Confraternização do C3SL é marcada por entrega do troféu de “causos da informática”

A 15 ª edição do tradicional prêmio reuniu pesquisadores e bolsistas na sede da APUFPR

A confraternização anual do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) reuniu dezenas de bolsistas e pesquisadores na sede da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), na última quinta-feira (27). O evento, que marca um novo ciclo de atividades no grupo de pesquisa, também é conhecido pela tradicional entrega do Troféu Horário, um descontraído prêmio que registra os principais fatos engraçados e obrigatoriamente vexatórios vivenciados por técnicos, bolsistas ou pesquisadores. Afinal de contas, o C3SL é reconhecido por sua pesquisa séria e rigorosa. No entanto, até os programadores mais experientes escorregam o dedo no código vez ou outra.

Apesar do tom humorístico, o Troféu Horácio, que já está na sua 15 ª edição, reflete a cultura de aprendizado e melhoria contínua do C3SL. Ao reconhecer e celebrar erros de uma forma descontraída, o prêmio incentiva os pesquisadores a não terem medo de errar e a encararem os deslizes como oportunidades de crescimento. O Troféu Horácio é uma iniciativa divertida e construtiva do C3SL para celebrar os momentos engraçados e humanos da pesquisa científica, momento em que o grupo de pesquisa demonstra sua maturidade e compromisso com a excelência acadêmica.

As indicações são realizadas ao longo do ano pelos próprios bolsistas e professores do C3SL. Todo ano é definida uma comissão julgadora que analisa os casos relatados e define os ganhadores. O prêmio neste ano recebeu 12 indicações, que disputaram a definição da comissão nas categorias: menção honrosa – indicação que não alcançou um troféu, mas que merece memória na lista dos premiados; categoria Déjà vu – em que são indicados os causos que já foram cometidos em momentos anteriores por outros ganhadores do Troféu Horácio; categoria Pequeno Gafanhoto – dedicada a marcar o feitos de bolsistas ao longo das suas pesquisas; e o troféu “Galo Véio”- que busca registrar os causos dos veteranos pesquisadores.

Nesta 15 ª edição, entraram para o panteão os “Horácios”, os seguintes bolsistas e pesquisadores: Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira, com menção honrosa; Odair Mario Ditkun Junior e Fernando Kiotheka, que juntos ganharam como autores do mesmo causo na categoria Déjà vu; Muriki Gusmão Yamanaka e Marcus Vinícius Reisdoefer Pereira na categoria Pequeno Gafanhoto; e na categoria “Galo Véio”, o veterano Odair Mario Ditkun Junior.

O “causo” que deu origem ao prêmio –  tudo começou em 2012, na sala do C3SL, e envolve uma impressora, um manual, uma chave de fenda, um toner, e uma dose cavalar de desatenção. Quem faz este resgate para nós é um dos fundadores do C3SL, o professor Marcos Castilho. “Um dia, ao entrar na sala do C3SL retornando do almoço com o Bona, deparei-me com três bolsistas. Eles estavam ali ao redor da impressora. Um tinha o toner na mão, outro tinha uma chave de fenda e um terceiro tinha o manual da impressora. Estranhando aquela situação, questionei: ‘Vocês estão fazendo o quê?’. Eles me responderam: ‘Vamos trocar o toner’. Perguntei para eles: ‘Mas por que você precisa da chave de fenda?’. Responderam: ‘Não, é que no manual aqui está dizendo que tem que tirar uma fita amarela do toner. Mas o toner não tem fita amarela. Então a gente está achando que tem que abrir o toner para ver se a fita amarela está dentro’. E qual era o problema em tudo isso? É que o toner era da Epson, o manual da impressora que estavam usando era da Lexmark, e a impressora era uma HP”, conta Castilho.

