Pesquisador da equipe Secret, Cláudio Torres Júnior, ficou em terceiro lugar no desafio estilo Capture the Flag
O bolsista de pós-graduação do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), Cláudio Torres Júnior, conquistou o terceiro lugar no pódio na III edição da competição de cibersegurança da Comunidade Alquymia. Mestrando do Departamento de Informática (Dinf) da UFPR e pesquisador em segurança computacional e integrante da equipe do SECRET, grupo de pesquisa de segurança e engenharia reversa ligado ao Laboratório de Redes e Sistemas Distribuídos (LarSiS), Torres participou os dois dias de intensa atividade entre os dias 18 e 20 de outubro, em uma disputa online que reuniu 148 participantes de todo o país.
A competição foi realizada no estilo Capture the Flag (CTF), espécie de competição mundialmente utilizada no setor de segurança cibernética em que os programadores resolvem desafios para capturar “bandeiras” e ganhar pontos. O CTF da Alquymia tem 64 desafios distribuídos em 8 categorias de segurança, abrangendo diversas áreas da segurança cibernética, incluindo criptografia, engenharia reversa, hacking web e forense digital. Essa variedade não só testa as habilidades dos participantes, mas também proporciona um ambiente de aprendizado prático e colaborativo, fundamental para o desenvolvimento de competências na área de cibersegurança.
Esta é a segunda competição no estilo CTF em que Cláudio Torres Júnior fica entre os primeiros colocados nos últimos dois meses. No final de setembro, o mestrando ficou entre os Top 10 da disputa da IV Semana Aratu, evento que reuniu 200 competidores. Na atividade da Comunidade Alquymia, a equipe SECRET também foi representada pelos integrantes da UFPR: Jorge Pires Correia; Lucas Alionço Perez; Nadia Luana Lobkov; e João Ribeiro Andreotti.
O Alquymia é um projeto independente que foi criado com o propósito de orientar, integrar, jovens e adultos experientes que têm o desejo de entender ou expandir os conhecimentos no tema de cibersegurança. O projeto busca compartilhar conhecimento e fomentar um ambiente colaborativo onde os participantes possam se desenvolver tanto pessoal quanto profissionalmente.
Atividade na UFPR apresenta a atualização na plataforma desenvolvida com o MEC, com foco no aprimoramento da usabilidade e design de interface do repositório
Os pesquisadores e bolsistas do Centro de Computação Científica e Sofware Livre (C3SL) realizaram oficina sobre o uso da plataforma MECRED durante a programação da 54ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, evento realizado entre os dias 22 a 25 de outubro no prédio histórico da UFPR. A apresentação das novas funcionalidades da plataforma foi realizada pelo professor do Departamento de Informática (Dinf), Eduardo Todt, pelos bolsistas do C3SL, Jonas Lupus e Thomas Todt. O objetivo da atividade foi ampliar o cadastro de usuários e coletar feedbacks sobre a navegabilidade e usabilidade do portal.
Desenvolvida em 2015 pelo C3SL em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a UFSC, a plataforma passou por revitalização neste ano para incorporar melhorias na experiência do usuário e ampliar as características das redes sociais, bem como para atualizar tecnologias empregadas. A plataforma é um espaço de integração e de troca pedagógica, em que pessoas interessadas na educação podem compartilhar de planos de aula a vídeos e audiobooks, passando por jogos de tabuleiros, exercícios e cartilhas de todas as áreas do conhecimento.
O redesign da plataforma partiu de estudos que mapearam os públicos do repositório do MEC e elencaram os requisitos e necessidades de cada perfil de usuário. Os estudos foram realizados em três fases distintas, utilizando métodos variados e envolvendo diferentes perfis de avaliadores. De acordo com o designer e mestrando do Dinf, Jonas Lupus, as mudanças de design do portal privilegiou uma interface mais leve e moderna, tornando a estética da plataforma mais confortável visualmente. “As pesquisas nos indicaram a necessidade de uma interface mais leve, sem muitas caixas e linhas pesadas, para não cansar a visão do usuário, para que ele possa navegar e interagir com uma plataforma mais minimalista para encontrar os artefatos”, destaca.
Outro ponto foi a busca pela simplificação das páginas para permitir aos usuários encontrar os recursos de forma mais rápida, otimizando a navegação pela plataforma. “Trabalhamos o redesign pensando na forma que o usuário possa acessar qualquer campo da plataforma com poucos cliques. Assim, o usuário não precisa entrar em inúmeros caminhos para chegar onde ele precisa”, conclui Jonas.
