C3SL, Marcos Sunye; do atual coordenador do C3SL, Marcos Castilho; do pesquisadores Fabiano Silva e Luis Bona (pró-reitor de planejamento e dados da UFPR); Nésio Fernandes De Medeiros Junior, médico sanitarista, diretor do Instituto de Desenvolvimento e Apoio a Gestão – IDAG e um dos articuladores da frente em defesa dos Bens Públicos Digitais Nacionais; Pedro Torres, da coordenação da Agência de Tecnologia da Informação e Comunicação (AGTIC); Corinto Meffe, coordenador de Responsabilidade Socioambiental do Dataprev; Delfino Natal de Souza, consultor independente especialista em gestão da informação e governança de dados. Também participaram do encontro Edemir Reginaldo Maciel, diretor superintendente da Fundação da UFPR (Funpar); Hugo Valadares, diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital (DECTI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Ergon Cugler de Moraes Silva, analista de dados e pesquisa da More in Common; Guilherme Alberto Almeida de Almeida, diretor de Inovação e Gestão do Conhecimento do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos; Laura Rodrigues, da Frente Hacker, da União da Juventude Socialista; e Fabricio Solagna, do Coletivo Digital.
Nésio Fernandes de Medeiros Junior destacou a importância de rearticular as comunidades de software livre no Brasil. Segundo ele, muitas dessas comunidades seguem ativas, mas carecem de maior integração e apoio institucional para ampliar sua atuação. “A tecnologia da informação é estratégica para a gestão pública, especialmente quando baseada em evidências. O espaço público brasileiro oferece inúmeras oportunidades para inovação, desde que as instituições saibam utilizar seu poder normativo e de articulação”, afirmou.
Nésio ressaltou que o software livre merece um lugar institucional protegido, que ofereça uma perspectiva de longo prazo e um espaço de articulação para os atores envolvidos. Para isso, defendeu a retomada e o fortalecimento de uma frente que debata e defenda a pauta dos bens públicos digitais, pautando o tema em fóruns nacionais, internacionais e regionais, projetando a agenda dos veículos digitais abertos no cenário da soberania digital do país.
O reitor da UFPR, Marcos Sunye, apresentou três pontos fundamentais para o debate sobre soberania digital e bens públicos digitais no Brasil. O primeiro deles é a proteção desigual entre dados públicos e privados. Enquanto a Lei de Acesso à Informação obriga o Estado a divulgar seus dados, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) protege o setor privado, que não é obrigado a revelar as informações que possui. “Temos uma lógica que penaliza o público e protege o privado. Por que uma empresa privada não entra na lei, ou pelo menos não precisa dizer quais dados possui e sobre quem?”, questionou.
O segundo ponto destacado pelo reitor é o aprisionamento tecnológico das instituições públicas. Sunye criticou uma diretiva da Secretaria de Gestão que proibiu universidades de manter seus próprios data centers, obrigando-as a hospedar dados em nuvem de terceiros, o que limita o controle sobre a infraestrutura tecnológica. “Depois de toda aquela movimentação no início do século sobre autonomia tecnológica, as universidades, que eram grandes vetores para políticas públicas, foram proibidas de ter data centers. Isso é aprisionamento tecnológico”, afirmou. Ele também lamentou a dependência das universidades em relação a grandes empresas de tecnologia para serviços essenciais, como servidores de e-mail, que têm acesso a dados importantes para a inovação.
Por fim, Sunye destaca a falta de debate sobre inteligência artificial com perspectiva do Sul Global. Neste ponto, o fundador do C3SL criticou que a discussão atual se limita ao uso de ferramentas como ChatGPT na educação, sem abordar a criação de inteligência artificial alinhada às necessidades e realidades do Sul Global. “Ninguém tem um discurso de como fazer uma IA no Sul Global. A discussão é só como usar, como se a posta já estivesse dada. Se você não pega, vai ficar atrasado”, alertou. O país enfrenta desafios para avançar em pautas como inclusão digital e adoção de soluções abertas, muitas vezes atrasadas em relação ao seu potencial.
A incompatibilidade de sistemas proprietários é uma barreira que precisa ser superada, reforçando a urgência de promover bens públicos digitais abertos e colaborativos. Apesar dos avanços tecnológicos, a inclusão digital permanece um desafio especialmente no serviço público, onde muitos municípios ainda não têm acesso ou qualificação para utilizar recursos digitais de forma eficaz. Diante desse cenário, os participantes da reunião propuseram a criação de uma organização com abertura ampla para participação da sociedade civil, universidades, empresas, governo e sociedade em geral. Esse centro funcionaria como um espaço de articulação, acolhendo iniciativas já existentes e fomentando novas, com projeção nacional e internacional.