Bolsista do C3SL participa da final da Maratona Feminina de Programação

Evento busca fomentar o interesse pela computação entre mulheres e pessoas não-binárias da América Latina

Evento reuniu participantes de universidades brasileiras e de outros países da América Latina. Foto: Instagram da MPF

Neste fim de semana foi realizada no Instituto de Computação (IC) da Unicamp a final da Maratona Feminina de Programação (MFP), evento que reúne mulheres e pessoas não binárias da América Latina para uma rodada de dois dias de desafios de programação esportiva. A bolsista do Centro de Computação Científica e Software Livre, Luize Duarte, participou como finalista da MPF e na assessoria do time do curso de programação. Daqui do Paraná, representando o Dinf e a UFPR, também esteve no evento a acadêmica Juliana Zambon, que integra a equipe da organização da maratona como coordenadora de comunicação da MPF.

Participam da MPF mulheres e pessoas não-binárias que estejam regularmente matriculadas na graduação de alguma instituição latino-americana de ensino superior. Para Juliana, o evento é uma oportunidade de incentivar o interesse pela computação entre o público feminino. “O evento representa a esperança de que você, mulher ou pessoa não binária, também pode conquistar seu lugar no mundo da programação. A esperança de criar uma comunidade onde você possa ser e se sentir acolhida nesse ambiente, atualmente permeado por uma grande presença masculina. A Maratona Feminina de Programação é a esperança da inclusão”, destaca a coordenadora de comunicação da MPF.

Esta é a segunda edição da maratona feminina, que já bateu recorde de inscrições, passando de 280 estudantes no evento em 2023, para mais de mil inscrições neste ano. Além de universidade e faculdades no Brasil, o evento também recebeu inscrições de instituições de ensino superior de outros países da América Latina, como Facultad de Física de la Universidad de la Habana, Pontificia Universidad Católica de Chile e Universidade Nacional de Colombia. Outra novidade é que neste ano a MPF se vinculou à Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Nos desafios de computação, as competidoras podem usar soluções em linguagens Pascal, C, C++, Java, Python e Javascript.

Dentre as propostas do evento, destaca-se o estímulo à participação feminina na programação esportiva, a ampliação da participação feminina na Maratona de Programação (SBC) promovida anualmente pela SBC, contribuir para a formação de uma comunidade latino-americana feminina de computação e proporcionar um ambiente mais inclusivo, acessível, acolhedor e diverso na área das ciências exatas em geral.

Bolsistas do C3SL participam de maratona de programação em Santa Catarina

Aqueçam os dedos, ativem os cérebros e empunhem suas linhas de códigos! As arenas de programação na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Joinville vão esquentar neste sábado (18), e os bolsistas do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) estarão lá, representando a garra dos programadores paranaenses na Maratona nas Estrelas, umas das edições das Internas, promovida pelos alunos de computação da Udesc.

Todo ano, a Brute, grupo de programação competitiva formado por acadêmicos de computação da Udesc Joinville, realiza duas competições de programação internas, uma em cada semestre. As inscrições são feitas por times com até três integrantes e mais os Coachs, que dão suporte às equipes. Um time formado pelos bolsistas do C3SL estará no páreo na maratona com Luize Cunha Duarte e Gabriel Lisboa Conegero. Tem ex-bolsistas também no time formado por Pedro Vinícius, Thiago Trannin,  e o mestrando Raul Gomes. Daqui da UFPR, ainda segue mais um time, formado pelos calouros Antonio da Ressurreição Filho, Davi Chaves Rodrigues Dutra Manzini e Arthur Ribas de Oliveira. Segue como coach das três equipes o bolsista do C3SL, Fernando Kiotheka, e o ex-bolsista do C3SL, Vinicius Tikara.

As Internas servem de seletivas dos grupos de programação para avaliar os times que podem competir as fases sub-regionais de programação, realizadas pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Nas maratonas, as equipes recebem uma série de problemas que devem ser resolvidos em um menor intervalo de tempo possível, usando várias linguagens de programação para codificar soluções.

Segundo Kiotheka, que coordena algumas das maratonas de programação em âmbito regional, as maratonas ajudam no desenvolvimento de ações em conjunto, além de ser um espaço de organização de networking. “Esse evento traz em foco o estudo da ciência da computação na área de algoritmos e estruturas de dados. Além disso, o trabalho em equipe é valorizado e para os alunos, é uma ótima oportunidade de conhecer pessoas novas e buscar emprego, além de viajar para muitos lugares legais”, afirma.