Como parte do processo de redesign da interface da plataforma, os bolsistas e pesquisadores do C3SL têm participado de diversos eventos e atividades para explorar com usuários de perfis diferentes a navegação na plataforma. Com isso, é possível analisar o comportamento dos usuários no acesso aos conteúdos, aprimorando as ferramentas para o lançamento da versão final do portal.
A palestra realizada pelo pesquisador Eduardo Todt destaca como técnicas de Inteligência melhoram o reconhecimento de fontes em jornais brasileiros durante a III Conferência Internacional em Aplicações de Inteligência Artificial
O uso de inteligência artificial no reconhecimento de fontes de caracteres em análise e digitalização de jornais históricos brasileiros em alemão foi o tema da palestra do pesquisador do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e professor de Departamento de Informática da UFPR, Eduardo Todt, na III Conferência Internacional em Aplicações de Inteligência Artificial (CINTIA). O evento foi realizado na Universidad Tecnológica del Uruguay (Utec), entre os dias 8 e 10 de outubro. A palestra em formato remoto integrou a programação do evento, que reuniu pesquisadores e profissionais da área de tecnologia para discutir a utilização da Inteligência Artificial (IA) na solução de problemas em diversas áreas.
No evento, Todt apresentou a aplicação de machine learning no projeto Deutschsprachige Presse in Brasilien, que busca aplicar técnicas avançadas de reconhecimento óptico de caracteres (OCR) utilizando redes neurais profundas, como ResNet e VRR19. Realizado pelo Laboratório Visão Robótica e Imagem (VRI) em parceria com o C3SL e o Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas da UFPR, o projeto faz parte do acordo de cooperação firmado entre a UFPR e a Academia de Ciências de Berlim-Brandemburgo.
A imigração alemã no Brasil, que completa 200 anos, deixou um legado cultural significativo, refletido em jornais editados entre 1824 e 1930. No entanto, a mera digitalização dessas publicações não é suficiente. Segundo Todt, “se os jornais forem apenas escaneados e disponibilizados online, pesquisadores terão que ler imagens, o que não é produtivo”. A falta de um sistema eficiente para converter essas imagens em texto pesquisável limita a investigação acadêmica e histórica. Além disso, a complexidade das publicações dos jornais, com diversos tipos de caracteres, clichês e diagramações, prejudica o desempenho da digitalização, sendo um obstáculo para o OCR.
De acordo com Todt, tanto a multiplicidade de estilos de fontes de caracteres usadas nos jornais quanto a diversidade de layouts prejudicam as transcrições automáticas, resultando em má interpretação dos conteúdos pelos sistemas, ou ainda na omissão de informações. É neste aspecto que o uso de inteligência artificial auxilia no processo de escaneamento e de análise dos documentos. A proposta com o uso de inteligência artificial no projeto é de estruturar um fluxo de processamento de dados que mescla tanto análise semântica quanto a identificação dos caracteres e formatos de fontes.
Até agora, o projeto já escaneou cerca de 6 mil páginas de jornais e obteve mais de dez mil amostras segmentadas semi-automaticamente. Com um dataset robusto criado para treinamento das redes neurais, os resultados preliminares mostram uma precisão nas classificações que varia entre 98% e quase 100%. “Agora temos nosso classificador dos tipos das fontes dos caracteres! Essa parte integra nosso fluxo visando tornar o OCR mais inteligente, adaptando-se ao desafio apresentado pelos jornais com múltiplos estilos diferentes no mesmo texto onde os sistemas tradicionais falham”, conclui o pesquisador. Clique aqui e confira na íntegra a apresentação do professor no evento >> https://www.youtube.com/live/EBDLEFHrQHQ?si=GONU0TtX6CP0v2q9&t=20780
Trabalho apresentado pelo bolsista Muriki Yamanaka debate soluções adotadas diante de mudanças anuais nos datasets do Censo Escolar
A evolução do esquema de banco de dados do Censo da Escolar ao longo dos anos e os desafios na integração das bases de informações para o projeto Laboratório de Dados Educacionais (LDE) é foco do artigo apresentado pelos pesquisadores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), no 39º Simpósio Brasileiro de Banco de Dados (SBBD). Intitulado “Statistical Validation of Column Matching in the Database Schema Evolution of the Brazilian Public School Census”, o artigo será apresentado nesta quinta-feira (17) na trilha principal do SBBD pelo bolsista de graduação Muriki Yamanaka. A também autora do trabalho e pesquisadora do pós-doutorado do PPGInf, Simone Dominico, participa do evento, que segue com programação até esta quinta-feira (17).