O momento atual, marcado por transformações como a inteligência artificial e o controle das mídias sociais, exige iniciativas coletivas, colaborativas e independentes, capazes de promover inovação, integração e letramento digital. A criação desse centro é vista como uma oportunidade singular para consolidar décadas de trabalho, fortalecer o software livre e ampliar o acesso a bens digitais públicos no Brasil.
Especialista em cibersegurança, André Grégio aborda desafios e soluções para inclusão digital e proteção dos idosos no uso de tecnologias, destacando a importância da autonomia e da segurança contra golpes virtuais
O professor do Departamento de Informática (DINF) da UFPR e pesquisador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), André Grégio, foi destaque na reportagem exibida no telejornal Meio Dia Paraná, no último dia 21 de maio, que integrou a série “Além da Idade”. A matéria abordou a relação da terceira idade com a tecnologia, apontando como o avanço digital tem deixado de ser uma barreira para se tornar uma importante ferramenta para melhorar a qualidade de vida dos idosos.
Na reportagem, o pesquisador do C3SL destacou os principais riscos que os idosos enfrentam no ambiente digital, como golpes de clonagem de cartão, fraudes via Pix e falsas centrais de atendimento, explicando de forma didática como identificar armadilhas comuns. Ele ressaltou que muitos golpes envolvem pedidos de pagamento via Pix para pessoas físicas, o que deve despertar a atenção dos usuários. O professor enfatizou a importância da cautela, do questionamento e da busca por ajuda antes de fornecer dados pessoais ou clicar em links desconhecidos.
Além disso, a reportagem mostrou histórias inspiradoras de idosos que superaram o medo da tecnologia, como Dona Hilda, que aos 80 anos utiliza dois celulares e realiza pagamentos via Pix com autonomia, e Marcos, que passou a usar aplicativos bancários após participar do curso gratuito de inclusão digital oferecido pela UFPR. O curso, que já atendeu mais de 400 pessoas, foca em desenvolver a competência digital e a segurança dos idosos no uso de dispositivos móveis.
Outro ponto importante abordado foi a visão positiva do professor André Grégio sobre a tecnologia, destacando que, quando usada de forma adequada, ela pode humanizar as relações e ampliar a participação social da terceira idade. Ele também é responsável pelo desenvolvimento de aplicativos voltados para pacientes bariátricos e oncológicos, que facilitam a comunicação entre médicos e pacientes, demonstrando o impacto social da tecnologia. Clique no link e confira a reportagem na íntegra no GloboPlay> https://globoplay.globo.com/v/13619987/
Evento em Brasília destaca parcerias entre C3SL e Ministério da Saúde para modernização da Atenção Primária à Saúde
Entre os dias 10 e 11 de junho, os pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) estarão entre os palestrantes da II Oficina de Integração Estratégica de Inovação e Aceleração Digital em Saúde na Atenção Primária à Saúde (APS), em Brasília. Promovida pela Coordenação-Geral de Inovação e Aceleração Digital da Atenção Primária (CGIAD/SAPS) da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, a oficina visa fomentar discussões sobre a transformação digital na APS e ampliar a transparência das ações em desenvolvimento no âmbito da saúde digital no SUS.
Os destaques do C3SL na programação do evento do Ministério da Saúde ficarão a cargo dos pesquisadores André Grégio e Simone Dominico. Durante o primeiro dia da oficina, que será realizada no auditório do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, será realizada a palestra da professora Simone Dominico, com a temática “Reestruturação do Sistema de Informação da APS”, abordando inovação e colaboração. No dia seguinte, o professor André Grégio falará sobre “Segurança e Privacidade em Modelos de IA” no contexto de tecnologia e inovação.
Palestras integram projeto de parceria entre C3SL e o Ministério da Saúde – a participação dos pesquisadores da UFPR integra as atividades do projeto do C3SL com o Ministério da Saúde, iniciado em janeiro de 2024, com o foco no aprimoramento da comunicação na APS. Na UFPR, o projeto é gerenciado pelo professor André Grégio. O sistema em desenvolvimento no laboratório de inovação do C3SL surge como uma resposta aos desafios enfrentados na APS, como a necessidade de integrar políticas públicas e ações programáticas de saúde, garantir uma comunicação efetiva para promover a saúde e o bem-estar, e apoiar os agentes de saúde no gerenciamento de campanhas.