Neste sábado na Udesc, a prova terá cinco horas de duração em que as equipes inscritas terão entre 10 e 15 problemas no estilo da maratona International Collegiate Programming Contest (ICPC), mesmo formato adotado nas maratonas da SBC. Segundo o site da Brute, os problemas serão apresentados de forma aleatória, e os competidores deverão usar computadores sem conexão com internet.

TRE busca parceria com o C3SL no combate ao deepfake nas eleições

Estratégias contra desinformação tem como alvo magistrados e a sociedade em geral com campanha educativa e produção de sistemas para mapeamento de vídeos

Imagine receber em seu aplicativo de mensagens um vídeo em que você aparece em situação vexatória, mas em um cenário em que você nunca esteve, e falando coisas que você nunca falou. Neste caso, você teria sido vítima de Deepfake, uma técnica de produção de imagens com criação ou sobreposição de rostos e vozes em vídeos. E se este mesmo vídeo circulasse no grupo da família, ou entre seus colegas de trabalho?  Este cenário é hipotético, mas a tecnologia de Inteligência Artificial disponível para fazer algo similar, não.

Em um contexto propício para a circulação da desinformação, como o meio político e as eleições, o uso generalizado de deepfake certamente pode deteriorar a democracia. É nesta conjuntura técnicos do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) estiveram nesta semana no Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) para debater soluções de informática no combate à ameaça do deepfake nas eleições. O objetivo é estabelecer uma parceria entre o TRE e o C3SL para desenvolver soluções de informática para detectar e prevenir a manipulação de conteúdo multimídia, como vídeos e áudios, que podem ser usados para influenciar a opinião pública e comprometer a integridade do processo eleitoral. Participaram do encontro no prédio do Departamento de Informática da UFPR (Dinf) o Secretário de Tecnologia da Informação, Gilmar José Fernandes de Deus, e o Secretário Administrativo do TRE, Iuri Camargo Kisovec, e os pesquisadores do C3SL, Marcos Alexandre Castilho, Luis Carlos Erpen de Bona, André Ricardo Abed Grégio e Paulo Ricardo Lisboa de Almeida

Com a crescente popularidade da tecnologia e a preocupação do órgão no uso em campanhas ou no cenário das eleições, além de traçar estratégias de formação educacional para a sociedade, o TRE busca na proposta de parceria com o C3SL uma solução que dê suporte aos magistrados no julgamento de casos que envolvam circulação de deepfake. De acordo com o secretário de tecnologia da informação do TER, Gilmar José Fernandes de Deus, uma grande dificuldade no julgamento de processos eleitorais, é aumentar a assertividade dos magistrados na identificação de conteúdos falsos criados digitalmente.  

“Na justiça eleitoral, em diversos momentos ao longo das eleições nos deparamos com situações litigiosas em que é preciso analisar casos envolvendo denúncias de desinformação. O grande problema é conseguir identificar de forma célere, se, por exemplo, de acordo com uma denúncia, o vídeo ou outro material é ou não é um deepfake, se é uma montagem feita por um candidato querendo prejudicar o outro. Hoje, muitas vezes, o magistrado que tem que tomar essa decisão de forma manual, o que envolve um grande risco no processo de julgamento. O que nós queremos é melhorar essa assertividade, e fornecer uma ferramenta ao magistrado dentro de processo jurídico, onde ele consiga ter mais embasamento para tomada de decisão”, afirma Gilmar de Deus.