Maior simpósio de bancos de dados da América Latina, o SBBD reúne pesquisadores, estudantes e profissionais da indústria para discutir os avanços mais recentes e as direções futuras da área. O trabalho apresentado por Muriki apresenta uma metodologia estatística para validar a integração de dados do Censo Escolar do Brasil. Abordando o desafio de acompanhar as mudanças no esquema do banco de dados à medida que novas versões dos datasets são divulgadas anualmente pelo Ministério da Educação, propondo contribuições significativas para a integração de dados.
Conforme destacam os autores no trabalho, a base do Censo Escolar alimenta o projeto encabeçado pelo Ministério da Educação e realizado em parceria com o C3SL, UFPR e UFG, a partir do Laboratório de Dados Educacionais (LDE). Os dados são fundamentais para ferramentas como o Simulador de Custo-Aluno Qualidade (SIMCAQ), que avalia o custo de oferecer educação de qualidade com base em várias variáveis educacionais e estruturais, como tamanho das turmas, salários dos professores e recursos de bibliotecas, o MapFor, que rastreia a formação acadêmica dos professores, e o Laboratório de Dados Educacionais, que disponibiliza dados e indicadores sobre a educação básica e superior no Brasil, permitindo acesso a informações em série histórica e diferentes níveis de desagregação.
“Esses projetos têm um impacto demonstrável na sociedade, destacando a importância de manter uma alta qualidade de dados dentro do banco de dados do LDE”, apontam os autores no artigo. O LDE reúne dados de 12 anos do Censo Escolar, coletando informações abrangentes sobre 179 mil escolas no país. O resultado da pesquisa apresentada pelos bolsistas do C3SL no SBBD é fundamental para a manutenção desse banco de dados, ferramenta vital para monitorar tendências ao longo do tempo e obter insights valiosos sobre o contexto educacional no Brasil.O artigo Statistical Validation of Column Matching in the Database Schema Evolution of the Brazilian Public School Census é assinado pelos pesquisadores Muriki Yamanaka, Diogo de Almeira, Paulo Lisboa de Almeida, Simone Dominico, Letícia Peres, Marcos Sunye e Eduardo de Almeida. Clique aqui e confira a íntegra do trabalho nos anais do 39º Simpósio Brasileiro de Banco de Dados.
O projeto integra o acordo de cooperação firmado entre a UFPR e a Academia de Ciências de Berlim-Brandemburgo. O VRI participa com experiência em pesquisa em visão computacional e o C3SL junta-se ao projeto com sua competência em sistemas com grandes bancos de dados, preservação digital de documentos e a gerência de servidores computacionais adequados para atender as necessidades demandadas por um projeto com este porte. “A atividade realizada nesta última visita à Alemanha foi fundamental para a consolidação dos grupos da UFPR como parceiros das instituições alemãs envolvidas no projeto”, destaca o pesquisador.
O objetivo do workshop foi ampliar os debates sobre os subprojetos que fazem parte do trabalho de mapeamento e análise da imprensa alemã no Brasil. No workshop, Todt ainda apresentou pesquisas do VRI sobre tecnologias avançadas como reconhecimento óptico de caracteres (OCR), reconhecimento óptico de layout (OLR) e reconhecimento óptico de fontes (OTR), aplicadas a jornais históricos.
No evento, também foi apresentado um conjunto de soluções tecnológicas para a olimpíada de leitura de jornais alemães, organizada em conjunto com o Instituto Federal Fluminense (IFF) e o consulado Alemão no Rio de Janeiro. O grupo também iniciou discussões para elaborar uma proposta conjunta a ser submetida ao DFG (Deutsche Forschung Gemeinschaft), com a participação de diversas universidades alemãs, coordenadas pelo BRALAT (Centro Brasileiro Latino Americano) da Universidade de Tübingen.