Pesquisadora do C3SL apresenta diagnóstico e recomendações para aprimorar personalização na principal rede social educacional do MEC
A análise e o aprimoramento dos sistemas de recomendação da plataforma MECRED são o centro do seminário realizado nesta terça-feira (3) no auditório do Departamento de Informática (Dinf) da UFPR. A atividade, intitulada “Análise de Interações na MECRED: Subsídios para Sistemas de Recomendação”, é conduzida pela pesquisadora de pós-doutorado Mariane Cassenote, bolsista do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL). A primeira etapa do seminário foi nesta manhã, direcionada aos pesquisadores do Dinf e do C3SL. Logo mais, às 19 horas, será realizada a segunda etapa da atividade, aberta ao público, com transmissão Ao Vivo pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=GRRC3JZIhOU. O seminário aborda o comportamento dos usuários, o uso dos recursos educacionais e a qualidade dos metadados, identificando desafios e oportunidades. Na atividade são apresentadas recomendações técnicas para otimizar a personalização e o engajamento, visando aprimorar a MECRED como espaço educacional.
Na primeira etapa do seminário, Mariane Cassenote detalhou o funcionamento atual dos sistemas de busca e recomendação da MECRED, que hoje se baseiam principalmente na similaridade entre os títulos dos recursos educacionais cadastrados. “A análise é muito focada nas palavras usadas no título. O sistema resgata recursos similares a partir dessas palavras”, explicou. No entanto, a pesquisadora destacou que há um potencial ainda pouco explorado no uso dos metadados dos recursos – como tema (disciplina), idioma, palavras-chave, descrição, nível de ensino – e nas interações dos usuários, como curtidas, comentários, downloads e visualizações. “Essas informações podem qualificar melhor o processo de recomendação, permitindo identificar perfis de usuários e sugerir conteúdos mais relevantes para cada contexto”, destaca.
Outro ponto abordado foi a importância das avaliações dos usuários. Recursos bem avaliados tendem a ser de maior qualidade e, portanto, deveriam ser priorizados nas recomendações. Segundo a pesquisadora do C3SL, o processo envolve descobrir perfis de usuários e identificar quais metadados e avaliações estão disponíveis para qualificar os recursos. “O diagnóstico apresentado hoje buscou identificar o perfil dos usuários, dos recursos e das interações, para desenhar sistemas de recomendação que realmente beneficiem quem acessa a MECRED, tanto na busca quanto no consumo de materiais”, concluiu Mariane Cassenote.
Principal rede social da educação no Brasil: MECREDA MECRED é a principal rede social brasileira voltada a educadores, criada para promover o compartilhamento e a integração de conteúdos pedagógicos digitais. Desenvolvida pelo C3SL em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a MECRED se consolidou como um espaço inovador de colaboração entre professores de todo o país. Desde seu lançamento em 2017, a MECRED cresceu de forma consistente e, em 2024, alcançou a marca de 37 mil usuários cadastrados, registrando um crescimento de 15% apenas no último ano. A plataforma já disponibiliza mais de 320 mil conteúdos educacionais, incluindo planos de aula, vídeos, jogos, podcasts e cartilhas, tornando-se uma biblioteca digital gratuita e colaborativa para a comunidade escolar brasileira
Seguem os nomes da lista de espera 2025.1. Estes candidatos podem ser chamados a qualquer momento para suprir demandas específicas de projetos.
Guilherme Stonoga Tedardi
Guilherme dos Santos Ferreira Alves
Natã Abraão Serafini da Rocha
Thiago José Barzotto
Leonardo Krambeck
Eduardo Almeira Alves
Eduardo Munaretto Majczak
Pedro Pierobon Marynowski
Emanuele Fernanda Ferraz de Araújo
Matheus Gastal
Gabriel Henrique Tascheck
Bruno Rafael Souza Michelon
Felipe Gonçalves Pereira
Samuel Martins Gonçalves
Agradecemos a todos os candidatos pela participação e pelo interesse demonstrado!
Desejamos boa sorte a todos no processo e em suas trajetórias acadêmicas. Para aqueles que não forem selecionados desta vez, fiquem atentos às próximas oportunidades, pois novos processos seletivos ocorrem anualmente.
É o engajamento e a dedicação de alunos como vocês que mantêm o alto padrão do nosso departamento. Independentemente do resultado, incentivamos todos a continuarem buscando excelência acadêmica e profissional.
Suas atividades iniciar-se-ão no dia 01/07/2025, a partir das 9:00h no segundo andar do Departamento de Informática, nas salas do C3SL.
Logo mais será divulgada a lista de espera, de forma que demais candidatos podem, eventualmente, ser chamados de acordo com a necessidade de cada projeto caso haja disponibilidade de verba. Aos que não foram aprovados, fiquem de olho nos posts.
Aos candidatos da pós, o resultado será divulgado em um post separado ainda sem data para ocorrer.
Nossos sinceros parabéns à todos que participaram do processo seletivo. Foram decisões difíceis e acirradas.