Para o pesquisador do C3SL, André Ricardo Abed Grégio, uma ação junto ao TRE de combate ao deepfake deve prever ações de curto, médio e longo prazo, considerando a agenda de eleições, e tendo em vista a complexidade de desenvolvimento de uma ferramenta que busca marcas de uso de IA em vídeos. Mirando as eleições que se aproximam, em que os cidadãos de 399 municípios paranaenses seguem para as urnas para escolha de vereadores e prefeitos, Grégio propõe ações de educação focada na população e para os magistrados. A partir do uso de aplicações que demonstram de forma prática os tipos de deepfake, a campanha teria uma proposta educacional permitindo aos magistrados e a sociedade em geral conhecer a partir de vídeos as marcas que ajudariam a identificar se um material pode ou não ser falso. “Dentre os tipos de deepfake, existem as que usam sincronização de lábios, sintetização de áudio, injeção de rosto, criação de uma visão total de vídeo artificial. Uma campanha didática, poderia partir do desenvolvimento de ferramentas que possam servir para ilustrar estes tipos de deepfake”, aponta o pesquisador.

Segundo o pesquisador do C3SL, Paulo Ricardo Lisboa de Almeida, especialista em Machine Learning, a campanha inicial também contaria com vídeos e demais materiais de conscientização. “Usando técnicas de sobreposição de vídeo e som, é possível criar uma campanha educacional ilustrativa em que podemos explicar o que é deepfake, como é formada e reforçando a necessidade de cuidados no compartilhamento de conteúdos nas eleições”, diz Almeida. Para ele, uma outra solução a curto prazo seria a criação de um repositório com os vídeos de campanha criados pelos candidatos. A partir do repositório, é possível comparar novos vídeos em circulação para verificar se não foram gerados a partir dos materiais de campanha, o que agiliza o processo de análise dos conteúdos.

Para os pesquisadores do C3SL, a constituição do repositório aliado ao processo de geração de sistemas que ajudem a criar tipos de diferentes de deepfake fazem parte das medidas de médio e longo prazo, em que é necessário um volume significativo de dados para treinar os modelos na leitura e identificação de marcas de IA nos vídeos. “Para cada tipo de deepfake é necessária uma solução que identifique o padrão usado. Os tipos vão do mais simples, como o lipsync, em que se usa um vídeo existente e síncrona a parte da boca do personagem com um conteúdo vocal diferente; tem o de injeção de rosto, em que se aplica o rosto de um personagem em um outro vídeo; e tem os mais elaborados, como os de IA Generativas, em que os fakes são gerados inteiramente por inteligência artificial”, explica Grégio.

O pesquisador Paulo Almeida complementa que em cada um destes tipos, é preciso um modelo que aprenda as marcas da IA que produziu o vídeo, para gerar resultados de identificação se o conteúdo foi criado por inteligência artificial ou se é autêntico. “Um sistema que indique se um conteúdo é originário de inteligência artificial demanda muitos dados e capacidade de processamento. Em um deepfake totalmente gerado por IA, a gente teria que descobrir como é que a IA generativa está gerando os vídeos e detectar traços ali dentro. Neste caso, seria preciso gerar um monte de vídeos falsos para treinar os nossos modelos. Teria que ter uma rede neural, uma inteligência artificial gerando vídeos, e a gente treinando uma outra inteligência artificial para ficar observando e aprende aí como é que ela gera.

Considerando o crescente cenário de uso de deepfake nas eleições, a parceria entre o TSE e o C3SL no combate à desinformação resultaria em um passo importante para garantir a integridade do processo eleitoral brasileiro. Com a tecnologia do deepfake se tornando cada vez mais popular, é fundamental que os órgãos responsáveis pelo processo eleitoral desenvolvam estratégias para detectar e prevenir a manipulação de conteúdo multimídia.

C3SL é tema de palestra no Erad, evento sobre computação e alto desempenho em Santa Catarina

Promovido pela Sociedade Brasileira de Computação, evento reúne pesquisadores e alunos de iniciação científica da Região Sul

Os desafios em projetos complexos de informática para políticas públicas e o compromisso do C3SL com propostas de inovação a partir do software livre foram destaque na vigésima quarta edição da Escola Regional de Alto Desempenho da Região Sul, em Santa Catarina. A palestra foi realizada nesta quinta-feira (25) pelo professor da UFPR e pesquisador do C3SL, Luís Bona. O evento reúne alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores e profissionais da computação para debater o cenário do Processamento de Alto Desempenho, Arquitetura de Computadores e Sistemas Distribuídos.