O artigo sobre a plataforma MECRED foi escolhido como Best Paper da trilha IHC na Prática, na XXIII edição do Simpósio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC), nesta quinta-feira (10). Intitulado “Diagnóstico da Plataforma MECRED: combinando diferentes métodos de avaliação para informar o redesign”, o trabalho aborda as etapas de redesign da plataforma desenvolvida pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL). O trabalho premiado no IHC 2024 é de autoria do coordenador do PPGInf da UFPR, Roberto Pereira; da doutoranda em Ciência da Computação, Krissia Menezes; dos mestrandos em Informática pelo PPGInf, Jonas Guerra e Richard Ferreira – gerente de projetos do C3SL; e da integrante da equipe técnica do MEC no projeto, Ana Paula Gaspar Gonçalves.
Criada em 2017 pelo C3SL em convênio com o Ministério da Educação (MEC), a plataforma passou por revitalização neste ano para incorporar melhorias na experiência do usuário e ampliar as características das redes sociais. A plataforma é um local de integração e de troca pedagógica, em que pessoas interessadas na educação podem compartilhar de planos de aula a vídeos e audiobooks, passando por jogos de tabuleiros, exercícios e cartilhas de todas as áreas do conhecimento.
O artigo premiado no XXIII IHC analisa os resultados da aplicação de técnicas de Interação Humano-Computador para avaliar a plataforma MECRED com especialistas e usuários e identificar requisitos para a atualização. O redesign da plataforma partiu de estudo que mapeou os públicos do repositório do MEC e realizou um levantamento sobre os requisitos e necessidades de cada perfil de usuário. A avaliação foi realizada em três fases distintas, utilizando métodos variados e envolvendo diferentes perfis de avaliadores. A primeira etapa consiste na análise da plataforma por especialistas em IHC, com foco na avaliação da qualidade do repositório relativos à atratividade, acessibilidade e usabilidade.
A segunda etapa foi conduzida com acompanhamento de especialistas na área de educação em interface com a plataforma. O objetivo foi explorar livremente a plataforma e registrar problemas, sugestões, ideias espontâneas da exploração e indicar pontos a serem trabalhados. Por fim, os pesquisadores realizaram grupo focal com a Equipe Técnica do MEC para refinar o entendimento sobre os problemas a serem resolvidos, gerar ideias para o redesign da plataforma, e alinhar a comunicação entre MEC e C3SL.
O resultado do processo metodológico resultou em 20 pontos para o redesign da plataforma, visando torná-la mais inclusiva e acessível à diversidade de usuários. Além disso, a pesquisa também revelou dez problemas de acessibilidade na plataforma antes do processo de redesign, além da necessidade de novas melhorias.
Curso online de dez semanas orienta sobre como organizar e processar dados eficientemente
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) está realizando um curso online para cerca de 30 técnicos da área de Tecnologia da Informação (TI) do Ministério da Saúde (MS). Com duração de dez semanas, a capacitação é liderada por Simone Dominico, especialista em banco de dados e pesquisadora de pós-doutorado do C3SL. O curso, que segue até o início de dezembro, tem como objetivo auxiliar a equipe a organizar, processar e usar os dados eficientemente para melhorar o Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (Sisab).
Simone explica que o curso orienta os técnicos da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) a usar e combinar tecnologias que ajudam a gerenciar informações de saúde. “Queremos que os técnicos possam aplicar o que aprenderam para melhorar a forma como os dados são organizados, processados, armazenados e utilizados, tornando o sistema mais ágil e eficiente”, afirma Simone.
A capacitação cobre todas as tecnologias planejadas atualmente pela equipe de TI da SAPS, mostrando como elas funcionam juntas para criar um sistema que centraliza e facilita o acesso e o uso dos dados. A ideia é permitir que os técnicos desenvolvam uma estrutura de banco de dados moderna, que simplifique o trabalho com informações da saúde.
O curso foi desenvolvido por Simone e a equipe de bolsistas e pós-doutorandos do C3SL. O curso de capacitação do C3SL integra as atividades do projeto com o Ministério da Saúde, coordenado pelos pesquisadores Marcos Sunye e André Grégio, para o desenvolvimento de um sistema que permite comunicação direta entre agentes de saúde e usuários da Atenção Primária à Saúde (APS).
O conteúdo do curso passa por todas as etapas de trabalho com dados, desde a coleta e organização das informações até a criação de sistemas para facilitar o acesso e a análise desses dados. Ao longo das semanas, os técnicos aprendem na prática como planejar, montar e gerenciar esses sistemas, sempre com foco na simplicidade e eficiência.
Outra novidade é a disponibilidade futura do curso. Segundo a pesquisadora, esta primeira realização da capacitação deve auxiliar o grupo a aprimorar o material para deixá-lo disponível para acesso público, com materiais de apoio e tutoriais sobre cada uma das ferramentas.
Trabalho escrito por Eduardo Mathias é focado no Simulador de Custo-Aluno Qualidade (SIMCAQ), projeto desenvolvido pelo C3SL com o Ministério da Educação
O ex-bolsista do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), Eduardo Mathias, apresentou nesta terça-feira (8) o artigo “SIMCAQ: Um Diagnóstico Sociotécnico” no XXIII IHC 2024, em Brasília. O trabalho é finalista do Prêmio Junia Coutinho Anacleto, concurso de teses, dissertações e trabalhos de graduação em Interação Humano-Computador. A distinção é promovida anualmente pela Comissão Especial de IHC, órgão colegiado da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). O resultado do prêmio será divulgado nesta quarta-feira.
O artigo escrito por Mathias é resultado da conclusão do curso de bacharelado em Ciência da Computação, junto ao Departamento de Informática da UFPR. Sob a orientação do professor do Dinf, Roberto Pereira, o trabalho inscrito por Mathias foi aprovado na fase eliminatória e concorre ao título de melhor TCC em IHC. Segundo Mathias, estar na final do prêmio Junia Coutinho Anacleto é o início de uma carreira promissora na pesquisa em computação, um sonho que ele vem perseguindo desde a graduação. “Representa bastante para mim ter esse primeiro artigo publicado e apresentá-lo em Brasília. Ressalta o potencial de todo mundo que está se formando em Ciência da Computação e que quer seguir essa área acadêmica”, destaca.
O trabalho inscrito por Mathias no prêmio do IHC é focado no Simulador de Custo-Aluno Qualidade (SIMCAQ), projeto desenvolvido pelo C3SL com o Ministério da Educação. O bacharel em Ciência da Computação foi um dos bolsistas do projeto junto ao centro de pesquisa em 2023. O SIMCAQ é um sistema online gratuito para estimar o custo de proporcionar educação de qualidade em escolas públicas de educação primária. O objetivo do projeto é servir como uma ferramenta de planejamento educacional que enfatiza o aspecto orçamentário, diagnosticando o contexto educacional em níveis municipal, estadual e nacional.
No paper que é finalista do prêmio nacional, Mathias propõe um diagnóstico sociotécnico do SIMCAQ, identificando aspectos de melhorias para o sistema, como aprimoramento na interface e usabilidade da plataforma, bem como melhorias na cultura de trabalho das equipes do projeto. “Durante o período em que fui bolsista no C3SL, convivi com toda a equipe do projeto e pude observar as reformulações e os benefícios que a ferramenta proporcionava. No entanto, percebi que, apesar de ser uma ferramenta muito boa e importante, não havia nenhum trabalho que destacasse sua relevância para pessoas externas, nem como ela era desenvolvida. Não existia um diagnóstico sociotécnico que analisasse o sistema de uma perspectiva mais ampla. Esse foi o meu ponto de partida”, revela o bacharel.
Em suas considerações, Mathias aponta que as equipes devem incorporar práticas de Interação Humano-Computador (IHC) e User Experience (UX) de maneira transversal ao projeto. Além disso, é essencial que novas estratégias de comunicação e organização do trabalho sejam experimentadas, buscando um equilíbrio entre flexibilidade e estrutura. “Sob a orientação do professor Roberto Pereira, utilizamos instrumentos semióticos para realizar uma análise mais profunda. Realizamos entrevistas com a equipe e deixamos clara a divisão de trabalho e a cultura do projeto. É importante ressaltar que os problemas do simulador não se restringem apenas à parte técnica; a cultura do projeto também desempenha um papel fundamental. Discutimos o que poderia ser feito para melhorar essa cultura dentro do C3SL. Acredito que deixei um legado positivo com a pesquisa”, conclui.
Criada em 2017 pelo C3SL em convênio com o Ministério da Educação (MEC), a plataforma passou por revitalização neste ano para incorporar melhorias na experiência do usuário e ampliar as características das redes sociais. A plataforma é um local de integração e de troca pedagógica, em que pessoas interessadas na educação podem compartilhar de planos de aula a vídeos e audiobooks, passando por jogos de tabuleiros, exercícios e cartilhas de todas as áreas do conhecimento.