Com o tema “C3SL: 22 anos! Software livre, cidadania e liberdade”, a palestra evidencia os grandes desafios nacionais enfrentados pelo centro de computação no uso de software livre como instrumento para a construção de sistemas inovadores. Com diversos projetos de impacto público nas áreas da saúde, educação, direitos humanos e comunicação, o C3SL vem há mais de duas décadas reiterando em seus esforços o papel da universidade na construção da soberania tecnológica do país.

Para Bona, além de um reconhecimento à importância e ao papel do centro de computação, ter o C3SL como um dos temas de relevância nas palestras do evento regional é uma oportunidade de reforçar à comunidade acadêmica e ao mercado o compromisso do grupo com soluções tecnológicas abertas.

Promovido pela Sociedade Brasileira de Computação com apoio da UFPR e demais instituições de ensino, e com patrocínio de grandes empresas de tecnologia, o evento tem foco na qualificação dos profissionais dos estados da região sul do país para processamento de alto desempenho. “Este é o principal evento da região sul para debater inovação e pesquisa científica em processamento de alto desempenho. Com grande participação de alunos de iniciação científica a preocupação é promover a reflexão da responsabilidade do papel que eles desempenharão na sociedade. Entendemos que a filosofia que guia a pesquisa e os projetos do C3SL pode contribuir muito para a formação das novas gerações de pesquisadores”, destaca.

Aprovados no Processo Seletivo 2024.1

Os candidatos abaixo foram aprovados no processo seletivo do C3SL.
Parabéns a todos!

O início das atividades será comunicado por e-mail oportunamente.

Aprovados (em ordem alfabética):

  • Barbara Reis Dos Santos
  • Bernardo Pavloski Tomasi
  • Cauê Mateus Gonçalves Venturin Samonek
  • Davi Campos Ribeiro
  • Eduarda Saibert
  • Eduardo Faria Kruger
  • Eduardo Vudala Senoski
  • Eloiza Sthefanny Rocha Da Silva Cardoso
  • Gabriel Lisboa Conegero
  • Gabriel Lüders
  • Gabriela Fanaia De Almeida Dias Dorst
  • Guilherme Eduardo Gonçalves Da Silva
  • Heloisa Dias Viotto
  • João Meyer Muhlmann
  • João Pedro Vicente Ramalho
  • Luize Cunha Duarte
  • Maria Luiza Palácio da Silva
  • Mateus Dos Santos Herbele
  • Pedro Folloni Pesserl
  • Pedro Henrique Friedrich Ramos
  • Theo Simonetti Schult

Foi um processo seletivo muito difícil e com mais de 70 inscritos. Foram 21 selecionados.

Agradecemos imensamente todos que se candidataram e torcemos em revê-los procurando participar do C3SL no futuro!

C3SL na SBPC

O professor e pesquisador do C3SL Luis Bona foi moderador da mesa “Infraestrutura para Cidades Sustentáveis” durante a programação da 75ª reunião anual da SBPC, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O evento é um dos maiores de ciência e neste ano acontece em Curitiba, na Universidade Federal do Paraná, UFPR.

A mesa contou com a participação de Gustavo Possetti, da Sanepar, Ana Jayme, do IPPUC, Isac Roizenblatt, da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação, a ABILUX, e Manuel Steidle, da Fundação CERTI. O encontro ouviu especialistas comprometidos com políticas públicas e debateu sobre desafios e dificuldades da transformação digital no âmbito da cidade.

A SBPC vai até dia 29 de julho, com diversas atividades em todos os campi da Universidade. Acompanhe a programação no site https://ra.sbpcnet.org.br/75RA/.

Pesquisa de doutorando do DInf fica entre as 3 melhores em Congresso Internacional

O doutorando do Departamento de Informática e orientando do professor do C3SL, Eduardo Almeida, Sérgio Luiz Marques Filho, teve seu trabalho reconhecido como uma das 3 melhores pesquisas durante a edição de 2023 do Congresso ACM SIGMOD/PODS, realizado em Seattle, nos EUA. A apresentação do pesquisador foi custeada pelo C3SL.

O Congresso aconteceu dos dias 18 a 23 de junho e é um dos mais importantes fóruns internacional para pesquisadores, profissionais, desenvolvedores e usuários de bancos de dados para explorar ideias e resultados de ponta, além de uma grande oportunidade de  troca de técnicas, ferramentas e experiências.

A pesquisa do Sérgio, intitulada “Discovering Denial Constraints Using Boolean Patterns”, trata da descoberta de Restrições de Negação (RN) utilizando um novo método denominado Boolean Patterns, que reduz drasticamente as estruturas intermediárias necessárias para a descoberta de RN e que pode ser implementado em software e em hardware utilizando FPGA para acelerar a descoberta de RN.

“Depois de apresentarmos o poster, fomos convidados a apresentar o trabalho junto com os demais, isso foi muito positivo. Somos os primeiros brasileiros a chegar tão longe nessa competição”, disse Sérgio. O trabalho faz parte da sua pesquisa de doutorado, e a partir de agora terá continuidade.

UFPR lança plataforma que mapeia formação docente dos mais de 2 milhões de professores no Brasil 

Entre os dados do Mapfor estão os de que 43% dos docentes do Brasil possuem pós-graduação, 5% não possuem uma formação mínima e 38% das docências não estão com formação adequada.

Qual é a formação dos professores brasileiros? Essa é a reposta que o projeto Mapfor, lançado nesta semana procura responder. A plataforma foi desenvolvida por meio de uma parceria entre o Grupo de pesquisa interinstitucional Laboratório de Dados Educacionais (LDE), que reúne a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR. O projeto mapeia a formação dos docentes atuantes em escolas públicas e privadas seja no contexto brasileiro, de um estado, município ou mesmo de cada escola por meio de dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Também apresenta dados das matrículas e cursos de licenciatura no Brasil, estados, municípios, instituições ou ainda em cada local de oferta com base nos dados do Censo da Educação Superior (Inep).

A plataforma foi pensada para ser um instrumento de planejamento e acompanhamento das políticas de formação de professores, tanto em instituições formadoras (universidades e demais instituições de ensino superior), quanto nas unidades governamentais responsáveis pela gestão da educação básica (secretarias de educação, conselhos de educação, comissões parlamentares etc.). Também busca apresentar um diagnóstico da realidade da formação dos mais de 2 milhões de docentes brasileiros, bem como das mais de 1.500 mil matrículas em cursos de licenciatura.

“O lançamento da Plataforma foi uma atividade vinculada aos 50 anos do Setor de Educação da UFPR, setor a qual se vincula o grupo do LDE. A plataforma foi desenvolvida com recursos de Emenda Parlamentar da Senadora Gleisi Hoffmann. O Mapfor tem sua origem ainda em 2018 quando foi desenvolvida a Plataforma Mapfor Paraná, financiada pela Prograd da UFPR.  O projeto foi ampliado pelo entendimento que fazer um diagnóstico da realidade com base em dados e indicadores como os apresentados pela plataforma é apenas uma das maneiras que a universidade tem de contribuir na promoção de políticas públicas para o país”, disse Gabriela Schneider, coordenadora do LDE.

Entre os dados coletados, tratados e disponibilizados no formato aberto, de software livre, é possível observar especificações sobre a formação docente, a oferta e a demanda dessa formação. “A gente viveu nos últimos anos o que chamamos de apagão de dados de várias áreas, e a educação foi uma delas. Então, hoje, termos um projeto como Mapfor, que traz transparência em formato de código aberto é uma grande vitória para a Educação e para o desenvolvimento da pesquisa e da ciência. A questão da Lei de Proteção de Dados vem sendo usada como ferramenta para chancelar a falta de transparência dos dados públicos, e projetos como este devem ser cada vez mais produzidos e divulgados”, explica Eduardo Almeida, professor do Departamento de Informática da UFPR e pesquisador do C3SL.