O artigo aprovado no XXIII IHC analisa os resultados da aplicação de técnicas de Interação Humano-Computador para avaliar a plataforma MECRED com especialistas e usuários e identificar requisitos para o redesign. O trabalho é de autoria do pesquisador do DInf e coordenador do PPGInf da UFPR, Roberto Pereira; da doutoranda em Ciência da Computação, Krissia Menezes; dos mestrandos em Informática pelo PPGInf, Jonas Guerra e Richard Ferreira – gerente de projetos do C3SL; e da integrante da equipe técnica do MEC no projeto, Ana Paula Gaspar Gonçalves.
O redesign da plataforma partiu de estudo que mapeou os públicos do repositório do MEC e realizou um levantamento sobre os requisitos e necessidades de cada perfil de usuário. A avaliação foi realizada em três fases distintas, utilizando métodos variados e envolvendo diferentes perfis de avaliadores. A primeira etapa consiste na análise da plataforma por especialistas em IHC, com foco na avaliação da qualidade do repositório relativos à atratividade, acessibilidade e usabilidade.
A segunda etapa foi conduzida com acompanhamento de especialistas na área de educação em interface com a plataforma. O objetivo foi explorar livremente a plataforma e registrar problemas, sugestões, ideias espontâneas da exploração e indicar pontos a serem trabalhados. Por fim, os pesquisadores realizaram grupo focal com a Equipe Técnica do MEC para refinar o entendimento sobre os problemas a serem resolvidos, gerar ideias para o redesign da plataforma, e alinhar a comunicação entre MEC e C3SL.
O resultado do processo metodológico resultou em 20 pontos para o redesign da plataforma, visando torná-la mais inclusiva e acessível à diversidade de usuários. Além disso, a pesquisa também revelou dez problemas de acessibilidade na plataforma antes do processo de redesign, além da necessidade de novas melhorias.
Os estudos em IHC mostram o compromisso e a preocupação do C3SL com o desenvolvimento de soluções de alta qualidade, tanto do ponto de vista tecnológico quanto social.
Delegação contou com doze professores e alunos de graduação e pós-graduação com seis trabalhos inscritos no SBSeg, realizado entre os dias 16 e 19 de setembro do Rio de Janeiro
O Departamento de Informática (Dinf) da UFPR esteve presente na XXIV edição do Simpósio Brasileiro em Segurança da Informação e de Sistemas Computacionais (SBSeg24) com sua maior delegação de pesquisadores. Foram doze professores, alunos de graduação e de pós-graduação da UFPR apresentando seis trabalhos aprovados no maior evento sobre cibersegurança do país, promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) entre os dias 16 a 19 de setembro, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), no Rio de Janeiro.
Os trabalhos apresentados pela delegação da UFPR abordam temas como segurança da informação, vulnerabilidades de software e a implementação de soluções tecnológicas para mitigação de riscos. Os debates propostos com os artigos e resumo expandido refletem as pesquisas realizadas junto ao Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGInf) da UFPR, e nos laboratórios e grupos de pesquisa com o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), e o SECRET, grupo de pesquisa de segurança e engenharia reversa ligado ao Laboratório de Redes e Sistemas Distribuídos (LarSiS).
A apresentação dos trabalhos foi acompanhada pelos professores do Dinf e pesquisadores do C3SL e SECRET, André Grégio e Vinícius Fülber Garcia. De acordo com o professor Fülber, a participação no simpósio representa um marco na trajetória dos pesquisadores na medida em que permite o aprofundamento do debate sobre os resultados ou processos das investigações com olhares e contribuições da comunidade científica. “A participação no simpósio foi o clímax de meses de dedicação dos nossos alunos. Mais do que apresentar e discutir resultados, foi uma chance de se conectar com uma comunidade, vivenciar a ciência de forma completa e imergir em experiências que transcendem os limites dos laboratórios”, destaca Fülber.