Dados e políticas públicas

O raio-x da formação docente revelou, entre muitos resultados, que a Região Sul é quem mais possui professores com pós-graduação (62,4%), seguido pela Região Centro-Oeste (49,8%), Nordeste (39,7%), Sudeste (38,8%) e Norte (33%). É possível ainda filtrar por estado, município e até mesmo por escola. Além disso, é possível acompanhar de 2012 a 2019, a quantidade de cursos de licenciatura ofertado, assim como o número de matrículas realizadas em cursos de licenciaturas, que vem aumentando: em 2012 foram pouco mais de 1.300.000 e em 2019 esse dado cresceu para 1.687.000.

“Esse é um levantamento muito importante para a Educação, que somente a universidade consegue realizar. Claro que grandes empresas de informática têm essa capacidade, mas não têm interesse, assim como o governo por si próprio não tem ferramenta, nem mão-de-obra para tal. É aí que entra a universidade pública como braço para que, a partir desses dados, possam existir políticas de formação dos professores”, disse Luiz Bona, chefe do departamento de Informática e pesquisador do C3SL.

Para a execução do projeto, levantamento, tratamento, criação da plataforma, foram envolvidos mais de 15 estudantes bolsistas da Universidade, que trabalharam durante mais de um ano e maio para colocar a plataforma no ar. “É muito muito interessante participar deste espaço que a universidade proporciona, onde projetos e pesquisas interdisciplinares podem acontecer com facilidade. Além, é claro da importância pra gente como estudante de participar de um projeto tão grande e que pode contribuir muito com a educação. Saber que a universidade pode ser um espaço não só de aprendizado, mas também de execução de projetos aplicáveis à realidade do país, é um grande passo na carreira”, finalizou Fernando Gbur, um dos bolsistas do Mapfor.

Sobre o C3SL

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR que realiza pesquisas em diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas  por meio da Lei de Informática e Lei do Bem, quanto para instituições e órgãos públicos. São seis linhas de pesquisa ativas no grupo: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação. Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.

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Livro didático e tecnologia: como a inovação pode ajudar o PNLD, um dos maiores programas de distribuição de livros didáticos gratuitos do mundo

Grupo de pesquisa da UFPR da área de informática busca otimização no processo de logística do programa e está desenvolvendo painel de indicadores

85 anos. Esta é a idade do Programa Nacional do Livro Didático, o PNLD, programa desenvolvido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no Ministério da Educação. Para se ter uma ideia, atualmente, são mais de 172 milhões de livros distribuídos nos mais de 5 mil municípios brasileiros. Entre os outros números que impressionam estão também as mais de 150 mil escolas e os 32 milhões de alunos atendidos. Todos esses dados mostram a complexidade de um dos maiores sistemas de produção e entrega de material didático do mundo e alertam para a necessidade de reformulações constantes no programa, que movimenta mais de R$ 1 bilhão por ano. E para que isso aconteça é preciso começar a falar de inovação.

“O sistema de logística do Programa é complexo mas funciona muito bem há décadas. Temos os Correios como um grande parceiro e reconhecemos a magnitude desse processo de entrega dos livros para cada aluno da rede pública. Mas nós não temos um plano B, por exemplo. Assim como nunca foi realizado um diagnóstico nesse modelo de distribuição, e tenho certeza que, ao realizarmos essa avaliação, conseguiremos identificar possíveis problemas e tornar o programa ainda mais eficaz”, conta Nadja Cézar, coordenadora geral do livro no FNDE.

E foi pensando em tudo isso que o Centro de Computação Científica e Software Livre, C3SL, da Universidade Federal do Paraná, vem realizando dois projetos que buscam a melhoria do PNLD. Uma delas é a “Pesquisa sobre otimização do modelo da logística de distribuição dos livros e materiais do PNLD, com suporte técnico para processos de contratação de serviços”. Apesar do nome comprido, o que o C3SL pretende é sistematizar e organizar toda a cadeia de produção e por meio disso, propor melhorias. “Ao longo de seus mais de 80 anos de existência, o FNDE aperfeiçoou o PNLD de modo a garantir que ele alcance o seu objetivo de entregar os livros às crianças em todas as regiões do país. Como a sociedade muda constantemente, a logística também precisa acompanhar essas mudanças. O desafio, em um cenário tão complexo, é obter um entendimento sistematizado, organizado, que apoie a análise do processo e a proposição de melhorias que otimizem o trabalho executado. É aí que o C3SL entra”, explica o professor Marcos Castilho, coordenador do projeto dentro do grupo de pesquisa.

Atualmente, o FNDE executa toda a logística de distribuição dos livros didáticos junto aos Correios e às editoras cadastradas. Um diagnóstico já produzido pelo projeto da UFPR mostra que há dezenas de partes interessadas envolvidas, atuando em um processo complexo. São centenas de conceitos, regras e especificações que detalham todo o processo. O trabalho é tão intenso que, da realização dos pedidos pelas escolas à entrega dos livros a cada uma delas, o FNDE orquestra e monitora toda a cadeia de produção: da especificação da qualidade exigida para os livros, seus tamanhos e pesos, até os procedimentos de entrega e conferência das encomendas.

Painel de indicadores

Além da pesquisa com logística, o C3SL desenvolve também o projeto Painel PNLD em que professores e bolsistas do grupo estão reunindo e tratando todos os dados constantes nas bases do FNDE e do MEC para criar um banco de inúmeras possibilidades de dados e de cruzamento deles. “Com esse painel, a gente consegue extrair e visualizar de forma integrada dados como ano, programa, escola, editora, títulos, valores e muitos outros que poderão ser usados de forma gerencial por todas as unidades, além de servir de consulta para a sociedade”, conta o professor coordenador do projeto, Eduardo Todt.

Essa disponibilização de uma plataforma unificada permitirá que o próprio FNDE extraia dados e os utilize para o gerenciamento, controle e também criação de novas políticas dentro do próprio órgão. “Esse painel vai ajudar o FNDE a propagar a informação e auxiliar, por exemplo, órgãos de controle da União, assim como para as redes de ensino, que poderão ter essa informação em um clique”, celebra Nadja.

E para que esses dados se tornem públicos e livres, o C3SL disponibilizará toda informação necessária para que o FNDE possa criar novos painéis de indicadores de forma livre. “A visão unificada de indicadores permite em um olhar para as informações consolidadas de diversos processos e contratos. Excelente para combater falhas, fraudes e dar transparência. E para isso, o software livre é fundamental, ofertando não só o conhecimento, mas também a possibilidade de reprodução do conhecimento de maneira facilitada, sem amarras”, explica Todt.

“O que a gente busca é a máxima transparência do processo, que todos os anos movimenta muito dinheiro público. É o nosso dever, e as parcerias que desenvolvemos com as universidades públicas é uma forma de trazer para a sociedade um retorno por meio de pesquisas, dados, análises técnicas que proponham e implementem melhorias por meio do incentivo à pesquisa e à Ciência”, finaliza a coordenadora do programa.

Sobre o C3SL

O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) é um grupo de pesquisa do Departamento de Informática da UFPR que realiza pesquisas em diferentes áreas do conhecimento e que podem ser empregadas para aprimorar processos e serviços tanto para empresas  por meio da Lei de Informática e Lei do Bem, quanto para instituições e órgãos públicos. São seis linhas de pesquisa ativas no grupo: Ciências Forenses Computacionais; Inteligência Artificial Aplicada; Medicina Assistida por Computação Científica; Preservação Digital; Sistemas Computacionais Avançados; Sistemas para Informática na Educação. Os projetos realizados pelo grupo de pesquisadores são direcionados para a inclusão digital, buscando sempre beneficiar a sociedade brasileira de maneira geral. Assim, todo pacote de software que resulta destes estudos é publicado em forma de software livre.

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