Dos seis trabalhos apresentados pelos pesquisadores do UFPR, cinco constam publicados nos anais do XXIV SBSeg, e um foi publicado nos anais estendidos do evento, em que são publicados os trabalhos resultantes do salão de ferramentas e dos workshops realizados no simpósio. Confira abaixo os trabalhos apresentados no evento pela delegação do Dinf
>>Observação de Ataques contra a Memória do Kernel Android: Desafios e Soluções – artigo é assinado pelos pesquisadores Cláudio Torres Junior; Jorge Correia; Marco Alves; João Pincovscy; e André Grégio. O trabalho considera as mais de 300 falhas de segurança identificadas em 2023 no gerenciamento de memória do sistema operacional Android, um dos mais usados nos aparelhos smartphones no mundo, o trabalho propõe uma combinação de funcionalidades do Kernel Address Sanitizer (Kasan) com tracers personalizados para dirimir as vulnerabilidades.
>>Obsolescência não-Programada: Análise do Uso de Software Desatualizado em Ambiente de Produção – o artigo é assinado pelos pesquisadores Luan Marko; Ulisses Penteado; Paulo Ricardo de Almeida; e André Grégio. O artigo dos pesquisadores da UFPR como a obsolescência de software em ambientes organizacionais aumenta as superfícies de ataque. Dados do paper apontam que em 2022 pouco mais de 75% dos ataques de ransomware, tipo de malware que aprisiona os dados ou mantém como refém o dispositivo de uma vítima, apropriaram-se de vulnerabilidades conhecidas, evidenciando a necessidade da manutenção e atualização constante dos sistemas de segurança.
>>SAPO-BOI: Pulando a Pilha de Rede no Desenvolvimento de um NIDS Baseado em BPF/XDP – artigo assinado pelos pesquisadores Raphael Machnicki; Vinicius Fulber-Garcia; André Grégio; Ulisses Penteado; e Jorge Correia. O artigo apresenta o “Sapo-Boi”, sigla que representa Sistema de Avaliação e Processamento de tráfego. Trata-se de sistema de detecção de intrusão em redes (NIDS) que utiliza as tecnologias Berkeley Packet Filter (BPF) e eXpress Data Path (XDP) para melhorar a eficiência na identificação de padrões de ataque em pacotes de rede. O sistema Sapo-Boi opera com um módulo de suspeição (que opera no nível do kernel); e um módulo de avaliação (que gera alertas ao identificar pacotes suspeitos).
>>O Impacto de Software Anti-cheat na Privacidade do Usuário – artigo assinado pelos pesquisadores Vinicius Matheus; Tiago Heinrich; Vinicius Fulber-Garcia; Newton Will; Rafael Obelheiro; e Carlos Maziero. O trabalho apresentado no SBSeg24 observa como softwares anti-cheat, que são ferramentas desenvolvidas para detectar e prevenir trapaças em jogos online, podem comprometer a privacidade dos usuários ao exigir permissões intrusivas que acessam dados sensíveis. De acordo com o paper, os programas podem atuar de forma a acessar informações sensíveis, permitindo violações de privacidade.
>>Utilizando Estratégias de Monitoramento Leve em Ambientes Conteinerizados para Detecção de Anomalias via HIDS – artigo assinado pelos pesquisadores Anderson Frasão; Tiago Heinrich; Vinicius Fulber-Garcia; Newton Will; Rafael Obelheiro; e Carlos Maziero. O trabalho parte de um cenário do aumento da preocupação com a segurança em ambientes virtuais com base em contêineres, ou seja, em pacotes de softwares. No artigo, os autores propõem monitoramento a partir das interações entre contêineres e o sistema operacional para observar anomalias. Os modelos treinados mostraram alta acurácia, destacando os desafios associados à virtualização e à necessidade de práticas robustas.
>>SACI: Solução para Análise Comportamental Automatizada de Código Infeccioso em SO MS Windows Modernos – artigo assinado pelos pesquisadores Bernardo Tomasi; Davi Ribeiro; Pedro Henrique Friedrich Ramos; Ruibin Mei; Yago Furuta; Jorge Pires Correia; e André Grégio. O trabalho foi apresentado no Salão de Ferramentas da SBSeg, que é um fórum de encontro de desenvolvedores e pesquisadores interessados na implementação e avaliação de desempenho de sistemas e ferramentas que contribuem com o avanço do conhecimento da área de segurança da informação e de sistemas computacionais. O paper apresenta o SACI, que é uma ferramenta para análise automatizada de malware em Windows, focando na coleta detalhada de dados sobre atividades maliciosas. A ferramenta SACI foi desenvolvida e aprimorada com auxílio dos alunos de graduação do Dinf.